12 setembro 2011

Falta gente para tanta demanda no mercado de tecnologia

Não está muito fácil a vida das empresas especializadas no recrutamento e seleção de talentos para o mercado de tecnologia da informação. Aumentou significativamente a demanda por profissionais e diminuiu a oferta de pessoas qualificadas. Para encontrar soluções, vale a criatividade e, inclusive, contatos internacionais.

André Assef, diretor da Desix, já enveredou por outras áreas e até chegou a conversar com profissionais argentinos, portugueses, italianos e norte-americanos que manifestaram interesse em viver no Brasil.

Quase todo mundo evita o termo 'apagão de mão de obra' por considerá-lo muito dramático. Mas todos reconhecem que as dificuldades têm aumentado e haverá um significativo gargalo nos próximos anos.

'As contratações estão cada vez mais complicadas e isso abre perspectivas para que pessoas entrem mais cedo nessa área, ainda sem muita experiência profissional', observou Anderson Figueiredo, gerente da consultoria IDC.

Os números com que o mercado trabalha, apresentados em estudo da Brasscom (associação do setor), é de que 90 mil vagas não serão preenchidas este ano e esse déficit pode chegar a 200 mil em 2013.

E, quando se considera o aquecimento do mercado interno, aliada à demanda de profissionais para atender os projetos de exportação de software e serviços, o número de vagas que serão abertas em 2020 chega a 750 mil, 450 mil para o mercado interno e 300 mil para cumprir a meta de US$ 20 bilhões em vendas externas.

Muitos profissionais de TI que não conseguem colocação no mercado se perguntam onde estão essas vagas. 'No meio da pirâmide', reforçou Figueiredo. 'Em todas as áreas', contrapôs Assef. Mesmo nos cargos gerenciais, na sua avaliação, ainda não há pessoas tão preparadas para as novas funções que essas colocações estão exigindo.
Mudanças. O grande problema é que o perfil do profissional exigido está mudando rapidamente, assim como as inovações tecnológicas têm surgido com maior velocidade.
'Já recebi demanda por arquiteto de mobilidade, um cargo inimaginável há dois anos', observou o diretor da Desix.

Outro exemplo é o da área de Business Intelligence, que está superaquecida, mas passou a exigir dos candidatos também o entendimento do mundo dos negócios, e não apenas da tecnologia.

A introdução do cloud computing nas empresas também terá reflexos sobre a função exercida pelos técnicos e gerentes de TI. Para Assef, será exigido mais o perfil de gestor da computação em nuvem, abandonando velhas práticas como a constante preocupação com o gerenciamento da infraestrutura.

Os requisitos exigidos também se ampliam quando se trata do domínio de outras línguas. 'As empresas estão em pleno processo de internacionalização, e o inglês fluente tem se tornado fundamental', comentou Figueiredo.

No caso dos argentinos que procuraram a Desix, o castelhano poderia ser de grande valia em empresas espanholas e sul-americanas que estão instaladas no País, ou em processo de desembarque.
Fonte:oestadodesp12/9/2011

12 setembro 2011



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