18 fevereiro 2013

Escala é a tese de investimento que predomina na criação de valor em empresas de TI

A Tese de Investimento voltada para Escala, isto é, aumentar a atual capacidade ou faturamento e/ou penetrar em novos mercados geográficos preponderou nas 214 operações de Fusões e Aquisições na área de TI, em 2012.

Liderou em todos os Segmentos de TI e em todos os Portes das empresas. A preferência do Investidor Financeiro bem como do Investidor Estrangeiro é basicamente por aquisições cujo Racional é Escala. Já o Investidor Estratégico como também o Investidor Nacional combinam suas aquisições entre Escala e Escopo.

Na análise por Segmento das áreas de TI, a Tese de Investimento voltada para Escala liderou em todos os setores e o Racional Escopo representou cerca de 25% do total das transações.

Em relação ao Porte das empresas, prepondera o racional de investimento voltado para a Escala. De modo geral, cerca da metade das transações , independentemente da segregação dos grupos por tamanho da empresa, são orientados por Escala.

A preferência do Investidor Estratégico é por aquisições cuja Tese de Investimento é Escala, que representa 54%, Escopo 31%, Consolidação 8% e Internacionalização 7%.  O Investidor Financeiro é basicamente por aquisições cujo Racional é Escala.

O Investidor Nacional combina suas aquisições entre Escala, 49% e Escopo 34%. Já o Investidor Estrangeiro foca basicamente suas aquisições no Racional Escala com 78%.

A estratégia de uma empresa é o que dá coerência e direção às ações e decisões de uma organização e uma boa estratégia é aquela que realmente gera vantagens competitivas para a empresa. Em fusões e aquisições, uma estratégia errada pode induzir a compra de uma empresa errada.

As diferentes alternativas para uma operação de fusão ou aquisição dependem das premissas e objetivos a serem seguidos. E são muitos os caminhos que podem levar ao sucesso ou fracasso.

Entre as razões para uma transação bem sucedida está a clareza da finalidade da aquisição para criar valor, ou seja, a tese ou racional do investimento. Se os objetivos da transação são bem definidos a seleção e escolha da empresa-alvo tornam o processo bem mais eficiente, alcançando resultados previstos na integração bem mais rápidos.

Com o propósito de consolidar as diversas classificações da Tese de Investimentos, simplificou-se, sintetizando em quatro grupos principais que predominam no mundo dos negócios de TI: Escala, Escopo, Consolidação e Internacionalização.

  •  ESCALA - Aumentar a atual capacidade ou faturamento; penetrar em novos mercados geográficos 
  •  ESCOPO - Aumentar ofertas de novos produtos e serviços – expansão/ complemento do mix, ampliar competências 
  •  CONSOLIDAÇÃO - Aumentar market-share, aproveitamento de sinergias e de economias de escala, geralmente entre duas companhias com negócios similares 
  •  INTERNACIONALIZAÇÃO - Empresa brasileira adquire empresa de capital estrangeiro – acesso a mercados globais seja no âmbito do escopo, seja de escala; 
Os resultados apresentado na presente análise sobre Racional de Investimento das empresas de TI, em 2012,  estão baseados no levantamento divulgado no relatório TI - RADAR de Fusões e Aquisições em 2012, http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br/2013/01/ti-radar-de-fusoes-e-aquisicoes-em-2012.html, e têm a intenção de distinguir as transações de M&A (mergers & acquisitions, em inglês), na área de TI, Telecom e Mídia, em função da Tese de Investimento, ou seja, os conceitos que prevaleceram para a aquisição da empresa-alvo.

Na maior parte das vezes a notícia não é muito clara a respeito dos direcionadores de valor que levaram à aquisição. Mesmo assim, procurou-se identificar as premissas sobre o Racional da transação para consolidar em grupos, de modo a permitir o entendimento das principais vetores que estão orientando os investidores estratégicos e financeiros.




Em 2012 foram realizadas 214 operações de Fusões e Aquisições de empresas de Tecnologia da Informação – TI e Telecom, noticiadas com destaque na imprensa brasileira. E predominou o Racional do investimento direcionado para Escala - voltado para ampliar a participação de mercado em alguns segmentos ou geografias, representando 63% do total do número de transações no período, seguido das operações por Escopo.

Destaque: 
Oportuno é o “case”da LINX, que realizou oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), a 1ª abertura de capital em 2013, e os seus papéis foram vendidos no teto da estimativa prevista no prospecto e depois ainda registraram um salto de 18,5%. O Grupo Linx têm um histórico de aquisições bem sucedidas. Desde 2008, realizaram 11 aquisições de empresas. 

O racional de aquisição da Linx combina Escala e Escopo, com ênfase para: 
(i) adicionar novas verticais do varejo, 
 (ii) expandir a atuação para novas regiões dentro do Brasil 
(iii) agregar novas tecnologias que acelerem o ritmo de inovações. 
 Por exemplo, a aquisição da Quadrant, em 2008, reforçou a presença no Estado do Rio de Janeiro (Escala); a aquisição da Custom, em 2011, expandiu a presença na região sul do Brasil (Escala); ao passo que a aquisição da Compacta, em 2012, permitiu ingressar na vertical de serviços de alimentação (Escopo). 

