25 maio 2015

Hapvida Saúde assume carteira do Luís França

Com a incorporação, os pacientes do Plano Luís França passam todos a ser atendidos pelo Hapvida, em Fortaleza

Após adquirir em dezembro passado o hospital infantil e 49% da carteira de vidas do Plano de Saúde Luís França, a operadora de saúde suplementar Hapvida informou ontem, a aquisição dos demais 51% dos clientes, totalizando cerca de seis mil pacientes. A incorporação total da carteira do Luís França, autorizado em fevereiro último, foi confirmada à tarde, pela direção do Hapvida e pela Agência Nacional de Saúde (ANS).

Sem revelar o valor do investimento total, a assessora de Marketing do Hapvida, Simone Varela, explicou que toda a carteira adquirida é composta por pacientes com idades entre zero e 18 anos, crianças e jovens que antes eram atendidos pelo Plano Luís França e que, agora, passam a integrar a clientela da operadora. "A ANS aprovou a integração total da carteira do Luís França pelo Hapvida", anunciou Simone Varela, segundo quem a aquisição não muda em nada o contrato do plano de saúde anteriormente celebrado pelos usuários do Luís França.

No mês passado, porém, mães de pacientes do Luís França relataram dificuldades para que os filhos fossem atendidos em unidades de emergência em Fortaleza. Para algumas, faltou preparo aos planos de saúde, que não deram opção de atendimento aos usuários após a venda do Hospital Infantil.

Conforme a ANS, pela Lei 13.003, as operadoras de saúde devem substituir cada prestador de serviço, inclusive hospitalar, que for descredenciado. Ainda segundo a Agência, "a transferência do controle societário (do Plano de Saúde Luís França para o Hapvida) foi autorizado em fevereiro", último.

Direitos mantidos

Conforme garantiu Simone Varella, não haverá aumento nos preços dos pacotes e das mensalidades pagas atualmente, não haverá alteração nos pacotes de serviços contratados, nem mudanças nas carências. Ela explicou, no entanto, que nada impedirá que os novos clientes do Hapvida optem por migrar para outros planos da operadora atual.

"Os clientes do Luís França continuarão a ser atendidos no próprio hospital infantil como antes, mas vão receber a oferta de novos produtos, para que possam migrar e ter acesso a toda a rede própria do Hapvida, no Norte e Nordeste", declarou a assessora de Marketing. Ela esclarece que os produtos e serviços ofertados pelo Luís França eram restritos a atendimentos no Ceará, mas que agora poderão ser expandidos para os demais estados da rede, se houver interesse por parte dos usuários.

Ela garante que a mudança de plano não será obrigatória e que todos os novos clientes irão receber correspondências com todas as informações sobre a mudança. Ainda segundo ela, uma nota, no mesmo sentido, deverá ser publicada nos principais jornais do Estado do Ceará, esclarecendo as alterações, o que ainda não foi feito pela operadora.

Estratégia

Conforme Simone Varella, se para os usuários do Luís França a mudança de plano de saúde representa a oportunidade de agregar novos produtos e serviços ao pacote anteriormente contratado, para o Hapvida a aquisição foi estratégica. "Antes, o cliente do Luís França quando completava 18 anos era "obrigado" a mudar de plano, agora esse cliente vai poder ficar com a gente", diz.

Além de ampliar a carteira de usuários em mais seis mil vidas, a operação foi estratégica para o Hapvida que, dia a dia, vem expandindo a sua rede de atendimento pediátrico, um serviço complexo, caro para os hospitais bancarem e que precisa de usuários cativos que os financie. Nesse sentido, o Hapvida comprou o Hospital Luís França, uma das principais unidades pediátricas da capital cearense; adquirindo o seu primeiro hospital exclusivamente infantil e ampliando o seu atendimento neste segmento. Carlos Eugênio Leia mais em diariodonordeste 22/05/2015



Hapvida aproveita crise no País para consolidação no mercado

Uma das maiores operadoras de plano de saúde do Norte e Nordeste, a Hapvida acredita que em momentos de retração podem surgir grandes oportunidades.
Por isso, a rede planeja investir neste ano R$ 180 milhões em infraestrutura, aquisições e tecnologia, seguindo na contramão da economia do País.

