26 fevereiro 2013

Nova empresa de saúde do Pátria, Alliar planeja dobrar de tamanho

Fundada há apenas dois anos, a nova empresa de medicina diagnóstica Alliar, que tem entre os seus maiores acionistas o fundo Pátria, já tem 40 clínicas de exames de imagem e um faturamento de R$ 200 milhões graças a um agressivo processo de expansão que já envolveu 11 aquisições. "A meta é dobrar esses números e chegar a 80 unidades e faturamento de R$ 400 milhões neste ano, por meio de aquisições e crescimento orgânico", diz Fernando Terni, novo presidente da Alliar.

 Além desse forte processo de expansão, Terni, que já comandou a cervejaria Schincariol e a fabricante de celulares Nokia no Brasil, tem entre os seus projetos a abertura de capital da Alliar em 2014. Até lá, o objetivo é ganhar muscultura com investimentos que somam R$ 200 milhões, a serem aplicados até o fim do ano. Esses recursos são provenientes de caixa próprio, de um financiamento de US$ 25 milhões do banco de fomento alemão KfW para compra de equipamentos médicos da Siemens e de um empréstimo de US$ 50 milhões, em fase final de negociação, do IFC, braço do Banco Mundial para o setor privado. Os recursos do IFC serão destinados a crescimento orgânico e mais aquisições.

 Atualmente, a Alliar está presente em Minas Gerais, Campo Grande (MS), Ponta Grossa (PR) e Belém (PA), mas a meta é chegar a outras regiões do país. "Nosso interesse são clínicas de exames de imagem fora do eixo Rio-São Paulo", diz Terni. Com essa estratégia geográfica, a Alliar não concorre diretamente com os players Dasa e Fleury que têm uma forte presença nessas duas capitais. Hoje, a maior parte da receita vem de Minas Gerais devido a fusões expressivas fechadas nessa região do país, mas o objetivo é diluir essa concentração. Isso porque há também um forte concorrente mineiro, o laboratório Hermes Pardini que recebeu aporte da gestora Gávea e tem planos de crescer no segmento de exames de imagem.

 Ao contrário dos seus principais concorrentes, a nova empresa faz suas aquisições por meio de troca de ações e uma pequena parcela em dinheiro. "Por isso, hoje o capital da Alliar é bem pulverizado. Um terço está nas mãos de investidores e do Pátria e os outros dois terços pertencem a médicos que fundaram ou trabalham nas clínicas que se associaram", explica Fernando Pereira, diretor financeiro da Alliar e ex-sócio do Pátria. No modelo societário desenhado pelo grupo, a Alliar é majoritária nas empresas adquiridas e a gestão das clínicas continua com o fundador.

 Por trás desse agressivo plano de expansão da Alliar está o Pátria. A gestora de private equity tem uma longa experiência na área de laboratórios de medicina diagnóstica. Ela participou ativamente do processo de abertura de capital (IPO) da Dasa, a maior empresa do setor. Alexandre Saigh, um dos fundadores do Pátria, atuou por dez anos na Dasa. Na Alliar, Saigh não ocupa uma cadeira no conselho, mas participa ativamente das reuniões da empresa que também aposta em escala para crescer.

 Mesmo sendo uma novata, a Alliar já se beneficia do seu porte. No ano passado, fechou uma compra de US$ 50 milhões em equipamentos médicos da Siemens, um dos maiores contratos desse segmento fechados na América Latina em 2012, disse Pereira. Metade dessa compra será paga com o financiamento captado junto ao KfW. Por Beth Koike Valor Econômico
Fonte: Tudofarma 26/02/2013

26 fevereiro 2013



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