A oferta do serviço de computação em nuvem (cloud computing, na sigla em inglês) é a nova aposta das empresas Oi (ex-Telemar) e a Embratel (América Móvil, controladora da Claro) para incrementar suas receitas, além do portfólio de produtos de voz e dados que já são vendidos no País.
Com a estratégia, as empresas saem na frente das concorrentes Vivo (Telefônica) e TIM (Telecom Italia Mobile) e se tornaram as primeiras operadoras de telefonia móvel do Brasil - dentre as que seguem ativas no mercado - a oferecer serviços na área de tecnologia da informação (TI).
A tendência é apontada por especialistas como alternativa de crescimento em receita em um segmento que se encontra estagnado no campo das novas oportunidades de negócio, como é hoje o das telecomunicações na telefonia móvel e fixa.
Com o novo serviço, as companhias se lançam em um mercado que cresce 70% por ano no País e que vai movimentar R$ 1 bilhão até 2014, segundo a consultoria IDC. "A operadora que não entrar neste mercado vai deixar de fazer novos negócios e, como consequência, perder em mercado e em receita", conta Maurício Vergani, diretor da unidade e novos negócios da Oi.
O executivo assumiu o cargo em março de 2011 depois de exercer a função de vice-presidente de empresas da Embratel, hoje controlada pela América Móvil do milionário mexicano Carlos Slim.
O serviço da Oi, batizado de Smart Cloud, faz parte da estratégia da empresa de renovar seu posicionamento junto ao setor corporativo, o qual prevê maior aproximação com as grandes corporações que compõem a carteira de clientes da empresa, que conta hoje com cerca de 15 mil companhias distribuídas por setores como financeiro, governamental e energético, por exemplo.
O investimento na oferta do serviço foi de R$ 30 milhões diluídos na aquisição de equipamentos para os oito data centers que a empresa possui no Brasil. Com o lançamento do serviço na nuvem, a expectativa da Oi é de dobrar a sua receita em bancos de dados nos próximos três anos.
A Embratel, contudo, anunciou o lançamento do seu serviço em computação em nuvem, Cloud Embratel. Não apenas no Brasil o serviço estará disponível, mas nos demais mercados-chave da empresa na América Latina: México, Colômbia e Argentina. No País, os novos serviços começarão a ser comercializados a partir de fevereiro. "Estamos muito contentes por proporcionar ao mercado corporativo novas soluções de cloud computing com valor agregado aos clientes", diz José Formoso, presidente da Embratel.
O serviço engloba soluções de armazenamento e servidores virtuais, comunicação unificada, telepresença e conferência via Web, e-mail corporativo e soluções de segurança. Com a tecnologia, a empresa poderá armazenar aplicativos, arquivos e outros dados em seus servidores, dispensando a instalação ou armazenamento no computador do usuário ou em um servidor próximo. "A nova oferta complementa o portfólio da Embratel para o mercado corporativo, ampliando a convergência de soluções de TI e de Telecomunicações", afirma Ney Acyr, Diretor Executivo Embratel Empresas.
Mercado
Analistas do setor apontam que a estratégia utilizada por Oi e Embratel em oferecer serviços de TI será adotada pelas demais empresas do setor por configurar em uma oportunidade de fidelizar os clientes de suas bases e levar vantagem na competição com empresas de tecnologia.
"As operadoras ganharam muito dinheiro em voz e agora seguem realizando investimentos na transmissão de dados, segmento que não vem crescendo como elas esperavam. Ofertar serviços de TI na base de clientes fortalece a cadeia de serviços junto a eles porque são empresas que já possuem experiência com as necessidades deles", diz Bruno Tasco, analista da consultoria Frost & Sullivan.
O analista da Teleco Eduardo Tude, por sua vez, aponta que ofertar serviços de TI em um ambiente de telecom é uma estratégia positiva, embora a expectativa de geração de receita seja restrita por se tratar de um nicho de mercado. "Comparados com outros serviços entre voz e dados, telefonia fixa e móvel, cloud computing em telecomunicações é ainda um ambiente muito restrito e isso pode não atender às expectativas de receita das empresas", aponta o consultor.
Concorrentes
Diferentemente das rivais Oi e Embratel, as operadoras Telefônica/Vivo e TIM oferecem serviços na nuvem apenas e m mercados do continente europeu, sobretudo na Itália e na Espanha.
Entre as duas empresas, a Telefônica/Vivo, líder do mercado de telefonia fixa do País, é a que está mais próxima de trazer o serviço ao mercado brasileiro, com perspectiva de construção de cinco data centers na América Latina. "Concordamos que a computação em nuvem é uma tendência entre as operadoras de telecom, não só no mercado brasileiro como também no global. Estamos preparando o lançamento do nosso produto no Brasil até o final do primeiro trimestre. A oferta vai demandar a construção de cinco novos data centers na América Latina, cujos investimentos são parte integrante do aporte divulgado pela empresa até 2014", disse à reportagem do DCI Maurício Azevedo, diretor de Marketing do Segmento Corporativo da Telefônica/Vivo. "Nós já disponibilizamos esta solução em nuvem na Espanha em dezembro de 2011, e os nossos parceiros de implantação do serviço são Cisco, Ericsson, VMWare, EMC² e VCE."
O que a TIM, empresa que mais cresceu em fatia de mercado em 2011 no Brasil, reserva no mercado brasileiro em cloud computing, entretanto, ainda está obscuro e sem data para acontecer. Por meio de comunicado, a empresa, presidida no Brasil por Luca Luciani, informou que "está acompanhando de perto o movimento do mercado em torno da computação em nuvem. Atualmente, apenas a Telecom Italia, controladora da operadora, oferta o serviço de cloud computing". Por Bruno de Oliveira
Fonte:dci02/02/2012
02 fevereiro 2012
Operadoras avançam no negócio de TI no País
quinta-feira, fevereiro 02, 2012
Investimentos, Plano de Negócio, Tese Investimento, TI, Transações MA
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Ruy Moura
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