Compra de US$ 28 bilhões por brasileiros e Buffett pode gerar uma série de outros negócios nesse segmento
Para conhecedores da estratégia do fundo 3G, investimento na empresa americana será de longo prazo
A compra da Heinz pelo bilionário Warren Buffett e pelos brasileiros do 3G Capital, por US$ 28 bilhões, pode desencadear uma reformulação da indústria de alimentos dos EUA, que hoje sofre com crescimento lento e mudança nos gostos dos consumidores.
Para analistas, a história de corte de custos do 3G Capital (o fundo comprou o Burger King, em 2010, e seus sócios são acionistas da AB InBev) indica que rivais da Heinz como a General Mills e a Kraft vão ter que perder gordura para competir.
Na quinta-feira, no anúncio da compra da Heinz, Alex Behring, um dos fundadores do 3G Capital, afirmou que era muito cedo para definir os cortes de custos e quais ativos podem ser vendidos.
No entanto, executivos das rivais já estão de olho no que pode estar disponível. "Eles podem muito bem se desfazer de algumas coisas, e nós temos uma lista de quais marcas a Heinz possui e em que estamos interessados", disse David Wenner, presidente-executivo da B&G Foods.
Richard Smucker, presidente da JM Smucker, indicou que a venda da Heinz pode afetar a estratégia de aquisições da sua empresa. "Quando essas transações ocorrem, algumas marcas ficam à disposição do mercado. É positivo para nós."
ESTRATÉGIA
Os novos donos da Heinz já disseram que o objetivo é torná-la maior e mais global. Analistas agora estão tentando entender como isso vai ocorrer na prática.
Uma das ideias é que a fabricante se desfaça de divisões de crescimento lento, como a de comida congelada, e invista em áreas de expansão rápida -alimento de bebês, por exemplo.
Porém, alguns analistas dizem que o foco da fabricante de ketchup será o crescimento do lucro, e não o aumento do tamanho da empresa.
"Eu acho que o Buffett vê a Heinz como uma empresa geradora de dinheiro muito atrativa e que estava claramente pouco alavancada", disse um analista. "Ele pode consertar isso."
Para Andrew Lazar, analista do banco Barclays, a Heinz pode se tornar uma "consolidadora", comprando empresas que possam aumentar sua produtividade e gerar caixa.
LONGO PRAZO
Enquanto a nova estratégia não é apresentada, aqueles que conhecem o 3G Capital dizem que é improvável que o fundo vá se desfazer da empresa norte-americana no curto prazo, como muitos fundos de compras de companhias costumam fazer.
Daniel Schwartz, diretor financeiro do Burger King e sócio do 3G, afirma que a Heinz vai ser um negócio separado da cadeia de fast food, mas que terá a mesma cultura.
"É dar poder para as pessoas nas companhias, tratá-las como donas, permitir que elas participem do crescimento e da criação de valor da empresa e assumir uma atitude de longo prazo."DO “FINANCIAL TIMES”
Fonte: Folha de Sao Paulo 17/02/2013
17 fevereiro 2013
Venda da Heinz deve apimentar setor de alimentos dos EUA
domingo, fevereiro 17, 2013
Alimentos, Compra de empresa, Desinvestimento, Plano de Negócio, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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