29 maio 2015

Via Varejo recebe de volta lojas que iriam para concorrentes

Magazine Luiz e Cybelar cancelação a negociação que envolvia 11 lojas

Redes que negociavam a compra de parte das lojas da Casas Bahia e do Ponto Frio, controladas pela Via Varejo, acabaram interrompendo as conversas. O fim dessas negociações ocorreu nos últimos meses, e os pontos voltaram para a base de lojas que o grupo precisa se desfazer, por determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O Valor apurou que Magazine Luiza e Cybelar cancelaram a negociação que envolvia onze lojas, no total, - cinco do Magazine, entre as 15 negociadas, e todas as seis da Cybelar. As unidades faziam parte do pacote de lojas negociadas em 2014, que somava 42 pontos, como informado ao Cade na época. Boa parte dos pontos eram locados pela Via Varejo e precisam ser transferidos para outras redes, com a elaboração de um novo contrato com o locador. Quem fecha a negociação com a empresa compra o direito de exploração comercial dos pontos.

O órgão antitruste foi informado da devolução e quer que esses pontos sejam negociados, e que não sejam simplesmente fechados, conforme despacho apresentado na semana passada. O Cade determinou em acordo, em 2013, que a companhia se desfizesse de 74 lojas, em 54 cidades, equivalente a vendas brutas na época de cerca de R$ 700 milhões (3% da receita anual). A medida foi tomada em decorrência da fusão anunciada, em 2009, entre Casas Bahia e Ponto Frio, que levou a um aumento da concentração de mercado em certos municípios.

Deste total de 74 unidades, 32 lojas já foram fechadas no segundo trimestre de 2014, e não foram vendidas ou alugadas. Entre as outras 42 unidades, dez foram vendidas ou alugadas para outras cadeias varejistas. Sobram, portanto, 32 que estavam em fase de transferência. As lojas devolvidas fazem parte deste grupo de pontos.

As lojas que voltaram para o grupo estavam operando normalmente e só seriam transferidas da Via Varejo aos novos donos após o fim do ano passado, período de vendas mais fortes no setor. Isso já estava acertado com as empresas. Segundo uma fonte ouvida, o problema é que o negócio deixou de ficar tão interessante para Magazine Luiza e Cybelar.

No caso da Cybelar, pelo acertado entre os grupos, a entrega dos pontos se daria no primeiro trimestre deste ano. O negócio entre Via Varejo e Cybelar foi aprovado pelo Cade em setembro. A questão é que no início do ano, a demanda por eletrônicos já havia caído num ritmo acima da média do período, e o tráfego nas lojas encolhia.

Deixou de fazer sentido, então, somar mais pontos à base da empresa num cenário de desaceleração. Como havia a opção de desistir do negócio, a rede optou por esse caminho. Dados do IBGE mostraram, com base nas vendas do setor eletroeletrônico, que o primeiro trimestre do ano foi o mais fraco dos últimos 15 anos.

O Magazine Luiza também receberia as lojas negociadas no começo deste ano - como já acertado com a Via Varejo - quando o mercado já desacelerava. E os locadores queriam reajustar o aluguel numa taxa superior à inflação. Tornou-se inviável manter a negociação com o grupo, segundo fonte.

Procurada, a Via Varejo informou que "vem cumprindo todas as determinações do Cade, conforme estabelecido no TCD (Termo de Compromisso de Desempenho)". Fonte: Valor Econômico Leia mais em eletrolar 29/05/2015


29 maio 2015



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