28 novembro 2012

Finep terá fatia no capital de empresas

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) vai começar a investir na compra de participações diretas em empresas, num modelo que pretende encurtar o caminho de companhias pequenas e médias até a bolsa.

 O projeto será colocado em prática no próximo ano, quando a Finep terá R$ 200 milhões para aplicar na aquisição de cotas do capital de empresas. Até hoje, o órgão só investia em participações indiretas, por meio de fundos.

 A ideia é que os recursos ajudem no crescimento das empresas e, na sequência, elas sejam levadas a mercado, disse o chefe do departamento de investimentos em participações da Finep, Raphael Braga. "Inicialmente, vamos investir em empresas de capital fechado e o objetivo é levá-las à bolsa", afirmou. 

O perfil buscado pela Finep - órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia - é de empresas com receita a partir de R$ 90 milhões, alto potencial de crescimento e foco em inovação. Em 2013, a prioridade serão os setores de petróleo e gás e energias renováveis, mas não estão descartados aportes em outros segmentos.

 A medida vai ao encontro de uma série de iniciativas que vêm sendo estudadas por agentes do mercado e órgãos de governo para estimular ofertas de ações de pequenas e médias companhias. No movimento mais relevante até agora, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou, na semana passada, medidas para facilitar a captação de recursos em bolsa por empresas desse porte.

 Para o diretor de produtos e clientes da BM&FBovespa, Marcelo Maziero, não faltam investidores dispostos a adquirir ações de empresas pequenas e médias - chamadas de "small caps" no jargão do mercado. O que falta, na avaliação dele, é oferta. "Hoje, temos mais investidores interessados que empresas emissoras", disse.

 Numa tentativa de encontrar essas companhias, a bolsa e a Finep promoveram a sétima edição do Fórum de Abertura de Capital. Realizado desde 2002, o evento tem o objetivo de aproximar candidatas a emitir ações e potenciais investidores.

 O grupo goiano Empreza, de recursos humanos; a gaúcha Parit Participações, de tecnologia; e a mineira Precon Engenharia foram as empresas selecionadas neste ano para levar suas histórias aos investidores.

 Dona das empresas Altus, de automação, Teikon, fabricante de placas para computadores, e HT Micron, que planeja produzir semicondutores, a Parit quer levantar R$ 120 milhões. "Nosso endividamento não nos preocupa e temos acesso a linhas da Finep e do BNDES, mas precisamos de capital privado, mais ágil", afirmou Ricardo Felizzola, sócio-fundador.

 A Precon Engenharia busca entre R$ 100 milhões e R$ 120 milhões para instalar duas novas unidades de produção de estruturas pré-fabricadas para construção. A empresa fabrica paredes, lajes e colunas na fábrica localizada em Pedro Leopoldo (MG). A unidade atende à demanda dos projetos de grandes construções e também à dos apartamentos que a empresa passou a construir e vender há dois anos. O nicho de atuação no segmento de incorporação é a faixa de renda mais elevada do Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.

 Especializada em contratação de mão de obra e terceirização, a Empreza quer captar entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões por meio da bolsa, de fundos de "private equity" ou de um investidor estratégico. A receita da empresa quintuplicou desde 2010 e deve somar cerca de R$ 250 milhões neste ano. Em edições anteriores, passaram pelo fórum nomes como Bematech, Lupatech e Microsiga (atual Totvs). Valor Econômico
Fonte: Protec 28/11/2012

28 novembro 2012



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