21 fevereiro 2016

Presidente da BM&FBovespa vê expectativa baixa de IPO neste ano

Algumas empresas estatais que tinham a intenção de abrirem capital no ano passado, mas acabaram postergando

Diante do quadro macroeconômico do Brasil, a expectativa é muito baixa para ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) para este ano, disse o diretor presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. Há algumas empresas estatais que tinham a intenção de abrirem capital no ano passado, mas acabaram postergando. E, segundo Edemir, diante de atual cenário fica mais difícil a colocação dessas emissões.

Emissões de ações, disse, poderão envolver as de esforços restritos, que são aquelas mais flexíveis. Muitas empresas em dificuldade financeira têm utilizado essa modalidade para o controlador capitalizar a empresa em um prazo mais curto de tempo do que um aumento de capital tradicional. O executivo citou que os fechamentos de capital no ano passado tiveram um volume relevante e que, para este ano, considerando os fechamentos já anunciados, outras 15 companhias deverão sair da bolsa.

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Edemir disse que, dessa forma, as expectativas de crescimento do segmento Bovespa se tornam mais restritos. Nessa esteira, ontem a companhia realizou um ajuste contábil (impairment) referente ao ágio oriundo da "expectativa de rentabilidade futura gerado na aquisição da Bovespa Holding". Esse movimento levou a companhia a um prejuízo líquido de R$ 407,7 milhões de outubro a dezembro do ano passado, ante um lucro de R$ 232,4 milhões no mesmo intervalo de 2014." A deterioração do cenário macroeconômico ao longo de 2015, principalmente no último trimestre, afetou o segmento Bovespa, levando à redução do valor de mercado das companhias listadas e, consequentemente, dos volumes negociados", segundo nota explicativa das demonstrações financeiras da companhia.

O documento cita ainda que, ao longo deste ano, a companhia seguirá monitorando os indicadores externos e internos "mais recentes em busca de identificar eventuais deteriorações que possam ocasionar em perdas por não recuperabilidade de seu ativo".Assim, houve uma redução de R$ 1,7 bilhão do valor recuperável desse ativo. Na prática, isso significa uma expectativa mais baixa de rentabilidade futura do segmento Bovespa.O diretor executivo de Finanças e de Relações com Investidores da Bolsa, Daniel Sonder, disse que é obrigação da companhia rever os valores de seus ativos todos os trimestres.

Aquisição de outras bolsas
O projeto da BM&FBovespa de adquirir participações minoritárias em bolsas da América Latina tem um "potencial extraordinário", mas é de longo prazo, disse Edemir. Segundo o executivo, a percepção é de que hoje o ambiente está favorável para essa iniciativa. "Os volumes (da América Latina) estavam indo para Londres e Nova York", destacou, lembrando que o movimento requer pouco investimento por parte da companhia.

O diretor executivo de Produtos da Bolsa, Eduardo Guardia, disse que foram feitas visitas para as bolsas e para os reguladores da região e a conclusão é de que houve uma mudança de postura. "Hoje elas têm maior clareza da estratégia da BM&FBovespa", disse. Guardia disse ainda que, atualmente, há uma equipe da Bolsa realizando um trabalho mais detalhado das regiões para haver um entendimento de quais são as oportunidades para a BM&FBovespa.

A BM&FBovespa já havia anunciado sua intenção de aquisição de participação em cinco bolsas da América Latina, até o limite permitido pela regulação local, que varia entre 5% e 15%. Além do Chile, onde a Bolsa brasileira já adquiriu 8% do capital (com a meta de chegar em 10%), faz parte dos planos a aquisição de fatias das bolsas de México, Peru e Colômbia. Leia mais em epocanegocios 19/02/2016

21 fevereiro 2016



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