29 maio 2012

Usinas de cana devem entrar em nova fase de consolidação

O setor sucroalcooleiro deve passar por uma nova rodada de fusões e consolidações, segundo avaliação do consultor Arnaldo Luiz Corrêa, da Archer Consulting. Isso porque, segundo ele, 50% das usinas brasileiras estão com problemas de fluxo de caixa com dívidas que chegam a R$ 42 bilhões, o mesmo que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor anualmente.

 “A consolidação vai ocorrer, assim que a crise econômica europeia der uma esfriada, porque agora os possíveis compradores estão muito receosos para fazer qualquer aquisição”, diz.

 No entanto, as negociações não atingirão nem de longe os preços praticados em 2007, quando 25 operações entre usinas foram realizadas, sendo 18 com empresas estrangeiras. Na ocasião, o preço médio pago por uma usina era de US$ 130 por tonelada de cana moída. Naquele ano, companhias como a multinacional americana Bunge, a espanhola Abengoa, os asiáticos Noble Group, as francesas Louis Dreyfus Commodities e Tereos adquiriram usinas no país.

 “Hoje é difícil dizer o preço justo, mas a avaliação depende se a usina tem terras próprias, produção própria e de boa qualidade”, diz. Em 2003 e 2004, quando os fundos e empresas internacionais começaram a se interessar por usinas brasileiras, o preço médio praticado nas negociações era de US$ 40 por tonelada de cana moída, segundo Corrêa.

 Hoje pela manhã, Olam International fechou um negócio de US$ 240 milhões com a Usina Açucareira Passos, sendo US$ 128 milhões pela aquisição da usina e o restante em investimentos. Com capacidade anual de moagem de 1,75 milhão de toneladas de cana por safra, o preço pago seria de US$ 73,14 por tonelada de cana moída, corroborando a opinião de Corrêa que o prêmio não seria tão alto como em 2007. A trading, que tem capital aberto na bolsa de Cingapura, é a maior exportadora de açúcar do mundo e ainda não tinha negócios com cana no Brasil. Por Fernanda Pressinott
Fonte:Valor 29/05/2012

29 maio 2012



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