22 julho 2015

Metade da BR pode valer US$ 5 bi

O Bank of America Merrill Lynch calcula que os 49% da BR Distribuidora, que a Petrobras pretende vender, valem entre US$ 3,1 bilhões a US$ 4,7 bilhões aplicando-se taxa de desconto de 40% e 10%. Já o J.P. Morgan calcula que o valor pode chegar a US$ 5 bilhões.

Distribuidora pode garantir sucesso do plano de venda de ativos em 2015

BR é principal aposta da Petrobras

Uma das maiores apostas do programa de venda de ativos da Petrobras, a BR Distribuidora foi avaliada em mais do que os US$ 3 bilhões que a estatal pretende arrecadar este ano. O Bank of America Merrill Lynch calcula que os 49% da distribuidora valem entre US$ 3,1 bilhões a US$ 4,7 bilhões aplicando-se taxa de desconto de 40% e 10%. O J.P. Morgan calcula que o valor pode chegar a US$ 5 bilhões pelos 49%. O analista Marcos Severine, que assina o relatório do banco, não descarta a possibilidade de que seja feita uma colocação privada de 24% do capital da BR, seguida de uma oferta pública de 25% do capital.

Para fazer exercícios de quanto a BR Distribuidora pode valer, os analistas tem usado como referência a Ultrapar. A holding que controla a distribuidora Ipiranga tem valor de empresa que oscila entre 10 e 12 vezes seu Ebitda. Embora haja .a percepção de que, por ser uma estatal, a BR será negociada com desconto em relação a esse múltiplo, mas não há segurança sobre o tamanho desse “ajuste”.

Além disso, há dúvida sobre a perspectiva de Ebitda da estatal.

Embora esse mercado trabalhe com margens que oscilam pouco, a BR sofreu recentemente impacto relevante no seu resultado por perdas com inadimplência na venda de combustíveis para controladas da Eletrobras.

Os investidores, portanto, vão querer saber em que balanço ficará esse tipo de perda após a abertura de capital, se com a controladora Petrobras ou com a BR. Para um múltiplo próximo de 10 vezes o Ebitda, uma variação de US$ 100 milhões no Ebitda anual faz a BR como um todo valer cerca de US$ 900 milhões a mais ou a menos, segundo o J.P. Morgan.

“Se melhorar a governança, tiver um conselho que dê mais direito aos minoritários, junto com medidas que possam evitar a interferência governamental, a avaliação será melhor”, disse um analista. Entre os desafios antes da venda também está o de limpar a influência de políticos (ver reportagem abaixo).

A dívida de controladas da Eletrobras com a BR era de R$ 6,2 bilhões, cerca de 70% acima do ano anterior. Somadas, as dívidas do setor elétrico eram de R$ 7,326 bilhões, equivalentes a 60,55% do patrimônio líquido em dezembro.

No balanço do primeiro trimestre a Petrobras reconheceu R$ 4,511 bilhões como perdas em créditos de liquidação duvidosa, sem garantia real. Em março, a estatal reverteu R$ 1,295 bilhão após assinar novo contrato de penhor com a Eletrobras.

A BR passou por várias trocas na diretoria nos últimos anos. Nos cinco meses da gestão de Aldemir Bendine, já foram trocados quatro diretores. O primeiro homem de confiança de Bendine foi Carlos Alberto Barra Tessarolo, justamente na diretoria financeira. O cargo era acumulado com a presidência por José Lima Neto. Fonte: Valor Econômico Leia mais em abegas 22/07/2015

22 julho 2015



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