23 fevereiro 2016

BTG se desfaz de fatiaem banco suíço e já soma R$ 18 bi com venda de ativos

O BTG Pactual anunciou a venda de sua subsidiária na suíça, o BSI, para o também banco suíço EFG International, dando continuidade ao processo de encolhimento do banco. A operação, estimada entre 1,5 bilhão a 1,6 bilhão de francos suíços, permitirá que o BTG ainda fique com uma fatia de 20% a 30% da combinação entre as duas instituições.

O banco deverá receber em caixa cerca de 1 bilhão de francos suíços (cerca de R$ 4 bilhões), o que dará maior liquidez à instituição, que sofreu forte fuga de capital com a prisão de Esteves, dia 25 de novembro, no âmbito da Operação Lava Jato.

Sem contar com a venda do BSI, o BTG já se desfez de cerca de R$ 14 bilhões em ativos de investimentos proprietários e do portfólio de crédito. Com a detenção de Esteves, que deixou a presidência do banco e cumpre prisão domiciliar desde dezembro, o banco mudou de gestão, começou a se desfazer de diversos ativos para fazer caixa e teve de recorrer a um aporte de R$ 6 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), para estancar a crise instalada na instituição.
Entre os principais ativos, o BTG se desfez de 11,3% das ações que ainda detinha na Rede D’Or para o fundo GIC, de Cingapura, por R$ 2,2 bilhões; de 81,94% da Recovery (empresa de recuperação de crédito), por R$ 1,2 bilhão para o Itaú Unibanco, e de 21,7% da BR Properties por R$ 564 milhões.
Agora, está em negociações avançadas para a venda do braço de seguros, que contempla a Pan Seguros e a Pan Corretora. O banco tem um contrato de exclusividade com a francesa CNP Assurances. Outros ativos, como a rede de estacionamento Estapar e a Petro África, também estão à venda.

As negociações para a venda do BSI ocorreram cinco meses após o BTG ter concluído a compra de 100% da instituição suíça, que pertencia ao grupo italiano Assicurazioni Generali, por 1,5 bilhão de francos suíços. “Conseguimos o melhor dos mundos: trazer de volta liquidez importante e manter uma participação no banco”, disse Pedro Lima, sócio do banco e responsável pela área global de relações com investidores da instituição. O executivo afirmou que era um desejo do BTG manter uma fatia no BSI. “Queríamos continuar participando desse movimento de consolidação em curso na Suíça.”

A compra do BSI pelo BTG foi considerada o passo mais ambicioso do banco no seu processo de internacionalização. À mesma época, o BTG também estava ampliando sua participação em commodities.

As units do banco (pacote de ações) encerraram o pregão desta segunda-feira, 22, em forte alta, de 12,43%. A expectativa do mercado, algumas horas antes do fechamento do pregão, era de que o BTG estaria próximo de fechar o capital do banco, conforme informou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, em dezembro. O banco não confirmou a informação. Parte dos recursos levantados com a venda do BSI também deverá ser usado para pagamento do aporte feito junto ao FGC. A instituição também não comenta.

Balanço. Na noite de domingo, o BTG Pactual publicou seu balanço de resultados auditados relativos ao quarto trimestre, com a assinatura de seu auditor externo, a Ernst & Young. Em dezembro, o banco encerrou com R$ 266,5 bilhões em ativos totais, montante 12% menor que o total de R$ 302,8 bilhões registrados em setembro. No período, seu lucro líquido foi a R$ 1,229 bilhão, crescimento de 44,9% ante o quarto trimestre de 2014. Em relação ao terceiro trimestre, houve queda de 18,6%. Em 2015, os ganhos líquidos do BTG somaram R$ 4,616 bilhões, alta de 35,3% na comparação com o ano anterior. No dia 19 de janeiro, o banco decidiu divulgar os resultados da instituição.

No fim de janeiro, o BTG anunciou a demissão de 305 de um total de 1.653 trabalhadores para se readequar à realidade do mercado. Os cortes fizeram parte de um processo de reestruturação do banco, representando 25% de redução de custos totais.  - O Estado de S.Paulo Leia mais em portal.newsnet 23/02/2016

23 fevereiro 2016



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