20 novembro 2012

HP investiga fraude contábil após prejuízo de US$ 6,85 bi

Empresa abriu investigação para apurar se realmente pagou mais pela Autonomy do que ela realmente valia

Se não bastasse os desafios operacionais que vem sofrendo a HP nos últimos meses, hoje pela manhã a companhia tornou público outra questão que pode abalar ainda mais a estrutura de seu negócio. Trata-se de uma despesa de imparidade de ágio e ativos intangíveis no segmento de software de cerca de 8,8 bilhões de dólares, atribuída à aquisição da unidade Autonomy

 A companhia apurou um prejuízo de 6,85 bilhões de dólares em seu quarto trimestre fiscal, encerrado em 31 de outubro. Em igual período há um ano, a empresa apresentava um lucro líquido de 239 milhões de dólares.

 Segundo o comunicado, a empresa de software britânica comprada pela HP em 2011 teria um valor bem menor do que o pago pela gigante de tecnologia. A compra foi feita sob o comando do então CEO Leo Apotheker, deposto depois de uma curta e tumultuosa liderança na empresa.

 A presidente executiva da HP, Meg Whitman, disse que uma investigação interna revelou “sérias irregularidades contábeis” com a Autonomy, que poderia ter “adulterou dados de vendas e contabilizado negócios com parceiros como receitas, mesmo quando nenhum cliente havia comprado produto algum”.

 Distorção de valores 
A HP já alertou o regulador da bolsa norte-americana, a Securities and Exchange Commission (SEC) e as autoridades britânicas competentes (o Serious Fraud Office), requerendo a abertura de uma investigação. Ainda assim, Meg admite que a resolução do caso pode levar anos.

 A possível irregularidade contábil e os gastos com a reestruturação da companhia fizeram com que a empresa registrasse uma perda líquida de 12,650 bilhões de dólares em seu exercício terminado ao final de outubro, contra um lucro de 7,070 bilhões obtidos um ano antes. Entre julho e outubro, a HP registrou receita líquida de 29,95 bilhões de dólares, queda de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

 A HP disse que começou uma investigação interna sobre possível fraude depois que um membro sênior da equipe da empresa adquirida ter comentado sobre práticas questionáveis de contabilidade do negócio”.
Fonte: Exame 20/11/2012

20 novembro 2012



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