08 abril 2016

Bancos esperam mais perdas com calotes

Os bancos estão mais preocupados com o aumento da inadimplência no país em função da deterioração da economia brasileira. O Relatório de Estabilidade Financeira (REF) relativo ao segundo semestre de 2015, divulgado ontem pelo Banco Central, mostra que, diante da situação, as instituições financeiras aumentaram suas provisões para perdas, restringiram a oferta de crédito e passaram a renegociar as dívidas dos clientes.

“O cenário de retração econômica, juros elevados, piora das condições de emprego e redução no nível de confiança dos consumidores e dos empresários começou a se refletir de maneira mais pronunciada nos indicadores de crédito. Para fazer frente a esse cenário, os bancos vêm preservando a cautela na concessão de crédito, renegociando e reestruturando as dívidas dos tomadores e, no caso dos bancos privados, aumentando de modo significativo a cobertura das provisões para a inadimplência”, diz o texto.

REFLEXO DA CRISE
O diretor de fiscalização do BC, Anthero Meirelles, disse que as atuais dificuldades econômicas explicam o aumento da inadimplência e das renegociações com os bancos, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Tiveram uma leve alta também as chamadas operações reestruturadas, que são as negociações que os bancos fazem em casos especiais: na tentativa de salvar o principal da dívida, acabam assumindo algumas perdas.

— Os dados de inadimplência são coerentes com o momento que a gente está vivendo. De fato, a situação econômica começa a se refletir nos dados de crédito. Em um ambiente de maior aperto econômico, a renegociação aumenta de intensidade.

Ele acrescentou que o crescimento da inadimplência é maior nas operações de crédito sem consignação e cartão de crédito e afeta menos áreas de imóveis e consignado. Meirelles afirmou que a expectativa do BC é que a inadimplência continue crescendo, seguindo a deterioração da economia.
Já o presidente do Banco Central Alexandre Tombini, ao falar num evento do Banco Itáu em São Paulo, fez projeções mais otimistas para economia, pelo menos no que se refere à inflação. Segundo ele, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial) entrou em declínio em fevereiro, continuará em queda nos próximos meses e estará no centro da meta de 4,5% anuais no ano que vem. Justificou suas projeções citando os preços administrados, que devem ter “comportamento moderado" e o auxílio do câmbio.

— Após uma inflação elevada em janeiro, causada pelos alimentos in natura, fevereiro apresentou o início do declínio da inflação de 12 meses. Nos próximos meses, importantes fatores levarão à manutenção (da queda) — disse Tombini. - O Globo Leia mais em portal.newsnet 08/04/2016

08 abril 2016



0 comentários: