Para presidentes de empresas, 2012 será melhor que 2011

Presidentes executivos de grandes empresas do setor de consumo traçam cenários otimistas para o Brasil, apesar do agravamento da crise econômica mundial nas últimas semanas.

“O ano de 2012 não será tão bom quanto 2010, mas será melhor que 2011”, afirma o presidente do Grupo Pão de Açúcar, Enéas Pestana, para quem as taxas de juros deverão cair para 9% no ano que vem. A varejista definiu, na semana passada, um planejamento estratégico mais agressivo para os próximos três anos e vai acelerar seus projetos de expansão.

Participaram das reuniões os dois sócios do grupo, o empresário Abilio Diniz e o presidente da rede francesa Casino, que estão em litígio envolvendo o controle acionário da varejista brasileiro. E ambos concordaram em acelerar a expansão, disse Pestana.

Ao reduzir os juros na semana passada, o governo já demonstrou que tomará medidas para não deixar que a economia esfrie demais, avalia o presidente do Grupo Pão de Açúcar.

“O cenário mudou”, diz o executivo, que acredita que o governo pode reagir mais rapidamente hoje às mudanças, como fez em 2008, com o estouro da crise americana. Mas o País está mais bem preparado hoje. “O Brasil vive um momento de pleno emprego e esse é o fator que mais influencia o consumo”, diz o executivo.

O presidente da AmBev, maior cervejaria do Brasil, João Castro Neves, também é otimista. A empresa fará neste ano o maior investimento de sua história, no valor de R$ 2,5 bilhões, para ampliar sua capacidade de produção em torno de 10% a 15%.

O governo, afirma Neves, vem dando sinais de que manterá o aumento do salário mínio de 14% no ano que vem, o que vai proporcionar uma recuperação da renda.

Mas, se o crescimento da renda é positivo para empresas, elas também enfrentam agora uma maior pressão por reajustes de salário por parte de seus funcionários. Na AmBev, os trabalhadores paralisaram a fábrica de Jacareí nesta semana. “Isso faz parte de um processo democrático”, disse Neves, que respondeu apenas que manterá as negociações com os trabalhadores.

Maior fiscalização na venda de bebidas
Os presidentes do Pão de Açúcar e da AmBev acompanharam hoje o governador de São Paulo Geraldo Alckmin em uma visita a um hipermercado Extra na cidade de São Paulo .O evento fez parte de uma campanha que está sendo realizada pela fabricante e pela varejista para coibir a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos.

Durante o evento, Alckmin afirmou ser contrário à criação de impostos para financiar a saúde. “Sou contra a criação de qualquer imposto novo, seja para financiar a saúde ou a educação. Governar é escolher. O governo precisa escolher onde vai investir o orçamento”, afirmou Alckmin.

O presidente da AmBev avalia que o governo demonstrou não estar disposto a adotar medidas como a elevação dos impostos sobre as bebidas alcoólicas para financiar setores, como a saúde. “Se aumentar demais o imposto, o consumo cairá e isso também afetará a arrecadação”, afirma Neves.
Neste ano, o setor de bebidas já foi penalizado, com um elevação de 15% na alíquotas dos impostos incidentes sobre cervejas e refrigerantes.
Fonte:iG09/09/2011

11 setembro 2011