22 novembro 2012

Nutriplant busca mais investidores para expandir

No entanto, o presidente da companhia, Ricardo Pansa, não descarta aquisições. Em relação às ações, analista recomenda a compra, mas alerta para riscos.

 Depois de incorporar a Quirios e iniciar sua reestruturação em abril deste ano, a Nutriplant, empresa que atua no desenvolvimento e produção de micronutrientes de solo no Brasil, se prepara para crescer nos próximos anos, com a entrada de mais investidores e aquisição de outras empresas.

 "Uma das vertentes de crescimento é a aquisição de empresas que atuam no nosso segmento. Não temos nenhum plano sobre aquisições para o próximo ano, mas caso haja oportunidade, vamos aproveitar", disse, nesta quinta-feira (22/11), Ricardo Pansa, diretor-presidente da companhia. Para a incorporação houve aumento de capital de R$ 22 milhões.

 Em relação aos acionistas, atualmente a empresa possui 79,3% das ações sob o controle da família e o restante negociado no mercado. Entre os detentores de ações, estão o BNDES, a Fama Investimentos, o fundo Galícia, a gestora Pragma e o HSBC. "Nosso intuito agora é aumentar a visibilidade da empresa para atrair mais investidores e aumentar nossa liquidez", explica Pansa.

 Para isto, o presidente aposta em um mercado em ascensão. Segundo ele, o Brasil é o país que possui maior área disponível para crescer, sem precisar derrubar nenhuma árvore, somando 394 milhões de hectares, contra 269 milhões de hectares nos Estados Unidos e 220 milhões de hectares na Rússia.

 "Nosso mercado é extenso e queremos expandir mais. Temos focado em pesquisa e desenvolvimento de uma linha de produtos fisiológicos, com o objetivo de permitir o produtor rural de usar todo o potencial genético da planta", pontua Pansa. De acordo com a consultoria em agronegócio Informa Economics, o mercado de fertilizantes no Brasil deve aumentar 9% ao ano.

 Com a venda da divisão de fertilizantes de solo, por R$ 24,4 milhões, a empresa conseguiu reduzir parte de sua dívida, que era algo que preocupava o investidor. A dívida líquida reduziu em R$ 14 milhões em 18 meses, somando R$ 25 milhões, gerando caixa de R$ 6,2 milhões.

 Neste sentido, a empresa espera bons resultados diante da incorporação da Quirios. A partir de janeiro, a planta de fertilizantes especiais, localizada em Paulínia, interior de São Paulo, passará à cidade de Barueri, onde está localizada da fábrica da Quirios. "Desta forma, com as sinergias das duas plantas, haverá redução de 25% das despesas operacionais", diz o presidente.

 Além disso, Pansa destaca ainda que a companhia possui R$ 15,3 milhões em impostos a recuperar. "Conseguimos recuperar este valor em cinco anos a partir do ano que vem. O fluxo de caixa que este valor deve gerar por ano é de, em média, R$ 3 milhões". Já o recebimento das parcelas da venda de ativos totaliza R$ 19,1 milhões até 2018. "A junção desses dois já seria o suficiente para quitar os endividamentos", avulta Ricardo Pansa.

 Ações 

Atualmente, as ações da companhia, que encontram-se no segmento Bovespa Mais, estão em cotadas a R$ 2,40. De acordo com Paulo Esteves, analista da Gradual Investimentos, a recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 4,38.

 No entanto, ele alerta para os riscos que envolvem a empresa. "É uma história muito curta, desde a incorporação. O setor agrícola é um segmento cíclico e de elevada concorrência", podera o analista.

 Segundo Esteves, atualmente existem mais de 120 empresas que misturam os insumos para concorrer com a Nutriplant. No entanto, ele destaca que ela é a única a possui capital aberto e que se a estratégia for acertada, ela é uma boa candidata a se consolidar neste segmento. Outro risco é a base de clientes. Em 2011, um único cliente respondia por 30% da receita e isso pode gerar instabilidade à companhia.

 "Eu estou otimista com a empresa. Ela diminuiu o endividamento e vejo uma perspectiva boa diante de uma vocação natural do Brasil para o agronegócio. Se continuar a amadurecer deve ingressar para o Ibovespa de três a cinco anos. Mas, para atrair o investidor, terá que mostrar resultados", completa o analista.   Niviane Magalhães 
Fonte: brasileconomico 22/11/2012

22 novembro 2012



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