27 fevereiro 2013

Gávea e Goldman Sachs vão investir em torres de celular

A Gávea Investimentos, gestora fundada pelo ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, uniu-se à área de investimentos do banco americano Goldman Sachs para investir no mercado de torres de telefonia móvel para operadoras de celular. Batizada de Cell Site Solutions (CSS), a companhia pode receber investimentos de até US$ 300 milhões, sendo metade de cada sócio, conforme apurou o Valor.

A nova empresa será comandada por Raymond Ward, executivo que foi presidente American Tower, uma das principais companhias do segmento no país. Procurados, Gávea e Goldman Sachs não comentaram o assunto.

 A prestação de serviços para as operadoras de telefonia se tornou um filão para as gestoras de fundos de private equity, que compram participações em empresas. Com os investimentos previstos para atender as metas de cobertura das tecnologias 3G e 4G nos próximos anos, as operadoras têm optado por se desfazer de parte dos ativos e pagar um aluguel pelo uso. Apenas a Telefônica/Vivo obteve R$ 1,9 bilhão nos últimos dois anos com a venda de torres.

 O Brasil conta hoje com aproximadamente 60 mil torres de celular. Estima-se que esse volume poderá triplicar com a chegada da tecnologia 4G. De olho nesse potencial, vários fundos criaram companhias para adquirir essa infraestrutura. Apenas 15% dos sites de telefonia móvel (torres e antenas) no país são de propriedade de terceiros, ante aproximadamente 40% nos Estados Unidos.

 A TorreSur, da americana Providence, foi uma das primeiras a se movimentar na área e já aplicou R$ 1,4 bilhão na compra de 2,6 mil torres. No ano passado, a GP Investimentos, ao lado do Bradesco, investiu R$ 503 milhões na BR Towers, cujo primeiro negócio foi a aquisição de quase 2 mil torres da Telefônica/Vivo. No fim do ano passado, P2 Brasil, fundo de infraestrutura sob gestão do Pátria Investimentos e da Promon, anunciou a criação da Highline, com um aporte de R$ 300 milhões.

 Além da compra de estruturas já existentes, as empresas pretendem investir na instalação de novas torres, cujo custo individual varia entre R$ 150 mil e R$ 250 mil, mais o aluguel da área onde as antenas são instaladas. O desafio para as gestoras será obter um bom nível de rentabilidade para as operações em meio ao aumento da competição, segundo especialistas.

 O investimento na Cell Site Solutions marca a volta do Goldman Sachs ao segmento de private equity no Brasil. As últimas incursões do banco no país foram em 2007, com a compra da usina de açúcar e álcool Santelisa Vale, vendida dois anos depois para a francesa Louis Dreyfus Commodities (LDC), e na BRA Linhas Aéreas, que entrou em recuperação judicial.

 Do lado da Gávea, os recursos para o investimento na CSS devem vir do fundo mais recente captado pela gestora, em 2011, no valor de US$ 1,9 bilhão, o maior da história com foco em aquisições no país. Por Vinícius Pinheiro Valor Econômico
Fonte: cvmclipping 27/03/2013

27 fevereiro 2013



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