31 março 2015

Segundo CEO, Petrobras não venderá BR Distribuidora

Petrobras: petroleira estatal aprovou recentemente um plano para desinvestir US$ 13,7 bilhões

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, declarou na última reunião do Conselho de Administração da empresa que a BR Distribuidora não será vendida, relatou nesta terça-feira o conselheiro que representa os funcionários da petroleira, Silvio Sinedino.

O conselheiro fez uma transmissão ao vivo pelo site YouTube para relatar fatos tratados na última reunião do Conselho, na quinta-feira passada.

Sinedino se coloca contra a venda de ativos da Petrobras, que considera uma forma de privatização.

A petroleira estatal aprovou recentemente um plano para desinvestir 13,7 bilhões de dólares no biênio 2015 e 2016.

Durante a transmissão, Sinedino destacou ainda que a Petrobras está demitindo funcionários terceirizados, que, segundo ele, têm poucas garantias junto à empresa.

"A Petrobras está cortando muitos contratos de terceirização, desempregando muita gente", afirmou Sinedino.

CONFLITO

O conselheiro também se declarou contra a nomeação do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, ou do presidente da Vale, Murilo Ferreira, para presidir o Conselho de Administração.

Coutinho, que já era conselheiro, assumiu a cadeira da presidência na última reunião do CA e permanecerá de forma interina até que Ferreira ocupe a vaga, na Assembleia Geral dos Acionistas, marcada para 29 de abril. Depois disso, Coutinho deve permanecer como conselheiro.

“Como pode um credor ser o presidente do Conselho de Administração, acho que há um conflito claro de interesses”, afirmou Sinedino. Ele também afirmou que a Vale pode ser sócia da Petrobras em algum ativo, o que também poderia configurar conflito.

Sinedino comentou ainda a decisão do membro do Conselho eleito pelos acionistas minoritários, Mauro Cunha, de não concorrer a um novo mandato.

Segundo Sinedino, ele e Cunha têm ideologias diferentes, mas ambos querem que a Petrobras se recupere da atual crise e também não concordam com a forma como o Conselho tem tomado decisões.

Em nota, Cunha afirmou que deixa o conselho devido a uma "frustração pessoal com a incapacidade do acionista controlador em agir com o devido grau de urgência para a reversão dos inúmeros problemas que trouxeram a Petrobras a sua atual situação".

Para Sinedino, o Conselho virou um "homologador das decisões do governo”.

A próxima e última reunião do conselho antes da Assembleia Geral acontece em 17 de abril.

Procurada para comentar as declarações de Sinedino, a Petrobras não se manifestou imediatamente. Leia mais em Exame 31/03/2015

31 março 2015



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