“Ainda devemos negociar outra aquisição no semestre”, ressaltou o presidente da Hapvida, Jorge Pinheiro, em entrevista exclusiva ao DCI. Até junho a empresa deve somar 23 hospitais próprios nas duas regiões.

Segundo ele, as pequenas e médias empresas do segmento sentem dificuldade em reduzir despesas e sinistralidade (relação entre os custos sobre as receitas de uma operadora) e, como solução para este problema, têm procurado grandes redes que adquiram seus ativos.
O executivo afirma que neste momento as aquisições no setor podem ser tanto de operadoras menores quanto de hospitais.

“Mas, a maior dificuldade Atualmente, 76% dos exames são feitos em laboratórios da Hapvida na aquisição de hospitais, atualmente, é que após o anúncio da liberação de capital estrangeiro neste segmento, os empreendimentos passaram a ficar muito valorizados devido à concorrência”, explica Pinheiro.

Crescimento Mesmo com os desafios, o presidente do Hapvida diz que a previsão de crescimento deste ano é de 12% para planos médico hospitalares e de 31% para o segmento exclusivamente odontológico. No ano passado, o faturamento da empresa foi de R$ 2,5 bilhões. No primeiro trimestre deste ano, o avanço foi de 16% em vendas, indo a 76 mil novos beneficiários. “O único ponto negativo foi a alta da inadimplência de 1,5%, mas isso é reflexo da economia”, diz.

Para Pinheiro, os planos empresariais estão muito aquecidos.

“Isso pelo nosso modelo de negócio verticalizado [operadora com rede própria e não credenciada]. Cerca de 96% das internações são em hospitais próprios e 76% dos exames de diagnóstico são realizados em laboratórios nossos”.

A operadora conta com 210 unidades próprias, sendo 23 hospitais, 70 clínicas, 55 centros de diagnóstico por imagem e 49 laboratórios, espalhados em 11 estados. Por enquanto a região sudeste tem apenas rede credenciada e se destaca na administração de planos de autogestão para grandes de empresas.

De acordo com Pinheiro, desta forma é possível prever melhor um aumento nos gastos. “A maior parte das despesas são fixas, por isso conseguimos oferecer reajuste entre 12% e 13%, abaixo da média”, comemora.

Entre os destaques estão os planos de coparticipação (pagamento dividido entre empresa e usuário) já que, em momentos de redução de custos, formas de estimular o uso mais racional e consciente do plano de saúde é estratégico. “Este serviço deve estar em 100% dos contratos em alguns anos”, prevê o executivo, lembrando que esse modelo reduz entre 10% e 30% no orçamento do usuário.

Capital estrangeiro O porta-voz disse ainda que não existe a possibilidade de receber aportes internacionais. “So mos uma empresa bastante capitalizada e não precisamos disso para expandir. Mas, com certeza a entrada de capital estrangeiro deve consolidar novas redes hospitalares no mercado que hoje é pulverizado.” Pinheiro, no entanto, diz que não descarta a possibilidade de abrir capital na bolsa de valores.

“Ainda é uma ideia, mas estudamos a possibilidade por ser uma boa forma de acelerar a expansão sem endividar-se. Fomos procurados pela Bolsa, bancos e assessores financeiros. Existe uma carência de ativos [do setor] no mercado de capital”.

Capital estrangeiro A forma de remuneração dos prestadores de serviço é outro fator que a operadora destaca como essencial para redução de gastos. “Temos modelos que vão de pagamento fixo, a remuneração por hora de trabalho ou até mesmo médicos pagos por meio do resultado do índice de sucesso por paciente tratado”.

Outra forma de redução de custos foi o investimento em sistemas de gestão integrado, prontuários eletrônicos e envio eletrônico de resultados de exames laboratoriais e de imagem.

Só no ano passado, a empresa deixou de gastar mais de R$ 1 milhão com a emissão de resultados on-line. /A repórter viajou a convite da empresa. DCI Leia mais em tudofarma 25/05/2015

25 maio 2015



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