16 fevereiro 2016

Anglo American planeja vender ativos de minério; analisará opções para Minas-Rio

A mineradora Anglo American disse nesta terça-feira que planeja vender suas unidades de minério de ferro, além de ativos de carvão e de níquel, como parte de uma revisão estratégica abrangente para enfrentar a queda dos preços das commodities.

A empresa planeja se concentrar no seu negócios de diamantes De Beers e nas operações de platina e cobre, em uma tentativa de livrar-se de commodities de menor valor, que têm dado prejuízo.

A companhia também registrou uma baixa contábil de 5,7 bilhões de dólares em seus ativos devido às condições ruins de mercado, incluindo 2,5 bilhões de dólares no projeto de minério de ferro Minas-Rio, que integra extração em Minas Gerais e um porto no litoral do Rio de Janeiro.

A Anglo, quinta maior mineradora global diversificada, quer obter até 4 bilhões de dólares com a venda de ativos em 2016 e reduzir sua dívida líquida para menos de 10 bilhões de dólares até o fim do ano.

"Nós estamos tomando ações decisivas para melhorar a sustentabilidade de nosso fluxo de caixa e reduzir substancialmente a dívida líquida, enquanto focamos nos nossos ativos mais competitivos", disse o presidente-executivo Mark Cutifani, acrescentando que não há pressa na venda dos ativos.
A companhia planeja manter apenas 16 ativos principais, ante 45 anteriormente, e espera cortar 78 mil postos em sua força de trabalho, ante 128 mil, principalmente devido à venda dos ativos.
Contudo, analistas disseram que pode ser difícil encontrar compradores para ativos nas atuais condições de mercado.

"Nós sugerimos em maio do ano passado que a Anglo saísse de seu portfólio de minério de ferro, mas infelizmente ela está fazendo isso agora em um ambiente consideravelmente mais fraco para as commodities", disse a Investec em uma nota.

A Anglo detém cerca de 70 por cento da Kumba Iron Ore (KIO), maior produtora de minério da África, que está avaliada em 4,6 bilhões de dólares, segundo dados da Thomson Reuters. A Anglo disse que começou a analisar opções para sair da KIO.

MINAS-RIO
A empresa também disse que analisará opções para o Minas-Rio daqui aproximadamente três anos.
A Anglo American anunciou ainda que o Sistema Minas-Rio não faz mais parte dos seus ativos centrais, "o que significa que a unidade não receberá investimentos adicionais do grupo".

Apesar disso, a empresa esclareceu em nota enviada pela assessoria de imprensa no Brasil que não há planos de venda do Minas-Rio em andamento, sendo que o seu foco é otimizar a operação no atual cenário de preços baixos do minério de ferro, de forma a contribuir para a geração de fluxo de caixa positivo em 2016 e nos anos seguintes.

"Vamos trabalhar fortemente para obter as licenças necessárias para a conclusão do ramp-up do Sistema Minas-Rio, bem como para reduzir custos e aumentar a nossa produtividade, visando à continuidade do negócio de forma sustentável para todos os empregados e parceiros", disse o presidente da Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil da Anglo American, Pedro Borrego, segundo comunicado.

A Anglo anunciou nesta terça-feira lucro antes dos juros e tributos (Ebit) recorrente de 2,2 bilhões de dólares no último ano fiscal, queda anual de 55 por cento, acima das expectativas médias de analistas ouvidos em uma pesquisa da Thomson Reuters, de 1,5 bilhão de dólares.

NEGOCIAÇÕES NO BRASIL
No Brasil, a companhia informou ainda que está avaliando o potencial desinvestimento do negócio níquel, em um processo que pode levar vários meses.

Os ativos de nióbio e fosfatos, acrescentou a companhia, tiveram o processo formal de venda iniciado em janeiro deste ano, após anúncio realizado em dezembro de 2015.

"Em paralelo ao processo de desinvestimento, permanecemos focados na continuidade dos negócios, buscando atingir o pleno potencial dos nossos ativos, fortalecendo o nosso desempenho em segurança e a estabilidade operacional...", disse o presidente dos Negócios Níquel, Nióbio e Fosfatos da Anglo American, Ruben Fernandes. (Por Zandi Shabalala; com Redação São Paulo) REUTERS Leia mais em Yahoo 16/02/2016

16 fevereiro 2016



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