20 fevereiro 2013

GDF Suez busca grandes aquisições

O grupo franco-belga GDF-Suez está atento a possíveis aquisições de geradoras de energia no Brasil. A afirmação é do diretor-financeiro e de relações com investidores da Tractebel Energia, controlada pela GDF, Eduardo Sattamini. Entretanto, o diretor disse que não há hoje uma oferta atrativa para o grupo.

 Os ativos da MPX - empresa do grupo EBX - poderiam interessar à companhia, segundo Sattamini. "A MPX é uma empresa que vendeu em leilões, está contratada, tem poder de negócios estável, acho que [a GDF] poderia [se interessar em comprar], se fosse estratégia do controlador vender para [investidores] estratégicos", disse Sattamini.

 Entretanto, o executivo explicou que a GDF Suez tem perfil de controladora e os ativos da MPX devem ser vendidos por meio de um leilão na bolsa de valores ("block trade"). "Não faz sentido para ela [GDF Suez] como operadora e controladora de outras empresas no Brasil ser minoritária em um empreendimento dentro da atividade core."

 Sattamini observou que os ativos da MPX reúnem térmicas a carvão e gás natural, explicando que eles estão "um pouco fora" da estratégia de crescimento do grupo, baseada em fontes renováveis. Mas ele disse que as dificuldades recentes do país com a variação da hidrologia indicaram a necessidade dessas fontes.

 O diretor afirmou que apesar da GDF estar "sempre preparada" para a consolidação do mercado, não vislumbra atualmente uma aquisição interessante, apenas a oferta de pequenos ativos. Interessa à companhia empresas reconhecidas no mercado como a AES Tietê, Duke e Cachoeira Dourada, disse o executivo.

 "Por que essa consolidação ainda não ocorreu? Porque essas empresas nunca se colocaram efetivamente à venda. Em algum momento isso pode acontecer", declarou. "Não adianta você sair querendo comprar quem não quer ser vendido", disse.

 Sobre as perspectivas para os leilões de energia deste ano, o diretor afirmou que a trajetória de queda dos preços pode apresentar uma reversão. Um dos principais motivos destacados é a redução da capacidade de investimento da Eletrobras, que costuma ser agressiva nas concorrências e puxar para baixo os preços.

 "A Eletrobras era um pouco mais agressiva em termos de retorno, preço, avaliação de risco", disse Sattamini. "Talvez [com] a drenagem dos recursos, a diminuição da disponibilidade de caixa, diminua a capacidade dela de competir e aí é uma competição menos predadora no segmento", declarou. Outro ponto que deve contribuir com uma elevação dos preços, segundo ele, é uma maior rigidez do governo na capacitação dos participantes dos leilões. "[Há] uma consciência de que alguns retornos solicitados pelos investidores foram baixos, então hoje tem uma dúvida quanto a possibilidade de alguns projetos irem adiante."

 Sattamini afirmou ainda que o Complexo Eólico de Trairi (CE), com capacidade instalada de 115 megawatts, entra em operação em junho. Mas a linha de transmissão, a cargo da Chesf não ficará pronta. A companhia comprou energia para honrar os contratos de fornecimento. Valor Econômico
Fonte: cerpch 20/02/2013

20 fevereiro 2013



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