18 fevereiro 2016

Chineses compram Ingram por US$ 6 bi

O conglomerado chinês de aviação, logística e turismo HNA comprou a distribuidora americana de tecnologia Ingram Micro por US$ 6 bilhões.

A HNA já tem 11 empresas listadas na bolsa e faturou US$ 29 bilhões no ano passado. O valor pago representa 31% acima do valor das ações da Ingram na bolsa.

De acordo com a Reuters, a NHA, dona da companhia aérea Hainan Airlines e a companhia de logística Tianjin Tianhai, está de olho nos ganhos que podem ser trazidos pela rede de supply chain da Ingram.

Com faturamento de US$ 43 bilhões, a Ingram Micro trabalha com soluções de 50 fabricantes, indo desde iPhones até equipamento de rede da Cisco.

O negócio terá repercussão no Brasil, onde a Ingram está desde 1997, hoje com uma sede administrativa em Barueri, a centros de distribuição em Serra, no Espírito Santo, assim como escritório comercial e centro de treinamento em Belo Horizonte.

Em outubro do ano passado, essa presença aumentou significativamente com a compra do Grupo Ação, uma das maiores empresas brasileiras do segmento de distribuição de TI, por um valor não divulgado.

Com operações no Brasil, Colômbia, Chile, Peru, Uruguai e Equador, a Ação faturou  R$ 1,2 bilhão em 2014, uma alta de 23% frente aos resultados do ano anterior.

A empresa está presente em todo o território nacional, com sede em São Paulo e filiais em Porto Alegre, Rio de Janeiro e Brasília.

Agora é ver se o quando do investimento dos chineses chegará por aqui. As empresas do país estão em meio a uma farra de compras no exterior, totalizando mais de US$ 100 bilhões em 2015, um recorde, em busca de acesso a novos mercados em meio a desaceleração da economia da China.
Mais capacidade de investimento para a Ingram pode ajudar a desequilibrar o jogo no mercado brasileiro de distribuição, que não atravessa boa fase.

Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação (Abradisti), o mercado como um todo teve queda de 8% no ano passado. Somada a uma inflação de 10%, a redução no faturamento é ainda maior.

Em 2014, o resultado já havia sido de queda, 5%. O último ano no qual o mercado distribuidor cresceu foi 2013, com pífios 2%.

Até as grandes sentiram os impactos da retração do segmento. Um exemplo foi o da Officer, uma das maiores distribuidoras nacionais, que anunciou em outubro um pedido de recuperação judicial, devido a endividamento líquido de R$ 148,3 milhões no primeiro semestre de 2015 e um prejuízo acumulado de R$ 21 milhões no período.

Com as distribuidoras nacionais em apuros, as multinacionais do segmento fizeram a festa.

No ano passado, a americana Arrow ECS iniciou suas operações no país após comprar a CNT. Depois, foi a vez da Ingram Micro comprar o Grupo Ação. Ambos seguiram os passos da ScanSource, que comprou a Network1 em 2014. Maurício Renner // Leia mais em baguete 18/02/2016 

18 fevereiro 2016



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