O bom desempenho do ano passado manteve o Brasil como o principal mercado da Scania no mundo, mas, diante de uma aguardada acomodação das vendas de veículos pesados, a filial brasileira da montadora sueca vislumbra um cenário mais desafiador neste ano.
A empresa trabalha com a perspectiva de estagnação do volume recorde alcançado pela indústria de caminhões no ano passado, que chegou à marca de 172,66 mil unidades vendidas.
Para os diretores da Scania, fundamentos econômicos dão condições para o país superar a marca de 200 mil unidades, mas o setor deverá sentir, principalmente no primeiro semestre, o impacto da adoção da nova norma de emissão de poluentes, o Euro 5, cuja implantação exigiu mudanças no motor de veículos pesados.
Na expectativa de aumento no preço do produto com a chegada da nova tecnologia, houve antecipação de compras no ano passado e agora as empresas do setor projetam uma acomodação de demanda.
Fora isso, executivos da Scania lembraram hoje, na apresentação dos resultados de 2011, que as vendas vão esbarrar na falta de familiaridade dos consumidores com o novo caminhão, que exige cuidados adicionais, como a utilização de um agente redutor de gases no sistema de escapamento - produto conhecido como Arla 32.
“Vivemos um momento de transição cultural ou de hábito”, afirmou Christopher Podgorski, responsável pelo marketing e vendas da Scania na América Latina.
As mesmas dificuldades devem ser enfrentadas no mercado de ônibus, que também precisou se adaptar ao Euro 5. Nas contas da Scania, as vendas de ônibus devem cair ao redor de 20% em relação ao desempenho recorde de 2011, quando 34,74 mil unidades foram emplacadas.
Para Podgorski, o mercado terá neste ano uma mudança de sazonalidade, na qual as vendas serão mais concentradas no terceiro e quarto trimestre, e não no segundo e terceiro quadrantes, como tradicionalmente acontece.
No ano passado, a Scania vendeu no Brasil 13,01 mil caminhões e 1,65 mil ônibus – melhor desempenho para esse veículo em vinte anos -, além de 2,51 mil motores. Os volumes mantiveram o Brasil, pelo terceiro ano consecutivo, como o principal mercado do grupo no mundo, à frente da Rússia e da Alemanha.
Para fora da América Latina, a Scania exportou no ano passado 4,05 mil veículos, entre caminhões e ônibus, superando o volume inferior a duas mil unidades do ano anterior. Entre os principais mercados atendidos estão África do Sul, Coreia do Sul, Rússia e Iraque.
Na fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a montadora produziu o volume recorde de 26,22 mil caminhões e ônibus em 2011, sendo 22,3 mil unidades apenas em caminhões.
Para 2012, a empresa diz que vai manter o foco na expansão da rede de revendas e no crescimento dentro do segmento de caminhões semipesados, no qual entrou em 2010 e alcançou vendas de 424 unidades no ano passado. Por Eduardo Laguna
Valor03/02/2012
03 fevereiro 2012
Scania vê estagnação no mercado de caminhões
sexta-feira, fevereiro 03, 2012
Automobilístico, Investimentos, Logística, Plano de Negócio, Tese Investimento
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Ruy Moura
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