19 setembro 2011

A receita da rentabilidade para expandir os negócios. Um estudo sobre as PMEs que mais crescem no Brasil

Com o objetivo de entender como as pequenas e médias empresas cumprem o desafio de crescer e ampliar a rentabilidade de suas operações, a Deloitte e a revista Exame PME realizaram este estudo em parceria.

Em sua sexta edição, a pesquisa “As PMEs que mais crescem no Brasil” traz um ranking das 250 pequenas e médias empresas brasileiras que registraram os níveis mais elevados de crescimento ao longo dos últimos três anos encerrados, além de apontar a visão de seus líderes a respeito de fatores fundamentais para reforçar pontos estratégicos às organizações inseridas em uma economia mais madura e competitiva.

Para as PMEs, o desafio está em desenvolver uma visão holística da organização. Nesta receita, mensurar os fatores internos de forma eficiente – da rentabilidade à importância das pessoas no desempenho – e sempre avaliar os indicadores dos mercados em que atuam são ingredientes básicos no desenvolvimento de um negócio.

A busca da rentabilidade é a principal meta financeira das empresas emergentes que apresentaram crescimento acelerado nos últimos três anos. Este ponto sinaliza o reconhecimento da importância de gerir estrategicamente os seus investimentos e pensar não apenas no crescimento propriamente dito dos negócios, mas na capacidade de mantê-los operando em níveis rentáveis. Da mesma forma, além de reconhecer a necessidade de aplicar e acompanhar os investimentos, a análise mostra que as PMEs que mais crescem reconhecem o capital humano como fator essencial ao contínuo bom desempenho.

O universo definido para a realização da pesquisa abrange organizações brasileiras que estão em operação desde, pelo o menos, 1º de janeiro de 2006 e que possuem receita líquida entre R$ 5 milhões e R$ 250 milhões em suas demonstrações financeiras referentes ao final de 2010.

Amostra da pesquisa

O ciclo de expansão no Brasil deve continuar. Porém, a forte retomada no crescimento presenciada em 2010 não deve ser replicada da mesma forma no médio prazo. Mesmo assim, a constante evolução do consumo interno, a recuperação gradual da indústria e o baixo nível de desemprego sinalizam um ambiente favorável aos negócios no País.

Evolução do PIB

No caminho que leva à manutenção do rápido crescimento no médio prazo nos próximos 3 a 5 anos, as PMEs acreditam que, além de oferecer produtos e serviços com preços mais atraentes e com uma melhor percepção de valor, o capital humano, a partir da atração e retenção de profissionais qualificados, passa a ser o principal desafio.

Principais fatores decisivos para o crescimento das PMEs(%)


Ao analisar os fatores decisivos e as estratégias para o crescimento dos últimos três anos relacionados às iniciativas que devem impulsioná-lo no médio prazo, a importância de expandir a oferta de serviços e acessar novos mercados é o ponto que mais tem destaque (de 40% para 64% da amostra nos próximos 3 a 5 anos).

Nas estratégias a priorizar para a condução do crescimento no médio prazo, há destaque também, por parte dos líderes das PMEs que compõem o ranking, para a necessidade de lançar novos produtos ou serviços e na criação de novos canais de venda.

Estratégias a priorizar para a condução do crescimento(%)


A elaboração de um plano de negócios e/ou planejamento estratégico é extremamente importante para uma boa formulação de metas. Da mesma forma, é um norteador para a condução das estratégias e a mensuração dos fatores fundamentais para estabelecer o crescimento no médio prazo. O plano, em resumo, contribui para a organização medir os impactos internos e externos à estrutura e apoiar a evolução estimada pelos gestores.

Das organizações que compõem o ranking, 82% utilizam ferramentas de planejamento e gestão (52% estabelecidos formalmente e 30% não documentadas). Apenas 1% das PMEs não possui e não pretende formular seus objetivos e metas. As demais pretendem adotar algum plano de negócios no curto prazo (9% da amostra).

Sua empresa possui um planejamento estratégico documentado?(%)

No médio prazo, uma das principais dificuldades apontadas nos desafios para o crescimento pelas PMEs que integram o ranking é a obtenção de recursos para financiar operações. Para 48% da amostra, o acesso ao crédito e outras formas de financiamento é decisivo para a ampliação da expansão ou manutenção das receitas nos próximos 3 a 5 anos. Nos últimos três anos, 36% apontaram o mesmo tema como fator decisivo para atingir a meta de crescer rapidamente.

As principais fontes de recursos utilizadas pelas PMEs (%)


As empresas que integram o ranking das que mais crescem acreditam que o principal benefício ao listar suas ações na Bolsa de Valores é a obtenção de capital para investimento com custo baixo (72% da amostra).
Para ter acesso e tornar-se uma companhia aberta, elas reconhecem a necessidade de melhorar o sistema de governança (52% da amostra), o que é visto como um benefício.

A governança aparece na rotina de negócios das PMEs e é presenciada pela adoção de instrumentos de governança, como a existência de uma diretoria executiva (69% da amostra) e conselho administrativo e/ou fiscal (40%). Ainda há destaques para práticas como a adoção de código de ética e conduta (35% da amostra) e publicação das informações contábeis (25% da amostra). Elas também apontam que pretendem estabelecer (49% da amostra) um plano de sucessão, um ponto importante, já que 69% das integrantes do ranking são grupos familiares. Do total de participantes 8% já contam com um plano implementado e 24% estavam o implementando no momento da realização da pesquisa.

Análise dos indicadores financeiros


Taxa média anual de crescimento por setor (%)

Fonte:DeloitteToucheTohmatsuLimited & exame 19/09/2011

19 setembro 2011



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