25 março 2015

Kraft anuncia fusão com a Heinz, controlada por grupo brasileiro

A H.J Heinz, propriedade do grupo brasileiro 3G Capital, e a Kraft Foods, anunciaram nesta quarta-feira um acordo de fusão para criar a quinta maior companhia de alimentação e bebidas do mundo.

A nova empresa, que passará a se chamar Kraft Heinz Company, terá receita anual de US$ 28 bilhões, com sede central entre as cidades de Pittsburgh, na Pensilvânia, e Chicago, em Illinois, detalharam as companhias em comunicado.

Segundo os termos do acordo, já aprovado pelos conselhos de administração de ambos os grupos, a Heinz controlará 51% das ações da nova empresa, enquanto a Kraft ficará com os 49% restantes.

Os atuais acionistas da Kraft receberão um dividendo especial de US$ 16,50 por ação. Para financiar a operação, o 3G Capital e a Berkshire Hathaway, propriedade do investidor americano Warren Buffett, injetarão US$ 10 bilhões na nova empresa.

A fusão, que deve ser completada até o final do ano, reunirá sob um mesmo grupo marcas populares como Heinz, Oscar Mayer e a própria Kraft. Três delas são avaliadas em mais de US$ 1 bilhão. Já outras cinco têm valor de mercado acima dos US$ 500 milhões.

A 3G Capital, dirigida pelo brasileiro Jorge Paulo Lemann, comprou há dois anos o grupo H.J Heinz por US$ 28 bilhões, uma operação que também contou com a participação da Berkshire Hathaway.

O grupo brasileiro também é proprietário de outras empresas conhecidas como o Burger King, além de controlar a InBev, a maior cervejaria do mundo com marcas como a Budweiser.

Após o anúncio do acordo, as ações da Kraft subiram 34%, alcançando um valor de mercado de US$ 48,5 bilhões. Nos últimos 12 meses, a valorização dos papéis do grupo foi de 47%.    EFE Leia mais em bol.uol 25/03/2015

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Heinz e Kraft fazem fusão com apoio de Buffett e fundo brasileiro 3G

Nova York, 25 Mar 2015 (AFP) - A fusão dos grupos Kraft Food e Heinz é o último capítulo para a consolidação do setor gastronômico dos Estados Unidos, cenário de profundas transformações.

Os grupos americanos H.J. Heinz Company (ketchup) e Kraft Foods Group (embutidos, queijos, cafés), se converterão assim no quinto grupo mundial da agroalimentação, com o apoio dos multimilionários Warren Buffett, americano, e Jorge Paulo Lemann, suíço-brasileiro, do fundo 3G Capital.

Os atuais acionistas da Heinz terão 51% do capital da nova sociedade, que se chamará The Kraft Heinz Company e será conduzida pelo diretor-geral atual da Heinz, Bernardo Hees.

Os acionistas que controlam a Heinz, Warren Buffet e o fundo de investimento brasileiro 3G Capital, reinvestirão 10 bilhões de dólares na sociedade para poder oferecer aos acionistas da Kraft um prêmio de fusão de 16,50 dólares por ação em dinheiro assim como 49% do novo grupo.

A empresa contará com oito marcas que contam com um volume de negócios superior a 1 bilhão de dólares e outras cinco marcas com receitas anuais entre 500 milhões e 1 bilhão de dólares.

Na véspera do anúncio, a capitalização da Kraft na Bolsa chegou aos 36 bilhões de dólares. A Heinz não cotiza na bolsa desde sua compra pela Buffet e seu aliado brasileiro.

O volume de negócios da Kraft Foods permaneceu estável em 2014, com 18,2 bilhões de dólares.

Há anos que o fundo 3G Capital, fundado pelo milionário suíço-brasileiro Jorge Paulo Lemann, pratica uma política de aquisições agressiva no setor de alimentos. Atualmente é dono da rede de fast-food Burger King.

O novo grupo estima vendas de 28 bilhões de dólares, ocupando a quinta posição mundial no ramo e o terceiro lugar nos Estados Unidos.

Grupo centrado nos EUA

Para os promotores da fusão, esse acordo deve resultar em uma economia de 1,7 bilhão de dólares por ano até 2017.

"É meu tipo de operação: reunir duas organizações de categoria mundial e obter dividendos para os acionistas", festejou Buffett, que até 2010 foi o principal acionista da Kraft, antes das fortes divergências estratégicas com a direção. A Kraft decidiu vender suas pizzas para financiar a aquisição do grupo britânico Cadbury, mas Buffett se opôs à decisão.

A Kraft, que nasceu em outubro de 2012 do desmembramento da Kraft Foods no grupo atual e na Mondelez, comercializa toda a gama de produtos alimentares que vão de mostarda a salsichas (Oscar Mayer), passando por cafés e queijos. A Kraft deixou para a Mondelez os salgadinhos e biscoitos, para se concentrar no mercado americano.

Mas essa estratégia se valeu de críticas daqueles que a consideram muito restrita, em um momento em que o mercado está maduro nos Estados Unidos e que a indústria enfrenta mudanças nos hábitos alimentares dos jovens, mais inclinados a produtos naturais e orgânicos. AFP Leia mais em Bol.Uol 25/03/2015
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Como a fusão Kraft-Heinz foi fechada em apenas 10 semanas

Para um negócio que criará o equivalente a um jumbo no setor de alimentos processados, a fusão da H.J. Heinz e da Kraft Foods Group Inc. foi organizada a uma velocidade alucinante.

Em apenas 10 semanas, a partir de meados de janeiro, as duas empresas entraram em acordo no negócio de US$ 46 bilhões, orquestrado pela firma de private-equity 3G Capital e pela Berkshire Hathaway Inc., de Warren Buffett, que haviam se juntado para comprar a Heinz há dois anos.

O fato de cada lado ser representado por uma única empresa de investment-banking ajudou a acelerar as negociações, segundo fontes informadas sobre o assunto. Contribuiu também a pressão sobre o CEO da Kraft, John Cahill, para fechar negócio -- ou assistir a 3G realizando uma transação com outra empresa, disseram elas.

A 3G disse a Cahill que a Kraft era a melhor opção, mas ao mesmo tempo deixou claro que iria atrás de outra empresa de alimentos se ambas não conseguissem chegar a um acordo, disseram as fontes.

A ideia de combinar Heinz e Kraft não era nova. A 3G passou meses examinando uma possível oferta e estudando onde seria possível cortar custos no abrangente império da Kraft, que vai dos queijos cremosos ao café.

No início do ano, foi tomada a decisão de seguir em frente com o negócio, segundo as fontes que forneceram os detalhes das negociações e que pediram anonimato por discutirem informações privadas.

No início de janeiro, a 3G convocou seu grupo fechado de conselheiros, formado por banqueiros da Lazard Ltd. e advogados da Cravath, Swaine Moore e da Kirkland Ellis. Como o início do ano normalmente é um período devagar para aquisições, alguns dos conselheiros ainda estavam de férias. A mensagem foi clara: a firma de private equity com sede no Brasil que se tornou a realizadora de negócios mais voraz do mundo no ramo de produtos de consumo estava pronta para atacar novamente.

Relacionamento fácil

Alex Behring da Costa, 48, um dos fundadores da 3G e presidente do Conselho de Administração da Heinz, pegou um avião para Chicago e dirigiu os últimos 24 quilômetros até o subúrbio próximo de Northfield, reduto da Kraft. Embora tenha sido a primeira vez em que ele esteve com Cahill, os dois homens iniciaram rapidamente um relacionamento fácil.

Até mesmo na primeira reunião, Cahill reconheceu a lógica de combinar as duas empresas, e ambos concordaram em reunir-se novamente em Nova York, onde evitariam levantar suspeitas.

Ao longo das semanas seguintes, Cahill e altos executivos da Kraft visitaram frequentemente a sede da 3G para negociar. Cahill e sua equipe pressionaram por um prêmio grande para justificar aos acionistas a perda do controle da empresa.

Os conselheiros da Heinz e da Kraft entraram em acordo ao avaliar a Kraft em torno de US$ 85 e US$ 90 por ação, disseram duas fontes que trabalharam no negócio, ou cerca de US$ 50 bilhões em valor patrimonial. Essa cifra inclui o pagamento de dividendos de US$ 16,50 por ação e um prêmio para os acionistas da Kraft, disseram as fontes.

Preocupações antitruste

A 3G não fez segredo de que queria fechar um meganegócio. Alvos como Kellogg Co., Campbell Soup Co. e Mondel?z International Inc., a divisão de lanches da qual a Kraft foi separada, vinham sendo especulados há meses. Cahill estava ciente da vantagem de fazer negócio primeiro ou, caso contrário, enfrentar a perspectiva de que uma concorrente fechasse uma transação semelhante depois, disse uma fonte informada sobre o assunto.

Outro fator que permitiu que o negócio transcorresse em um ritmo tão rápido foi a ausência de preocupações antitruste, o que muitas vezes é um ponto de atrito nas fusões.

"As marcas das duas empresas não são concorrentes, e nas fusões de empresas de itens de consumo embalados os produtos podem ser vendidos facilmente se os órgãos reguladores estiverem preocupados com a perda de concorrência entre qualquer uma delas", disse Fiona Scott Morton, ex-economista-chefe da divisão antitruste do Departamento de Justiça, atualmente na Faculdade de Administração de Yale.

O negócio é a primeira transação acima de US$ 10 bilhões que não incluiu grandes bancos -- dominantes no mercado de assessoria a fusões e aquisições -- em pelo menos uma década. A Centerview Partners LLC atuou como conselheira da Kraft, e a Lazard assessorou a Heinz. Título em inglês: How Kraft Merger With Heinz Was Put Together in Speedy 10 Weeks  |  Ed Hammond e Jeffrey McCracken (Bloomberg) --  Leia mais em Bol.Uol 26/03/2015
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Sócio da 3G, Buffett será maior acionista da nova Kraft Heinz

Juntas, Kraft e Heinz serão a quinta maior empresa de alimentos do mundo. Bloomberg News
O acordo que está unindo dois dos maiores nomes da indústria de alimentos dos Estados Unidos — a Kraft e a Heinz — é complexo, mas para os fãs de Warren Buffett, aqui está o que interessa: a empresa do megainvestidor, a Berkshire Hathaway Inc., BRKB -0.28%  terá a maior parte da nova companhia que resultará da fusão.

Por meio da transação fechada entre a Berkshire a a firma brasileira de private equity 3G Capital Partners LP para comprarem juntas a Heinz, em 2013, a empresa de Buffett possui um pouco mais da metade da fabricante americana de ketchup. E pelo anúncio feito ontem, os “acionistas existentes da Heinz” terão 51% da nova empresa, que se chamará Kraft Heinz Co.

Ao contrário da Heinz, que teve seu capital fechado com a chegada de Buffett e da 3G, a Kraft Heinz será negociada em bolsa, com os atuais acionistas da Kraft ficando com 49% da nova empresa.

A Berkshire pagou US$ 4,5 bilhões pela sua fatia na Heinz e agora está contribuindo com um pouco mais de US$ 5 bilhões para fechar o negócio com a Kraft, o que no fim dará a Buffett cerca de 25% da Kraft Heinz.

As companhias não revelaram o valor do negócio, mas com base na cotação das ações da Kraft após o anúncio, os investidores estimam que ele gire em torno de US$ 48 bilhões.

O The Wall Street Journal foi o primeiro a anunciar, na noite de terça-feira, que a Kraft Foods Group Inc. KRFT +1.07%  e a H.J. Heinz Co. estavam negociando uma fusão. As ações da Kraft subiram 35,62% ontem, fechando a US$ 83,17.

A fusão acontece em um momento em que a Kraft e outros grandes fabricantes de alimentos dos EUA sofrem com as mudanças no gosto do consumidor, que tem trocado alimentos industrializados por opções mais saudáveis.


Na verdade, a 3G parece ser a única firma capaz de fazer os lucros crescerem no setor de alimentos. As margens de lucro da Heinz antes de juros, impostos, depreciação e amortização ficaram em 26% no ano passado, bem acima dos 18% registrados quando o negócio envolvendo a 3G foi anunciado, em junho de 2013. O aumento foi fruto de agressivos cortes de custos e inovações de produtos.

No caso da Anheuser-Busch InBev BUD -0.69%  NV, formada em 2008 graças a uma negociação orquestrada em parte por Jorge Paulo Lemann, um dos sócios da 3G que era acionista da InBev, a nova gestão conseguiu gerar uma economia de US$ 325 mil apenas orientando os funcionários no Reino Unido a fazer impressões em preto e branco usando a frente e o verso das folhas de papel. Entre outras iniciativas, a empresa também promoveu vastas demissões nas operações nos EUA e reduziu drasticamente as viagens de executivos em jatinhos. E ampliou os investimentos na equipe de vendas.

Com a fusão da Kraft e da Heinz, a estimativa é que as economias de custos anuais possam atingir US$ 1,5 bilhão até o fim de 2017, de acordo com a 3G e a Berkshire.

