23 setembro 2011

Eternit vai às compras para estar do chão ao teto

O agravamento da crise internacional parece não incomodar um seleto grupo de empresas. Um bom exemplo disso é a Eternit.

A Eternit, tradicional fabricante de caixas d'água e telhas, acaba de registrar o melhor mês de sua história em volume de vendas e está em busca de fusões para ampliar sua cesta de produtos.

Com caixa de R$ 40 milhões após já ter distribuído dividendos trimestrais aos acionistas, a companhia negocia aquisições e se prepara para entrar em duas novas áreas até o final do ano: mármore sintético (pias) e metais (torneiras).

"Queremos ser capazes de oferecer produtos do piso ao teto para as residências", diz Élio Martins, à frente da presidência da empresa há 11 anos.

Com uma das controladas do grupo - a mineradora Sama - exportando 40% de sua produção para países da América Central e Ásia, o executivo não vê com preocupação a escalada recente do dólar. Pelo contrário.

"No nosso caso, os efeitos podem ser bons, com a receita em moeda estrangeira ajudando a engordar o balanço", prevê. "Como não temos dívidas ou derivativos, o único tema que causa emoção no meu dia a dia não é o caixa. É o amianto", afirma.

Outro segmento no qual a Eternit tem buscado ganhar espaço é o de gradamento metálico. O material é utilizado em grandes construções para substituir madeira. Sai mais em conta e é mais durável.

"É um produto que oferecemos para construtoras e não no balcão das lojas", explica Martins.

Solidão

Com ações na bolsa de valores desde 1948, a Eternit é uma das raras companhias do segmento a ter capital aberto. Motivo de lamentação para investidores estrangeiros que aplicam recursos no setor de construção civil e vivem em busca de novas opções.

"Eles reclamam porque não conseguem enxergar a cadeia toda. Compram ações nas construtoras, mas não conseguem ter papéis de fornecedoras de insumos e matérias-primas, o que é muito comum fora do país. Serve até de termômetro para que apliquem mais ou menos nas construtoras", diz o presidente da empresa.

Outro aspecto interessante de estar quase solitária na BM&F Bovespa - a fabricante de cerâmicas Portobello também tem papéis no pregão -, diz respeito à divulgação de dados e estratégias da empresa.

"Todos os trimestres os concorrentes têm amplo acesso aos nossos números. Isso obriga a companhia a ser muito ágil em suas decisões para estar à frente quando o mercado fica sabendo nossa posição".

Conhecida por ser uma das maiores pagadoras de proventos do mercado brasileiro, a empresa tem seu capital pulverizado na bolsa.

Isso significa que, isoladamente, não há um investidor ou um grupo que controle a companhia.

Aproximadamente 75% das ações da Eternit estão dispersas no mercado. Ou seja, pertencem a milhares de investidores.
Fonte:brasileconomico23/09/2011

23 setembro 2011



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