24 julho 2012

Private equity deve crescer 20% em 2012

Clóvis Meurer, presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), está otimista com o mercado de venture capital e conta que a associação realiza uma série de iniciativas para fomentar esses negócios. Segundo seus cálculos, os recursos para investimentos, considerando o setor como um todo, devem crescer 20% neste ano, para algo emtorno de R$ 10 bilhões. Meurer está ainda mais otimista com os fundos que investem em empresas iniciantes, os venture capital: nesses casos a taxa de crescimento pode ser ainda maior. Confira a seguir a entrevista concedida pelo executivo:

 Quais são as perspectivas para o setor de venture capital?
Hoje, menos de um terço das operações correspondem ao segmento de venture capital, mas existe o aprimoramento tanto nas técnicas de investimento e de análise, que tem permitido maior numero de operações. Portanto, o setor deve crescer nos próximos meses. Acreditamos que o mercado de private equity como um todo cresça 20% este ano, mas esse crescimento pode ser maior na área de venture capital.

 Qual a sua visão sobre o setor de venture capital?
 O segmento de venture capital está muito ativo no Brasil. Estas empresas menores estão demandando projetos e recursos. Portanto, nos organizamos este ano para fomentar negócios no Rio de Janeiro, Porto Alegre, e outros estados, em setores como tecnologia da informação e óleo e gás. Esta semana estamos realizandoumevento em Florianópolis, com o objetivo é reunir empreendedores. Existem diversos fundos com recursos disponíveis para investir no país, tanto com recursos públicos, do BNDES e da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) e de gestores nacionais, como DGF e CRP. As oportunidades em venture capital são boas. O número de empreendedores e projetos é muito grande. Também vemos anúncios frequentes de gestores estrangeiros buscando oportunidades no país porque enxergam potencialidades, especialmente na área de tecnologia, como os investidores da região do Vale do Silício.

Quais são as perspectivas para o setor diante de um cenário de desaceleração da economia global?
Hoje, menos de um terço das operações correspondem ao segmento de venture capital, mas existe o aprimoramento tanto nas técnicas de investimento e de análise, que tem permitido maior numero de operações. Portanto, o setor deve crescer nos próximos meses. Acreditamos que o mercado de private equity como um todo cresça 20% este ano, mas esse crescimento pode ser maior na área de venture capital.

 No que se baseará este crescimento? O Brasil está em uma fase interessante para investimentos. Há uma queda na bolsa, e a projeção para o PIB pode não ser a que estávamos esperando, e, como consequência, postergar projetos na área governamental, mas ainda vemos um país pujante, com oportunidades no setor de óleo e gás, infraestrutura e agronegócios. Mas, por outro lado, há demanda por produtos e serviços em diversas camadas da população e crédito disponível. Existem países europeus em dificuldades, e corporações e famílias buscam boas alternativas de investimento. É natural, portanto, que fortunas venham para o Brasil.

 Quais são os entraves?
 Eles estão relacionadas ao processo de registro e saída de uma empresa do país e também a impostos, o custo Brasil. O investidor estrangeiro de venture capital é isento de Imposto de Renda, mas o investidor nacional deve pagar uma alíquota de 15%. Depois da consolidação da legislação, nós da associação pretendemos fazer estes aprimoramentos, e também acelerar processos no Cade, de acordo com o tipo de transação realizada. Quando você tem uma instrução normativa bem elaborada, operações de venture capital podem ser enquadradas em oferta pública restrita, por exemplo. Queremos acelerar processos de registros de fundos na CVM.
 Fonte: Brasil Econômico 24/07/2012

24 julho 2012



0 comentários: