26 fevereiro 2016

Ceagro deve pedir recuperação judicial e vender ativos, dizem fontes

Com o fracasso das negociações para a reestruturação de sua dívida, a trading Ceagro Agrícola discute com os bancos credores a possibilidade de entrar com um pedido de recuperação judicial até o mês que vem e vender ativos, disseram duas pessoas que participam das conversas.

A empresa deve se reunir com os bancos ainda nesta semana para assinar um memorando de entendimento sobre os próximos passos da reestruturação da dívida e sobre a venda de quatro de seus armazéns, disse uma das pessoas, que pediu anonimato porque as discussões não são públicas.

Representantes da Ceagro não responderam aos e-mails, e a empresa não pôde ser contatada por telefone para comentar as vendas de ativos e os procedimentos da recuperação judicial.

A trading de commodities agrícolas informou em maio que não poderia pagar os juros da sua dívida devido a "prejuízos significativos" ocasionados por "condições econômicas adversas". Os problemas da empresa com sede em Campinas se aprofundaram porque os preços do milho e da soja que ela negocia caíram, enquanto os fertilizantes e pesticidas importados que oferece aos produtores em operações de troca ficaram mais caros com a desvalorização do real.

Há pelo menos quatro fundos interessados em adquirir parte dos ativos da companhia, dois deles gestores de recursos brasileiros que investem em ativos problemáticos (conhecidos no mercado como 'distressed'), segundo uma pessoa familiarizada com o plano de venda dos armazéns. Os outros dois são fundos estrangeiros, um deles iraniano, afirmou a mesma fonte, acrescentando que a venda dos ativos pode ser mais fácil de ser fechada se a empresa estiver em recuperação judicial. Todas as quatro pretendentes assinaram acordos de confidencialidade relacionados aos ativos, disse a pessoa.

A Ceagro possui quatro armazéns no estado do Mato Grosso que poderiam ser vendidos por um total de R$ 30 milhões a R$ 50 milhões (US$ 12,5 milhões), disseram as duas pessoas. A trading está trabalhando com a KPMG e com a Invixx na avaliação dos ativos e nas negociações com os possíveis compradores, disse uma das pessoas.

A empresa vem trabalhando para reestruturar US$ 100 milhões em bonds e US$ 170 milhões em empréstimos bancários devidos ao BTG Pactual Group, ao Banco Santander Brasil, ao ABN Amro Group, ao Itaú Unibanco, ao Credit Suisse Group, ao Votorantim Bank e ao Banco Indusval.   Paula Sambo e Gerson Freitas Jr. (Bloomberg) -- UOL - Leia mais em bol.uol 25/02/2016

26 fevereiro 2016



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