A 3G usa um processo chamado “orçamento base zero”, pelo qual cada divisão da empresa tem de justificar seus custos desde a base todo ano, técnica que tem sido fundamental na sua estratégia para reestruturar empresas de alimentos de consumo. O objetivo é fortalecer as margens de lucro e gerar caixa para investir em estratégias e produtos mais promissores.

A nova companhia resultante da união da Kraft e da Heinz manterá duas sedes, em Pittsburgh, no Estado da Pensilvânia, onde fica a Heinz, e em Northfield, no subúrbio de Chicago, origem da Kraft. Mas os executivos da 3G não quiseram comentar se já há planos de demissões.

Os acionistas da Kraft receberão um dividendo especial de US$ 16,50 por ação, valor que representa 27% do preço de fechamento da Kraft na terça-feira. A Berkshire e a 3G fornecerão os US$ 10 bilhões para financiar esse pagamento.

A 3G estava procurando alvos de aquisição após ter captado recentemente cerca de US$ 5 bilhões. A firma de Lemann e os empresários Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira se tornou uma empresa importante no setor norte-americano de alimentos. Em 2010, a 3G comprou a rede de fast-food Burger King Worldwide Inc. No ano passado, adquiriu a rede de cafés canadense Tim Hortons Inc. por meio do Burger King Holdings. O negócio de US$ 11 bilhões foi financiado parcialmente por Buffett.

A Berkshire e a 3G também indicaram que não pretendem vender suas participações na nova empresa no curto prazo, afirmando que “estão comprometidas em ser proprietárias da Kraft Heinz no longo prazo”.

Em entrevista à rede de televisão americana CNBC ontem, Buffett disse que a Berkshire terá cerca de 320 milhões de ações da nova empresa. Ele informou que as negociações duraram cerca de quatro semanas.

Ao ser questionado se a estrutura do acordo é atraente o suficiente para os acionistas da Kraft, Buffett disse que “até o momento parece que eles gostaram, e se eles não gostarem, eles provavelmente podem vender [as ações] por muito mais do que talvez a Kraft pudesse ser vendida para qualquer um”.

Alex Behring, presidente do conselho de administração da Heinz e sócio-gerente da 3G Capital, presidirá o conselho da Kraft Heinz, e Bernardo Hees, diretor-presidente da Heinz, será o diretor-presidente da nova empresa. John Cahill, presidente do conselho de administração e diretor-presidente da Kraft, será o vice-presidente do conselho da nova empresa. O conselho será formado por cinco membros indicados pelo atual conselho da Kraft e outros cinco indicados pelo atual conselho da Heinz, incluindo três membros da Berkshire e três membros da 3G Capital.

A Kraft Heinz será a quinta maior empresa de alimentos do mundo, atrás da Nestlé SA, NSRGY -1.10%  Mondelez International Inc., MDLZ -1.76%  PepsiCo Inc. PEP +0.35%  e Unilever Group, UL -0.84%  de acordo com a firma Euromonitor International Inc.

A atual Kraft surgiu de um grande desmembramento corporativo em 2012, quando ela foi separada da empresa de mesmo nome. Com essa operação, também foi criada uma fabricante internacional de salgadinhos, hoje chamada Mondelez International Inc.

Apesar de uma estrutura de custos enxuta, a Kraft continua vulnerável às mudanças de gosto dos consumidores. Sua receita no ano passado ficou estável em US$ 18 bilhões, quanto o lucro líquido caiu 62%, para US$ 1 bilhão. De acordo com a própria Kraft, ela perdeu participação de mercado em 40% de seus negócios nos EUA e permaneceu estável nos demais.

O negócio entre a Kraft e a Heinz contou com a assessoria financeira de apenas uma empresa em cada um dos lados, e em nenhum dos casos foi uma gigante de Wall Street. A Lazard assessorou financeiramente a Heinz e a Cravath, Swaine & Moore and Kirkland & Ellis foi responsável pela assessoria jurídica. No caso da Kraft, a Centerview Partners LLC foi sua assessora financeira e a Sullivan & Cromwell, a jurídica. (Colaboraram Annie Gasparro, David Kesmodel, James R. Hagerty, Miriam Gottfried e Spencer Jakab.)  Por DANA CIMILLUCA, DANA MATTIO e CHELSEY DULANEY CONNECT Leia mais em thewallstreetjournal 26/03/2015

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A Kraft publica em seu site apresentação referente a transação : View Presentation Kraft Heinz Creating a Global Food & Beverage Leader . Abaixo alguns slides extraídos do referido documento.






















25 março 2015



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