O novo patamar de juros nominais é um incentivo para que os investidores de renda fixa procurem diversificar ativos, como as start ups. Conhecidos como investidores anjos, quem investe nessas empresas nascentes são empreendedores, executivos e profissionais liberais de sucesso e dispostos a ajudar os novatos com aconselhamento, rede de relacionamento e recursos financeiros. No Brasil, a atividade ainda é incipiente, mas já mostra evolução.
No entanto, para crescer mais, seria necessário mudar algumas regras, diz Cássio Spina, presidente da ONG Anjos Brasil. "As principais barreiras são a questão tributária e a personalidade jurídica, que pode levar que os investidores anjo tenham de arcar com passivos adicionais da empresa mesmo não tendo envolvimento com o capital social", diz. "Começamos o pleito [ontem] para que os investidores tenham isenção de imposto de renda caso reinvistam o capital e estamos conversando também sobre a distinção de investidor da de administrador", diz.
As tratativas estão sendo feitas com representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
"Já vi gestor de fundo de venture capital ter os seus bens congelados por causa de problemas em uma das empresas investidas. Isso é um absurdo. Precisamos de regulação específica para isso", afirma, acrescentando que, se não fossem essas barreiras, o número de investidores anjo teria, pelo menos, duplicado. "Muitos investidores desistem quando descobrem que os riscos são maiores do que do próprio negócio."
De acordo com a organização Anjos do Brasil, o número de investidores anjo saltou 18%, passando de 5,3 mil, no ano passado, para 6,3 mil, em 2012. O volume total investido também aumentou: saiu de R$ 450 milhões para R$ 495 milhões - mas o valor médio investido caiu cerca de 7%. "Isso é normal por causa da entrada dos novos investidores anjo. No iní- cio, é comum investirem valores mais baixos", afirma Cassio. Nos Estados Unidos, o ecossistema é mais maduro. Mesmo com a crise econômica, o número de investidores anjo saltou 20% para 318 mil pessoas.
Um exemplo de investidor anjo que deu certo é a Apple, que contou com o aporte e aconselhamento de Mike Markkula.
No Brasil, o Buscapé também contou com apoio de investidor anjo e, dez anos depois, foi vendida por US$ 342 milhões. Natália Flach
Fonte: Brasil Econômico 30/11/2012
30 novembro 2012
"Anjos" querem mudar regras para aplicar mais em startups
sexta-feira, novembro 30, 2012
Compra de empresa, Private Equity, Start-up, Tese Investimento, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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