20 fevereiro 2013

Para seguir na política, dono da Mercadomóveis quer sócio

Márcio Pauliki, presidente da varejista, procura fundo de private equity e planeja candidatura em 2014.

Em 1998, Fernando Henrique Cardoso se reelegia. Durante o momento histórico - era a primeira vez que um presidente governaria por dois mandatos consecutivos - Márcio Pauliki, um jovem de 25 anos recém-formado em administração de empresas, fez uma promessa para si mesmo.

 Ele teria 15 anos para transformar a Mercadomóveis, varejista de eletroeletrônicos fundada por seu pai, em uma das maiores redes do Paraná. Depois disso, seguiria carreira política.

 Hoje, aos 40 anos, o empresário praticamente já cumpriu sua meta. No ano passado ele se afastou da presidência da Mercadomóveis por seis meses para disputar, pelo PDT, a prefeitura Ponta Grossa, sua cidade natal e sede da companhia. Não foi para o segundo turno, mas chegou perto. Teve uma diferença de votos de aproximadamente 3% em relação ao primeiro colocado, Marcelo Rangel (PPS). 

O resultado expressivo para um iniciante vai levá-lo a uma nova disputa no ano que vem. "Quero me candidatar a uma vaga federal ou estadual", diz Pauliki.

 Mas antes disso, o empresário tem mais planos para sua Mercadomóveis. Com 180 lojas e um faturamento de R$ 500 milhões em 2012, a rede já é uma das mais importantes do Paraná. Mas a concorrência agressiva faz o empresário perceber a necessidade de continuar crescendo.

 Para isto está a procura de um sócio, mas especificamente de um fundo de private equity. "A ideia é vender uma participação de 10% ou 15% na empresa", diz Pauliki.

 A iniciativa não tem somente o objetivo de atrair capital para a companhia e acelerar a expansão. "Acho importante ter mais pessoas do mercado, no caso os novos sócios, dando opinião nos negócios", diz. Pauliki acredita que é assim que a empresa tem que seguir: cada vez mais independente de seus proprietários e herdeiros.

 Aos 70 anos, sr. Jeroslau, pai de Pauliki e fundador da empresa, faz questão de participar das reuniões de segunda-feira da Mercadomóveis para analisar o desempenho das vendas. Os três irmãos mais novos de Pauliki também fazem parte da administração.

 "Criamos uma empresa, a Incorpore, a qual é formada por executivos do mercado, para cuidar dos negócios da família. Assim, eu e meus irmãos podemos seguir nossos projetos pessoais, se quisermos", afirma.

 Além da rede de varejo, a família é dona de uma construtora, uma agência de publicidade, uma empresa de call center e uma financeira. Especificamente na Mercadomóveis, quem deve ficar no lugar de Pauliki a partir de 2014 é o diretor geral, Emilio Glinski, funcionário da companhia há 20 anos.

 Antes de decidir se associar a um fundo de private equity, Pauliki tentou sozinho alguns caminhos para crescer. Fez proposta por lojas da Dudony, que entrou em recuperação judicial em 2009. Mas o Baú da Felicidade, de Silvo Santos, levou a melhor e adquiriu a companhia.

 Em 2011, quando Silvio colocou o Baú da Felicidade à venda, Pauliki tentou comprar 50 lojas concentradas no Paraná. Porém, Silvio preferiu vender a rede inteira para o Magazine Luiza. Algum tempo depois, a empresa de Luiza Trajano se desfez de algumas lojas que se sobrepunham às unidades existentes do Magazine Luiza. Pauliki foi um dos compradores.

 Na época ele também adquiriu algumas unidades da Salfer. Porém, as duas negociações renderam apenas 15 pontos de vendas para a Mercadomóveis, número bem distante da proposta que Pauliki fizera ao Baú. Por Cintia Esteves Fonte: brasileconomico19/02/2013

20 fevereiro 2013



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