22 fevereiro 2016

Consolidação na área de rações para peixes

O quinto ano consecutivo de escassez de farinha de peixe está levando a uma onda de fusões e aquisições no mercado internacional e motivando empresas como a americana Cargill a correr para atender à demanda mundial de frutos do mar, que cresce mais que a de carnes.

Segundo Neil Wendover, diretor global de marketing da unidade de nutrição animal da Cargill, a múlti continuará ampliando os negócios em aquicultura. Neste mês, aportou US$ 30 milhões em um fundo para investir na Calysta, uma fabricante de alimentos para peixes.

A produção mundial de farinha de peixe, geralmente feita de anchovas, ficou abaixo do consumo em nove das dez últimas temporadas, e 2016 deverá ser o quinto ano seguido de escassez, segundo o Departamento da Agricultura dos EUA (USDA). As vendas de frutos do mar deverão crescer 5% este ano, a maior alta desde pelo menos 2011, conforme a Euromonitor International.

O investimento da Cargill na Calysta ocorreu seis meses depois de a aquisição da fabricante de rações para salmão EWOS Holding ter transformado a múlti em uma das três maiores produtoras de rações para peixes do planeta, de acordo com informações do Rabobank.

A consolidação no segmento também motivou um "takeover" de US$ 4 bilhões da fornecedora de rações para salmão Nutreco pela SHV Holdings e à aquisição da criadora da salmões Cermaq pela Mitsubishi.

O aumento do consumo de frutos do mar está ampliando a importância da criação comercial de peixes. Como a produção de farinha de peixe não deverá acompanhar a demanda, as empresas estão buscando alternativas, afirma Mike Velings, sócio-gerente do Aqua-Spark, um fundo que investe em aquicultura.

Haverá um déficit de 300 mil toneladas nesta temporada, segundo o USDA. Os preços da farinha de peixe do Peru, maior produtor mundial, mais que triplicaram desde 2001. "Nos próximos cinco anos, haverá uma escassez estrutural de farinha de peixe no mercado, de modo que todos veem oportunidades nesse mercado", observa Velings.

As grandes empresas preferem investir em ração, e não no cultivo, porque a área tende a crescer mais e não há riscos associados à linhagem biológica, diz Gorjan Nikolik, do Rabobank. O mercado de rações também está menos exposto às flutuações dos preços das commodities. Por Bloomberg
Fonte : Valor Econômico Leia mais em alfonsin 22/02/2016

22 fevereiro 2016



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