27 maio 2012

Frustração com IPO do Facebook trava lançamentos

Maior oferta inicial de ações de uma empresa de tecnologia de todos os tempos, o IPO do Facebook acabou sendo um pesadelo para a gigantesca rede social, para os bancos envolvidos no processo, para a Nasdaq (bolsa de valores eletrônica), para investidores e para outras companhias do Vale do Silício que ainda pretendiam abrir o capital neste ano.

 Ninguém esperava que a Nasdaq conduzisse tão mal o IPO.
Tampouco que bancos como o Morgan Stanley fossem acusados de disseminar informações privilegiadas. Nem que as ações despencassem em sua primeira semana de negociações. Agora, enquanto a poeira abaixa, quatro perguntas têm sido levantadas tanto em Nova York como na Califórnia.

 Primeiro, como ficará a imagem da Nasdaq para futuros lançamentos de ações.
A Bolsa de Valores de Nova York já começou a se aproveitar do fracasso do rival no episódio do Facebook para tentar convencer outras empresas de tecnologia a abrirem seu capital nessa tradicional instituição de Wall Street.

E a segunda pergunta é justamente quantas destas startups estão dispostas a fazer IPO neste momento, depois de até o celebrado Facebook ter fracassado.

 A Corsair, fabricante de componentes para videogames, foi a primeira a suspender o lançamento de ações no mercado. Alguns analistas, como Paul Sloan, da Cnet, acreditam que outras seguirão o mesmo rumo. Já Marc Ferran, articulista da PC World, afirma que 'não podemos descartar novos IPOs quando o cenário econômico melhorar', acrescentando que o Facebook é um caso a parte. Nos últimos 12 meses, 173 empresas abriram capital nos EUA, sendo 37 delas da área de tecnologia.

 A terceira pergunta é sobre o motivo de o IPO do Facebook ter sido um fiasco.
Ao longo das semanas que antecederam a abertura de capital, houve euforia de um lado e ceticismo de outro. Ainda assim, quase ninguém previu que as ações fossem se desvalorizar tanto em seus primeiros pregões, especialmente depois de o preço de referência ter sido colocado em seu ponto máximo de US$ 38 em 17 de maio (mais de US$ 100 bilhões de valor de mercado) - uma semana depois, os papéis eram negociados a US$ 31,92.Gustavo Chacra, correspondente
 Fonte: O Estado de S. Paulo  27/05/2012

27 maio 2012



0 comentários: