Você já sabe: ninguém é e nem pode ser insubstituível numa organização, por mais competente que seja. Nenhuma empresa pode ficar refém de um profissional que centraliza informações e não compartilha conhecimentos.
No passado, quando havia pouca mobilidade e os profissionais permaneciam décadas no emprego, a preparação do sucessor nas várias instâncias da empresa não era uma preocupação dominante.
Hoje, faz parte dos planos estratégicos corporativos prever a substituição dos executivos, por inúmeros motivos. O profissional tanto pode ser promovido, desviado para outras funções ou expatriado, como pode ir embora para outra empresa ou ser demitido.
Ou seja, em qualquer circunstância, a empresa deve ter em seus quadros talentos que possam assumir as tarefas do antecessor no cargo, principalmente quando se trata de funções estratégicas.
As empresas não querem mais atrair executivos insulares, extremamente centralizadores e autossuficientes, que não privilegiam o trabalho em equipe e acreditam que a organização não consegue sobreviver sem eles.
Executivos que resistem a passar sua experiência e seus conhecimentos para os liderados, treinar os mais novos e, sobretudo, aqueles que poderão vir a substituí-los.
Mas o que ocorre, porém, quando a empresa perde um gênio, que é o símbolo da própria empresa e o responsável pelas inovações que fizeram seu sucesso, como ocorreu agora com o afastamento de Steve Jobs do comando da Apple?
Antes de responder vamos tomar como exemplo a General Electric, uma das maiores e mais admiradas empresas do planeta, que atua em diferentes setores, como de energia, água, transporte, saúde, serviços financeiros e entretenimento, fabricando desde turbinas para aviões e equipamentos para indústrias até lâmpadas elétricas.
Pois bem, esse conglomerado nasceu do gênio de Thomas Edison e teve como embrião um modesto laboratório que ele criou em Menlo Park, em Nova Jersey, em 1876. Mais tarde, a empresa de Edison fundiu-se com a concorrente Thomson-Houston Company, dando origem à poderosa GE.
Embora Thomas Edison tenha sido um dos maiores inventores de todos os tempos e a alma criativa da empresa que criou, a General Electric, após sua saída de cena, soube crescer mantendo a inovação como seu mais importante atributo.
Os gênios e os grandes talentos, como Jack Welch, o lendário CEO da própria GE por 20 anos, são fundamentais para alavancar a inovação e levar o negócio ao sucesso. Além disso, muito da reputação da empresa se apoia no carisma de seu comandante, na sua capacidade de liderar e de espalhar o DNA da criatividade por toda a organização, como parece ser o caso de Steve Jobs.
A empresa deve estar sempre preparada para viver sem a presença de seus fundadores, dos gênios e dos grandes talentos que fizeram sua história, criando uma cultura que incentive a inovação e estimule a formação e o desenvolvimento de profissionais que absorvam os conhecimentos e os ideais de seus antecessores.
Os executivos e outros profissionais não podem deixar que informações e o conhecimento fiquem represados em feudos, seja por vaidade ou burocracia.
O mercado e o ambiente interno reagem a mudanças. No momento da transição de lideranças, o fundador ou controlador precisa demonstrar que transferiu sua genialidade à companhia, até mesmo na escolha do sucessor. Como disse Jobs em sua carta de despedida: "Acredito que os dias mais brilhantes e inovadores da Apple estão por vir." Marcelo Mariaca
Fonte:brasileconomico05/09/2011
05 setembro 2011
Ninguém é insubstituível numa empresa
segunda-feira, setembro 05, 2011
Governança Corporativa, Plano de Negócio, Tese Investimento, Timing
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Ruy Moura
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