11 julho 2015

O fenômeno concentracionista: fusões e aquisições empresariais brasileiras

O processo concentracionista pode ser facilmente notado no período que sucede a Revolução Industrial, visto que ali ocorreu um crescimento acentuado de empresas e fábricas, além do surgimento de muitas outras concorrentes para estas. Este processo seguiu evoluindo, e hoje se torna cada vez mais comum no ramo empresarial e administrativo. Assim, pode ser explicado como a capacidade que uma empresa tem de comprar ou associar-se à outra, para diminuir concorrência, custos ou adquirir mais mão-de-obra

As fusões e aquisições, sendo parte essencial integrante do processo concentracionista, segundo Bulgarelli (2000, p.26), ocorrem com mais frequência nas sociedades anônimas, isto é, empresas que dividem seu capital por meio de ações, e são consideradas ideais para estas macroempresas. Com vista ao crescente desenvolvimento deste tipo de negócio, o Estado tomou algumas providências, como a criação de leis de intervenção, como por exemplo, a Lei Antitruste, que visa regulamentar e restringir essas operações para a manutenção da concorrência, e a de incentivo a algumas empresas para que se tornem competitivas, visando o mercado externo.

Para iniciar o estudo dos dois processos inerentes a este artigo, pode-se analisar o processo fusionista, que pode ter intuito tanto de melhora da produção e da estrutura, como o mais divulgado, que é o de evitar a concorrência. Entende-se assim a forte tendência monopolista presente nas fusões.  Importante também ressaltar o que se adquire com um processo como esse, por exemplo, quando duas empresas são fusionadas, elas unem seus recursos, que podem ser tanto de equipamentos, como de clientes, funcionários, direção ou recursos financeiros.

Como aspectos positivos pode-se dizer que na fusão há grande probabilidade de se racionalizar a produção, diminuir custos, possuir uma concorrência saudável  e manter ofertas, visto que uma sustenta a produção da outra. Porém, há ainda aspectos não vistos e que representam o perigo escondido por trás de um processo supostamente tão vantajoso. Embora considerada uma operação segura, a fusão acarreta alguns problemas tanto de ordem interna como de ordem externa.

No setor econômico, segundo Bulgarelli (2000, p. 31), ela pode debilitar o sentido de iniciativa dos empresários, e ainda provocar o desaparecimento das pequenas e médias empresas. Além disso, Houssiaux diz que o processo resulta mais na junção dos ativos e na soma dos gastos gerais do que na sinergia.  E classifica como difícil o esforço da reorganização do conjunto das empresas, e assim, acaba resultando em uma empresa sucessora com produção nem menos e nem mais cara que as concorrentes não participantes de tal processo.

A respeito da fusão, entende-se então que seja um processo contingente, visto que pode ou não alcançar sucesso, mas ainda assim é muito utilizada para a expansão e crescimento de algumas empresas, pois tem objetivos muito bem definidos, desde organizacionais até financeiros.  Do ponto de vista contábil, o processo fusionista pode ser considerado boa saída para ambas as partes, pois receitas, custos e despesas são encerrados, ao que a nova empresa reconhece apenas os ativos, passivos e constituição do capital social (valor do acervo líquido).

Vistos os prós e os contras da fusão, pode-se iniciar um estudo mais detalhado da aquisição de empresas. Para Nakamura (2005 apud BARRUECO et al., 2012), as aquisições se dão quando ocorre a compra de uma firma por outra. Assim, a empresa adquirida passa a se submeter ao controle da adquirente. Um exemplo recente de aquisição ocorreu quando uma macroempresa frigorífica, considerada a maior empresa de carnes do mundo, adquiriu sua concorrente, em um negócio avaliado em 5,85 bilhões de reais, segundo a revista EXAME (2013).

O processo de aquisição pode ser considerado como um pouco mais direto que a fusão. Como afirmam Barrueco, Perrotti e Perrotti, no Manual da Aquisições e Fusões de Empresas, em ambos os casos, a empresa é plenamente auditada, o que significa tornar acessíveis e fidedignas todas as informações relevantes para a sua avaliação, controle e planejamento.

Esse método  pode escancarar deficiências ou diferenciais competitivos que não devem ser divulgadas ao mercado em geral, ocasião em que terceiros não interessados poderão ter acesso privilegiado às informações confidenciais, por isso sugere-se que o primeiro ato, antes que se inicie qualquer ação seja a assinatura de um Acordo de Confidencialidade, visando preservar as informações que serão apresentadas por parte da vendedora à empresa adquirente.

Como são negócios com grande potencial de risco se feitos sem algumas análises quantitativas e qualitativas, devem ser seguidos alguns passos antes de se pensar em fusionar ou adquirir empresas. Para que a elucidação seja mais clara, foi elaborado neste estudo um questionário empresarial, que se encontra em anexo, onde a soma dos pontos finais revela a possibilidade ou não para a empresa avaliada de adquirir ou ser fusionada em um futuro próximo.

QUESTÃO                                                                                  SIM                NÃO

A direção de ambas tem boa relação?
Existe conceito formado sobre a nova empresa?
Há uma estratégia tangível?
A cultura das empresas diverge?
Já foi pensado como sair do negócio?
Há pelo menos três objetivos concretos para o negócio?
Os Skateholders estão de acordo?
Há medo de falhar?
Existe pessoal capacitado?
Foi pensado como os ganhos serão alcançados?

Resultado

Fonte: Baseado no site de assessoria http://www.acquisitions.com.br/pdf/_fusao_aquisicao.pdf

MAIORIA SIM: Comece a estudar empresas alvo;  converse com os envolvidos; defina um preço alvo para iniciar a negociação.

MAIORIA NÃO: Sua empresa ainda não está preparada para um processo tão grandioso, adquira mais experiência para arriscar. Raquel Martins Leia mais em Administradores 09/07/2015

11 julho 2015



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