 E a decisão estratégica em focar mais a capacidade-chave do Grupo, ou seja, o desenvolvimento de software no segmento de varejo e atacado, levou a descontinuar no 1ºtrim/12, as operações de serviços de armazenamento e depósito de quaisquer tipos de mercadorias não perecíveis, no caso a Linx Fast Fashion Armazém Geral Ltda., e a venda em jun/12, da empresa de serviços em prevenção de perdas, Linx Serviços em Prevenção de Perdas Ltda. 

E o Grupo Linx continua buscando aquisições estratégicas. A intenção é continuar procurando seletivamente aquisições no setor de softwares para o varejo estrategicamente complementares e que sejam compatíveis com a estratégia de crescimento. Foco na expansão da dimensão vertical de varejo - Escopo, e no fortalecimento da presença geográfica - Escala. ( Prospect do IPO). 



Na análise por Segmento das áreas de TI, a Tese de Investimento voltada para Escala liderou em todos os setores, sendo: Serviços de TI com 64%, Software 57%, Comércio Eletrônico com 68%, Serviços de Internet 74%, Mídia 50%, Serviços e Telecom 67% e Hardware de TI & Telecom 67%. Por sua vez o Racional Escopo representou cerca de 25% do total das transações. 

Destaques
Serviços de TI
Bertini do Brasil e Dscon anunciaram uma fusão focada em Oracle que gera uma empresa de mais de 300 colaboradores, duas fábricas de software e quatro escritórios em Porto Alegre, São Paulo (dois) e Rio de Janeiro. As duas empresas ganham em estrutura, capacitação, volume de negócio e passam atender na totalidade.
Software 
Medical Systems compra Manager A catarinense Manager Systems foi adquirida pela 7 Medical Systems, do segmento de gestão sob demanda de imagem digital, registros médicos eletrônicos e soluções para o gerenciamento de serviços médico. A aquisição é uma grande passo para a entrada da 7 Medical no Brasil e outros mercados internacionais. As duas empresas possuem similaridades nos seus currículos e nos objetivos junto ao mercado de hospitais, serviços de imagem, grupos de radiologistas de pequeno e médio porte. 



 • Microempresa <= R$ 2,4 milhões 
 • Pequena empresa > R$ 2,4 milhões e <= R$ 16 milhões 
 • Média empresa > R$ 16 milhões e <= R$ 90 milhões 
 • Média-grande empresa > R$ 90 milhões e <= R$ 300 milhões 
 • Grande empresa > R$ 300 milhões 

 Em relação ao Porte das empresas de TI, de acordo com o critério adotado pelo BNDES para a classificação do porte em função da Receita Bruta anual (informada ou estimada), prepondera nas transações de M&A realizadas em 2012, o racional de investimento voltado para a Escala. De modo geral, cerca da metade das transações , independentemente da segregação dos grupos por tamanho da empresa, são orientados por Escala. Quando se trata de empresas de Grande porte, 83% são baseadas na Tese de Investimento orientado para Escala.

Interessante notar que 54% das transações direcionadas para a Internacionalização foram realizadas por empresas de Pequeno porte. Como também o maior número de operações realizadas com base no Escopo, 48% , foi concretizada por empresas de Pequeno porte. E quanto à Consolidação, 50% das operações foram realizadas por empresas de Médio porte.


Investidor  ESTRATÉGICO - Empresa adquire outra empresa (controladora ou não) relevante do ponto de vista estratégico, a fim de ter acesso a tecnologia, produto ou serviço. 
Investidor  FINANCEIRO - Investidor Anjo, Fundo de Venture Capital ou Private Equity. 

Quando se trata de Investidor Estratégico, a preferência é por aquisições cuja Tese de Investimento é Escala, representa 54%, Escopo 31%, Consolidação 8% e Internacionalização 7%. A visão do Investidor Financeiro é basicamente por aquisições cujo Racional é Escala.


 Investidor  NACIONAL - Empresa de capital nacional adquirindo participação em empresa brasileira (controladora ou não). 
 Investidor ESTRANGEIRO - Fundo de Investimento de capital estrangeiro adquirindo participação em empresa brasileira (controlador ou não). 

 A exemplo do Investidor Financeiro, o Investidor Estrangeiro prioriza nas suas aquisições a Escala, que representou 78% do total. Quando se analisa as razões que orientam o Investidor Nacional, Escala representa 49%, Escopo 34%, Consolidação 10% e Internacionalização com 7%.

"MARKET MOVERS 2012" - Em quantidade de operações realizadas

Com 5 transações a Intel Capital priorizou a Escala no seu Racional de Investimento quanto aportou recursos nas empresas: Minha Vida Portal Saude;   Coquelux ;  ELike ;  Fashion.me ; PagPop .
Com 4 transações o Grupo RBS deu ênfase ao Racional de Investimento voltado para Escopo quando adquiriu as empresas   VitrinePix ;  e.Bricks DigitalLets ;  Wine .

RELATÓRIOS: 
M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ 

 O RADAR de M&A em TI tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições, no setor de serviços de tecnologia da informação e comunicação, bem como sinalizar sua principais tendências. Trata-se da consolidação mensal das informações coletadas pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Os dados estão limitados às informações noticiadas pela imprensa e, sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.

18 fevereiro 2013



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