20 fevereiro 2013

Indusval fecha a compra da butique Voga

O Banco Indusval & Partners assinou na tarde de ontem um compromisso de compra da butique de finanças corporativas Voga, fundada por Alexandre Dória, Rogério Pacheco e Samuel Oliveira. A intenção, segundo Jair Ribeiro, co-CEO do Indusval, é criar uma plataforma de banco de investimentos completa para atender os mais de mil clientes do banco, a partir da equipe de 20 profissionais vindos da Voga, especializada em fusões e aquisições e também em colocações privadas de ações.

 Para complementar a área, o banco contratou Rodrigo Rocha, ex-Deutsche, para liderar a área de renda fixa. A especialização de Rocha é na distribuição de produtos de renda fixa.

 "A reestruturação da nossa atividade principal foi concluída no último trimestre de 2012 e agora vamos agregar o 'investment banking'", disse Ribeiro, na tarde de ontem, sentado à mesma mesa de reuniões em que o contrato ainda era finalizado. A referida reestruturação durou cerca de um ano e meio e teve início justamente com a entrada de Ribeiro no capital do Indusval, que já tinha como donos Luiz Masagão e Manoel Felix Cintra Neto.

 Entre outras coisas, a reestruturação ajustou o foco do banco para empresas de porte maior. Antes focado no segmento mais baixo do "middle market", o banco agora mira empresas na faixa superior dessa categoria.

 "O perfil de empresas que buscamos é muito semelhante, é o que chamamos de empresas emergentes", diz Dória, da Voga. "Agora, com a estrutura do Indusval, vamos poder alavancar os negócios", completa.

 A estrutura a que ele se refere é uma equipe de 70 profissionais do Indusval que fazem parte da área comercial e cuidam do relacionamento com os clientes. "Além disso, vamos poder usar o balanço do banco para dar crédito aos clientes, o que ajuda na obtenção de mandatos", diz Ribeiro.

 O valor da transação não foi revelado. Parte do pagamento aos sócios da Voga será feita em dinheiro no ato. Mas outra parte está atrelada a desempenho futuro da nova área. Os sócios da Voga se comprometeram a investir parte dos recursos que receberão em ações do próprio Indusval.

 O Indusval já solicitou ao Banco Central a carta de banco de investimento, para poder usar essa denominação. A rigor, como banco múltiplo que conta ainda com uma corretora, hoje a instituição já consegue realizar todas as operações de banco de investimento sem restrições. A compra da Voga ainda tem que ser aprovada pelo BC.

 Ribeiro diz que nem foi cogitada a ideia de montar um banco de investimento do zero. "Teríamos que investir muitos anos para formarmos a equipe e começarmos a gerar negócios", diz ele. Outras butiques foram abordadas, mas o acordo com a Voga foi fortemente determinado pelo fato de ele ter trabalhado com Dória e Pacheco no antigo banco Patrimônio, fundado por Ribeiro nos anos 80.

 A Voga existe desde 2004 e tem um histórico de 54 operações realizadas. Hoje trabalha em 24 transações. Em 2012, atuou como assessora da Energias do Brasil na venda da subsidiária Evrecy para a Cteep, assessorou a Protege na fusão da subsidiária de serviços aeroportuários com a SEA e também trabalhou para os acionistas da Jong na venda da empresa para a Vigor.

 O Indusval mapeou, nas regiões em que atua, um mercado em potencial para o banco como um todo de 15 mil empresas com faturamento entre R$ 40 milhões e R$ 400 milhões no 'middle market'; e outras 1,5 mil empresas no chamado "upper middle", com faturamento entre R$ 400 milhões e R$ 2 bilhões. Por Vanessa Adachi Valor Econômico
Fonte: resenhaeletronica.fazenda 20/02/2013

20 fevereiro 2013



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