25 abril 2016

Startup espanhola chega ao Brasil para concorrer com Uber

Empresa já recebeu mais de US$ 23 milhões em rodadas de investimento e está presente em cinco países da América Latina

ACabify é uma startup espanhola de mobilidade e tecnologia que irá começar a operar em maio na cidade de São Paulo. Concorrente do Uber, a empresa oferece o mesmo tipo de serviço de transporte particular. “Nossa vantagem é que os preços das corridas são fixos”, diz Ricardo Weder, diretor de operações da Cabify na América Latina.

Ao contrário da Uber, que varia o preço da corrida de acordo com a demanda, Weder diz que a Cabify calcula o valor das suas corridas a partir de uma taxa fixa sobre a quilometragem. Segundo o diretor, ainda não está definido quanto custará o quilômetro da corrida na Cabify em São Paulo. “Nós ainda estamos calculando o preço, mas sei que será competitivo em comparação com os valores cobrados por táxis e outros aplicativos concorrentes”, explica.

Perguntado sobre os problemas que a Uber passou no Brasil, Weder diz saber que existe um intenso debate sobre a legalidade desse tipo de serviço no país. “Nossos advogados estão pesquisando a melhor forma de estruturar o programa para que possamos operar sem problemas”, afirma. O diretor ainda diz que a modalidade mais provável de atuação será a mesma do Uber, com motoristas particulares, mas não descarta usar táxis. “Uma vez que existe a modalidade de táxis pretos em São Paulo, estamos pensando em como podemos trabalhar com essa categoria”, diz.

Os táxis pretos são uma nova categoria de serviço, aprovada pela prefeitura, em que os veículos não usam taxímetro e são acionados exclusivamente por meio de aplicativos. Essa modalidade exige alvará dos motoristas e a tarifa cobrada pode ser até 25% maior que a dos táxis comuns. No dia 27 de janeiro de 2016, cinco mil alvarás de táxis pretos foram emitidos pela prefeitura. Embora os motoristas da Uber pudessem concorrer às permissões de tráfego, não houve uma migração significativa, pois a empresa diz que seu serviço não se enquadra nas regras desse novo tipo de táxi.

Ao que tudo indica, a startup espanhola deverá funcionar com um modelo que misture o modo de operação da Uber com o novo serviço de táxi preto, já implementados em outras empresas, como a 99 Táxis. Também ainda não há um número definido de quantos motoristas ativos o serviço terá em maio. Weder afirma que a Cabify está realizando testes na cidade e que apenas no fim dessas avaliações é que o número será calculado. Segundo o diretor, do valor que o usuário brasileiro pagará ao motorista pela corrida, “a Cabify irá recolher entre 20% e 25%”. Essa é a mesma taxa que a Uber pratica com seus motoristas — o que talvez possa dificultar a migração de profissionais da Uber para a concorrente espanhola.

Por outro lado, a Cabify tem planos de bonificar seus motoristas que falam mais de um idioma. “Não temos definido quanto um motorista poderá ganhar a mais se falar outras línguas, mas deve ser em torno de 50%”, diz Weder, que ainda não definiu como a empresa irá avaliar o conhecimento dos motoristas em outras línguas.

Desde 2011, quando foi criada, a Cabify já recebeu US$ 23 milhões em três rodadas de investimento. Em 2014, a empresa recebeu US$ 8 milhões para expandir o serviço na América Latina. Atualmente, a Cabify está ativa em 17 cidades de cinco países: Espanha, Chile, Peru, México e Colômbia.

A Cabify tem versões para iOS, Android e navegadores e já está disponível para download. Por enquanto, ainda não aparecem motorista ativos em São Paulo. Por Valdir Ribeiro Jr Leia mais em revistapegn 22/04/2016

25 abril 2016



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