28 fevereiro 2016

Para a Basf, o cenário do mercado continua volátil e desafiador

Empresa apresenta um faturamento global de € 70,4 bilhões em 2015, o que representa uma queda de 5% em relação a 2014

O cenário do mercado continuou volátil e desafiador. As taxas de crescimento para a economia global, produção industrial e para indústria química em 2015 ficaram consideravelmente abaixo das expectativas da empresa.

“No decorrer do ano, o crescimento econômico global desacelerou consideravelmente. Neste cenário econômico, nós tomamos medidas decisivas: reduzimos consideravelmente nossos estoques, intensificamos nossa gestão de custos e redimensionamos nosso portfólio”, disse Dr. Kurt Bock, Presidente do Conselho de Administração Executivo da BASF SE na Coletiva de Imprensa Anual em Ludwigshafen.

No último trimestre de 2015, as vendas foram de € 13,9 bilhões, 23% abaixo do nível do mesmo período no ano anterior. Isso foi devido, em grande parte, à troca de ativos com a Gazprom, que foi finalizada no final de setembro. Como resultado da troca, a contribuição das vendas de aproximadamente € 3 bilhões da comercialização e armazenamento de gás deixaram de ser contabilizados no segmento de Óleo e Gás no último trimestre de 2015.

No total, as medidas tomadas em relação ao portfólio no último trimestre reduziram as vendas em 19%. Devido ao preço mais baixo das matérias-primas, os preços de venda foram reduzidos em 11%; enquanto o volume aumentou em 4%. Os efeitos cambiais positivos contribuíram em 3%.

O resultado operacional (EBIT) antes dos itens extraordinários diminuiu € 436 milhões, indo para € 1 bilhão no quarto trimestre. O declínio foi principalmente devido aos lucros menores nos segmentos de Óleo & Gás e Químicos, comparado com o quarto trimestre do ano anterior. O lucro no segmento de Óleo & Gás caiu principalmente por causa dos preços menores, enquanto que no segmento Químicos o declínio se deveu sobretudo a margens menores na divisão Petroquímica.
As vendas e os resultados em 2015 ficaram abaixo do ano anterior, principalmente devido aos preços menores de petróleo e gás.

Para o ano todo, as vendas caíram em 5%, atingindo € 70,4 bilhões. Os preços de venda caíram em quase todas as divisões (declínio de 9%), em grande parte devido à forte queda no preço das matérias-primas. O volume de vendas em 2015 aumentou discretamente (um acréscimo de 3%), como resultado de um maior volume de vendas no segmento de Óleo & Gás.

Os volumes do negócio de químicos, que inclui os segmentos Químicos, Produtos de Performance e Materiais & Soluções Funcionais, ficaram quase no mesmo nível do ano anterior. Os volumes e preços aumentaram no segmento de Proteção de Cultivos. Os efeitos de câmbio influenciaram positivamente as vendas em todos os segmentos (acréscimo de 6%). A troca de ativos com a Gazprom reduziu as vendas (portfólio: declínio de 5%).

Com um resultado de € 6,7 bilhões, o EBIT antes de itens extraordinários foi de € 618 milhões abaixo do nível do ano anterior. Aqui, os fatores principais foram o declínio de vendas relacionado ao preço do petróleo das atividades de produção de petróleo e gás, e também o declínio no resultado do segmento Outros, em grande parte devido aos efeitos cambiais. Em contrapartida, houve um aumento significativo no resultado do segmento de Materiais & Soluções Funcionais.

O EBIT para o grupo BASF atingiu € 6,2 bilhões em 2015, ficando € 1,4 bilhões abaixo do nível do ano anterior. Os itens extraordinários em 2015 tiveram um impacto negativo de € 491 milhões, comparado com uma contribuição positiva de € 269 milhões em 2014. Isso se deveu principalmente ao enfraquecimento dos ativos do segmento de Óleo & Gás, da ordem de € 600 milhões, como resultado do forte declínio nos preços do petróleo e do gás nos últimos meses.

O lucro líquido chegou a € 4,0 bilhões, e ficou abaixo do ano anterior, que foi de € 5,2 bilhões. Os lucros por ação caíram de € 5,61 para € 4,34. Em 2015, os lucros por ação ajustados para itens extraordinários e amortização de ativos intangíveis chegou a € 5,00, comparado a € 5,44 no ano anterior.

Fluxo de caixa operacional recorde

Atingindo um nível recorde de € 9,4 bilhões, o caixa gerado pelas atividades operacionais em 2015 superou o nível do ano anterior em € 2,5 bilhões. Isso pode ser atribuído a uma redução de capital circulante líquido. O fluxo de caixa livre aumentou em € 2,0 bilhões, chegando a € 3,6 bilhões em 2015, a despeito de despesas maiores com ativos fixos tangíveis e ativos intangíveis.

O patrimônio líquido atingiu um patamar muito alto, chegando a 44,5% (Dezembro de 2014:39,5%). A dívida líquida caiu € 710 milhões, atingindo o patamar de € 13,0 bilhões.

A BASF continua com sua ambiciosa política de dividendos e planeja propor um dividendo de € 2,90 por ação para o ano fiscal de 2015, na Assembleia Anual dos Acionistas (no ano anterior o valor foi de € 2,80). Dessa forma, a empresa pagaria cerca de € 2,7 bilhões para seus acionistas.
"Com base no preço da ação no final do ano de 2015, que foi de € 70,72, as ações da BASF novamente oferecem um alto rendimento de dividendos, de cerca de 4,1%. Nós continuamos a focar no aumento de nossos dividendos a cada ano, ou pelo menos na manutenção do nível do ano anterior”, disse Bock.

Expectativa para 2016

Para sua expectativa, a BASF prevê as seguintes condições econômicas para 2016 (os números referentes ao ano anterior estão entre parêntesis): crescimento econômico global: +2,3% (+2,4%); crescimento da produção global de produtos químicos (exceto farmacêuticos): +3,4% (+3,6%); taxa de câmbio média entre euro e dólar: $1,10 por euro; e preço médio do petróleo (Brent) de $40 dólares por barril ($52 dólares por barril).

Bock: “O começo do ano turbulento nos mercados de matérias primas e ações mostra quantas incertezas estão no horizonte para 2016. O ano começou moderado, principalmente devido a um desenvolvimento de volume fraco por parte da China. Mesmo assim, em 2016 ainda esperamos que a economia global cresça a uma taxa semelhante a de 2015”.

O crescimento na União Europeia continuará comparável ao nível de anos anteriores. Nos Estados Unidos, espera-se que o crescimento desacelere um pouco. A empresa prevê que o crescimento econômico na China continuará a desacelerar um pouco e a recessão enfraquecerá um pouco na Rússia e no Brasil. A produção mundial de produtos químicos tende a crescer um pouco mais lento que em 2015.

“O risco continua a aumentar na economia global. Não obstante, nós temos o objetivo de aumentar o volume de vendas em todos os segmentos. Entretanto, as vendas do Grupo BASF cairão consideravelmente, principalmente como consequência do desinvestimento em comercialização e armazenamento de gás. Esperamos que o EBIT antes dos itens extraordinários esteja ligeiramente abaixo dos níveis de 2015. Essa é uma meta ambiciosa no cenário atual, volátil e desafiador, e depende sobretudo do desenvolvimento do preço do petróleo, ” afirmou Bock.

A empresa espera um declínio significativo no segmento de Óleo & Gás. No segmento de Químicos, os bons resultados dos primeiros três trimestres de 2015 não serão replicados e espera-se uma contribuição consideravelmente menor. Em contrapartida, a BASF pretende aumentar ligeiramente os lucros nos outros três segmentos.

Em 2015, a BASF investiu cerca de € 5,2 bilhões em ativos fixos tangíveis, comparado a € 5,1 bilhões no ano anterior (exceto aumento de ativos fixos tangíveis resultantes de aquisições, explorações capitalizadas, obrigações de restauração e investimentos em TI). A empresa presume que o investimento médio anual entre 2016 e 2020 será menor comparado a 2015, depois de ter começado suas operações em várias instalações de grande porte.

“Os projetos de investimento que completamos nos últimos meses afetaram nossos resultados negativamente neste cenário econômico fraco. Entretanto, eles são a base do crescimento futuro - na Europa, na América do Norte e nos mercados emergentes. Os mercados emergentes proporcionam grandes oportunidades para BASF, mesmo que estejam crescendo mais lentamente que o esperado no momento”, afirmou Bock. Para 2016, a BASF planeja investimentos totais de cerca de € 4,2 bilhões. Comparado ao ano anterior, a empresa pretende assim reduzir as despesas de capital em € 1 bilhão.

Desenvolvimento dos segmentos

No segmento de Químicos, as vendas no último trimestre caíram em 22%, para € 3,2 bilhões, principalmente devido aos preços menores. O EBIT antes dos itens extraordinários diminuiu em € 331 milhões e chegou a € 249 milhões, principalmente em consequência da margem decrescente na divisão de Petroquímicos. As vendas totais no ano caíram em 14% para € 14,7 bilhões, em grande parte por causa dos preços menores devido à diminuição dos custos de materiais primas, principalmente na divisão de Petroquímicos.

O EBIT antes dos itens extraordinários caiu em € 211 milhões comparado ao ano anterior, chegando a € 2,2 bilhões. Esse resultado foi atribuído principalmente às margens decrescentes na divisão de Monômeros, bem como aos custos fixos aumentados com a abertura de novas instalações de produção, como as de Camaçari no Brasil e Chongqing, na China.

No segmento de Produtos de Performance, as vendas no quarto trimestre caíram em 2% para € 3,6 bilhões, devido aos preços e efeitos do portfólio. Comparado ao quarto trimestre do ano anterior, o EBIT antes dos itens extraordinários aumentou em € 11 milhões, chegando a € 228 milhões devido a maiores contribuições das divisões de Produtos Químicos de Performance e de Dispersão & Pigmentos.

No ano todo, as vendas aumentaram 1%, chegando a € 15,6 bilhões. Efeitos de câmbio positivos em todas as divisões permitiram a sobre compensação das perdas com preços de venda menores e volumes mais fracos. Com um resultado de € 1,4 bilhões, o EBIT antes dos itens extraordinários foi de € 89 milhões abaixo do nível do ano anterior, em consequência de custos fixos mais elevados. Isso ocorreu por causa dos efeitos de câmbio negativos, inaugurações das novas instalações - como as de Camaçari no Brasil e Freeport no Texas - e reduções de inventário.

No segmento de Materiais e Soluções Funcionais, as vendas no quarto trimestre aumentaram em 1% para € 4,5 bilhões devido a maiores volumes e efeitos de câmbio positivos. O EBIT antes dos itens extraordinários aumentou em € 169 milhões, chegando a € 389 milhões, especialmente por causa da maior contribuição dos resultados de Materiais de Performance.

No ano todo, as vendas aumentaram em 5% para € 18,5 bilhões. Os preços caíram ligeiramente de maneira geral, com volumes estáveis; os efeitos de cambio foram positivos. O EBIT antes dos itens extraordinários aumentou em € 452 milhões, atingindo € 1,6 bilhões, especialmente por causa da grande melhora nos resultados das divisões de Materiais de Performance e Produtos Químicos para Construção.

Em um cenário de negócios desafiador e altamente competitivo, as vendas do segmento de Proteção de Cultivos aumentaram em 5% no quarto trimestre, atingindo o patamar de € 1,2 bilhões, devido aos preços e volumes. O EBIT antes dos itens extraordinários aumentou em € 21 milhões, e chegou a € 144 milhões, principalmente por causa dos bons negócios com herbicidas na América do Norte. As vendas em 2015 excederam as de 2014 em 7%, e alcançaram € 5,8 bilhões, impulsionadas por uma alta dos preços de venda.

No decorrer do ano, os preços dos produtos agrícolas se mantiveram baixos, e portanto houve uma diminuição da demanda por produtos de proteção de cultivos. Nos mercados emergentes em particular, o desenvolvimento do negócio foi dificultado por um ambiente volátil e pela depreciação das moedas locais. Com € 1,1 bilhões, o EBIT antes dos itens extraordinários quase atingiu o nível do ano anterior (declínio de 2%).

No segmento de Óleo e Gás, as vendas do quarto trimestre caíram em 82%, atingindo € 731 milhões. Isso ocorreu em consequência de uma troca de ativos com a Gazprom finalizada em setembro, que encerrou as contribuições do negócio de comercialização e armazenamento de gás natural. O EBIT antes dos itens extraordinários foi reduzido em € 220 milhões, chegando a € 127 milhões. No ano todo, as vendas caíram em 14%, chegando a € 13 bilhões.

Isso se deveu principalmente às mudanças do portfólio, mas também em parte à queda dramática nos preços de petróleo. Volumes maiores nos setores de Exploração & Produção e Comercialização de Gás Natural tiveram um efeito positivo nas vendas. O EBIT antes dos itens extraordinários foi reduzido em € 429 milhões e chegou a € 1,4 bilhões, em consequência da queda nas vendas.
As vendas do segmento Outros foram de € 660 milhões no quarto trimestre, 6% abaixo do mesmo período no ano anterior, principalmente devido a preços menores na comercialização de materiais primas, e a venda da participação da BASF na operação conjunta Ellba Eastern Private Ltd., em Singapura, no final de 2014. O EBIT antes dos itens extraordinários no quarto trimestre diminuiu em € 86 milhões, chegando a € 114 milhões negativos, especialmente por causa dos efeitos de câmbio negativos.

Considerando o ano todo, as vendas no segmento Outros diminuíram em 23% para € 2,8 bilhões, principalmente devido a redução das contribuições da comercialização de materiais primas. O EBIT antes dos itens extraordinários caiu em € 322 milhões comparado com ano anterior, e fechou em € 888 milhões negativos. Os principais fatores foram resultados mais baixos de operações de câmbio e despesas mais altas com provisões para programas de incentivo de longo prazo. Fonte: Ascom Leia mais em dinheirorural 26/02/2016

28 fevereiro 2016



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