23 setembro 2011

HP demite Apotheker e Meg Whitman assume comando

Ex-CEO da SAP Leo durou menos de um ano no cargo.

A Hewlett-Packard anuncia que o CEO Leo Apotheker foi afastado de seu cargo nesta quinta-feira e substituído pela ex-CEO do eBay, Meg Whitman, menos de um ano depois que ele assumiu o cargo.

Fortes rumores nos últimos dias anteviam que o conselho da HP estava prestes a afastar o executivo. Segundo analistas, Apotheker chegou na HP em um momento de turbulência, após a saída do CEO, Mark Hurd, após um escândalo envolvendo sua relação com uma funcionária de uma empresa parceira da HP. Hurd acabou conseguindo um lugar como co-presidente na rival Oracle.

Essa é a segunda troca de comando da companhia em pouco mais de um ano. Hurd deixou a empresa em agosto do ano passado. Com a posse de Meg, a HP coloca na história o segundo comando feminino. O primeiro aconteceu entre 1999 e 2005 com Carly Fiorina.

O mercado não reagiu bem a uma série de decisões de Apotheker, incluindo a aquisição da empresa de softwares Autonomy e quando falou que tinha a intenção de separar a divisão de PCs da HP. Este último tema provocou uma grande queda no preço das ações da HP, o que pode ter acelerado a queda também de Apotheker.

No geral, a experiência da HP tem algo de déjà vu para Apotheker, dada a dificuldade que experimentou como CEO da SAP. Executivo da empresa alemã por um longo tempo, Apotheker também durou menos de um ano no posto mais alto, e foi substituído por Jim Hagemann Snabe insiders e Bill McDermott, em fevereiro de 2010, quando a SAP voltou para o formato de co-CEO que tinha usado no passado.

"Eu acho que Apotheker entrou para executar um tarefa ingrata", disse o presidente e analista principal da Pund-IT, Charles King. "É difícil para qualquer CEO entrar em uma empresa que está em crise, como era claramente o caso da HP após a saída de Mark Hurd."

Ainda assim, a intenção de separar a área de PCs "pode ter sido uma cirurgia muito radical do ponto de vista do mercado," King acrescentou.

Outros fatores importantes que levaram à mudança na liderança da HP foi a falta de metas financeiras nos três últimos trimestres e o monte de dinheiro gasto na área software por meio de aquisições de empresas como Automony e Vertica, sem definir uma estratégia clara para o futuro, segundo a analista do IDC, Crawford del Prete.

"Parte da empresa e Leo, provavelmente subestimaram o quão difícil seria essa transformação", disse Del Prete. "Eles não têm sido capazes de comunicar eficazmente a sua estratégia e visão."

"Ter a confiança dos investidores é uma coisa muito difícil", acrescentou. "Quando se começa a ficar desgastada, é muito difícil para a pessoa obter a confiança de volta."

Além de Wall Street, a ideia também pode ter despertado algumas preocupações na base de clientes da HP, disse o analista sênior da Technology Business Research, Ezra Gottheil.

"Eles são o maiores fornecedores de PC do mundo, e os mais lucrativos depois da Apple", disse ele. "Falar de separação de ativos sem qualquer resolução sobre a decisão foi uma surpresa. Como é que você, como cliente, responderia? Eu acredito que eles estão preocupados. Levaram uma grande base instalada de clientes ".

Há também a questão de saber se tal movimento seria um caminho para a HP mudar sua imagem como uma empresa de consumo, de acordo com King.

Grande parte do negócio de 40 bilhões de PCs da HP "é puxada por acordos corporativos", disse ele. "Se fosse desmembrada, a divisão ainda estaria intimamente ligada às vendas HP. Não há como separá-la completamente, especialmente a parte de serviços da HP que lida com a implementação e gestão junto aos clientes. "

"Pode ser o negócio de menor margem na HP, mas ainda é rentável", acrescentou.

Além disso, livrar-se de sua divisão de PC pode prejudicar negócios de servidores da HP, porque a empresa depende das compras em alto volume junto aos fabricantes de componentes, disse Del Prete do IDC.

No geral, é ainda provável que Whitman continuará empurrando HP para tornar-se mais de uma enterprise company, disse King. "É, claramente, onde os estão os lucros."

A escolha de Whitman como CEO é uma combinação de coisas, de acordo com King.

"Por um lado, ela é conhecida e, obviamente, tem experiência significativa na gestão de uma empresa multibilionária eBay". No entanto, muito pouco do passado da Whitman faz dela a melhor aposta para uma empresa do tamanho da HP, nem levando em conta que ela tem "profunda experiência em TI ", disse o executivo da Pund-IT.

Além disso, Whitman participou de uma corrida malsucedida para o cargo de governadora da Califórnia, mas "continuou a discutir suas ambições políticas", afirma King.

É possível que Whitman dará para HP alguns "star power" ocupando a cadeira de CEO, enquanto a diretoria da empresa orientará a estratégia mais ampla enquanto define um CEO mais permanente, segundo a opinião de King.

O primeiro passo para a HP e para Whitman poderia ser reavaliar o PC como principal área da empresa e que o sistema WebOS pode ser desenvolvido para uma estratégia em torno de softwares e da nuvem. Também poderia dar uma declaração clara sobre o rumo da HP sem prejudicar as empresas existentes.

Apotheker se equivocou com o sistema WebOs, que foi comprado junto à Palm pelo ex-CEO Hurd, avalia o presidente da Endpoint Technologies Associates, Roger Kay. A HP matou seus tablets com WebOS, deixando apenas os softwares.

A empresa disse que estava avaliando reter o software webOS e licenciá-lo a terceiros. Se a HP queria webOS para ser uma plataforma de terceiros, eles poderiam ter feito isso há algum tempo. Mas muito poucos fabricantes de dispositivos querem licenciá-lo, afirmou Kay, acrescentando que tem pouca chance contra outras plataformas móveis, como iOS da Apple e o Android, do Google.

"Ninguém quer licença desse sistema. Se eles não constroem seu próprio hardware e não pode licenciá-lo, eles compraram Palm para nada", disse Kay.

Pensando mais na frente, a HP tem algumas opções, incluindo "uma possibilidade de para se tornar um líder em uma empresa de nuvem, como âncora de um grande ecossistema de produtos e serviços", disse o analista da Forrester Research, Frank Gillett, em um comunicado.

Mas poderá haver repercussões para o board por causa da “remoção súbita” de Apotheker, escreveu um analista da Bernstein Research antes da HP fazer o anúncio.

"A remoção repentina de Apotheker e o fato de que tais discussões do Conselho vazaram mais uma vez para a imprensa pode comprometer ainda mais a já frágil credibilidade do Conselho de Administração", afirma a nota. "Nossas conversas com os principais acionistas também indicam que eles ficaram descontentes com o Conselho, dado que aprovou uma série de decisões (queima de Hurd, a contratação de Leo; aprovação da aquisição Autonomy; o anúncio prematuro da saída do negócio de PC ) que ficaram desalinhadas com os seus interesses.”Por IDGNewsService
Fonte:computerworld22/09/2011

23 setembro 2011



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