24 fevereiro 2016

Pan Seguros pode render R$ 800 mi ao BTG

O BTG Pactual deve anunciar em breve a venda de sua participação de 51% na Pan Seguros e na Pan Corretora, combinadas, à companhia francesa CNP Assurances, por cerca de R$ 800 milhões. Os acordos estão em fase de finalização, conforme apurou o Valor.

Esta será a quarta grande venda feita pelo BTG Pactual em 90 dias. No total, a instituição já adicionou mais de R$ 8,5 bilhões ao caixa com essas transações.

As vendas tiveram início após a prisão do então controlador do banco, André Esteves, em 25 de novembro, por suspeita de tentativa de obstrução das investigações da Operação Lava­Jato.

Em 17 de dezembro, a prisão preventiva de Esteves foi revogada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por falta de provas. Porém, ele segue em regime de reclusão domiciliar e não detém mais o controle do banco desde 2 de dezembro ­ sua participação agora é toda em ações preferenciais e não possui mais nenhuma capacidade de interferir nas atividades do banco. Até o momento, o STF ainda não decidiu se aceita ou não a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR).

Procurado, o BTG não comentou a operação com a Pan Seguros.
O restante do capital da Pan Seguros (49%) pertence à Caixapar, braço de participações da Caixa Econômica Federal (CEF). A CNP já é sócia da Caixa, pois controla com 50,75% a Caixa Seguros.
O J.P. Morgan fez a assessoria financeira para a CNP Assurances nesta operação.

A Pan Seguros e a Pan Corretora passaram a ser detidas diretamente pelo BTG Pactual e pela Caixapar em outubro de 2014, numa operação de R$ 580 milhões.

Antes disso, BTG e Caixa controlavam indiretamente o negócio pelo Banco Pan, no qual são sócios em igual divisão, desde 2011.

Em 12 de janeiro, CNP Assurances e BTG Pactual assinaram um contrato de exclusividade para a negociação.

Nesta semana, o BTG Pactual anunciou a venda do banco suíço BSI, que havia sido recém consolidado, em setembro de 2015. A transação renderá à instituição aproximadamente US$ 1 bilhão, em caixa ­ ou cerca de R$ 4 bilhões. Os recursos só estarão no caixa do banco após aprovação do negócio pelas autoridades suíças.

O BSI foi adquirido pelo EFG International, empresa de negócios globais em private banking e asset management também com sede na Suíça. Além do pagamento, o BTG Pactual receberá entre 20% e 30% das ações do EFG, que controlará então o BSI.

Ainda em 2015, o banco já tinha vendido a fatia que ainda detinha na Rede D'Or, por R$ 2,4 bilhões, e a companhia de recuperação de créditos Recovery e a respectiva carteira, por R$ 1,21 bilhão.
Em dezembro, conforme o balanço auditado de 2015, o BTG Pactual tinha R$ 15,62 bilhões em caixa, para sua operação no Brasil. Na abertura daquele ano, a posição da instituição era de R$ 21 bilhões. Após a venda do BSI e da Pan Seguros, o saldo em caixa ficaria potencialmente maior do que o do fim de 2014.

A despeito da redução do saldo em caixa do banco entre a abertura e o encerramento de 2015, a posição era maior do que a do dia da prisão de Esteves, conforme pessoas que acompanham de perto a situação da instituição.

O banco adotou diversas medidas para recompor e preservar sua liquidez. Ao todo, foram cedidas ou liquidadas antecipadamente operações de crédito de R$ 10 bilhões, no ano. A instituição também sacou R$ 5 bilhões, de uma linha de R$ 6 bilhões, com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), e obteve R$ 1,7 bilhão com a emissão de Depósitos a Prazo com Garantia Especial (DPGE).   - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 24/02/2016

24 fevereiro 2016



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