20 outubro 2011

Atacado financia varejo farmacêutico no Brasil

Com margens de lucro apertadas, distribuidoras também estocam medicamentos para garantir entrega no prazo

Levar medicamentos para todo o Brasil deixou de ser a única função das distribuidoras. Além de armazenar os produtos, o segmento atacadista atua como financiador do varejo farmacêutico, pressionado pela união de laboratórios e fusões das grandes redes de drogarias.

Segundo a Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (Abafarma), os prazos de pagamento concedidos aos varejistas ultrapassam um mês, enquanto as indústrias oferecem ao atacado apenas 23 dias. Resultado: apesar da rápida entrega dos medicamentos, em média de dez horas, as distribuidoras mantêm apertadas margens de lucro.

“Além da negociação mais flexível com varejistas, os gastos com segurança e tecnologia para rastreamento dos caminhões são custeados inteiramente pela distribuidora”, reforça o presidente da entidade, Luiz Fernando Buainain. A Abafarma, que congrega as 23 maiores distribuidoras do País, movimenta mais de 5 milhões de itens por dia para abastecer cerca de 66 mil estabelecimentos, entre farmácias, drogarias, hospitais e clínicas.

Como os medicamentos são produtos de alto valor agregado e perecível, as drogarias trabalham quase sem estoque para economizar espaço e dinheiro. “E para atender a essa demanda com rapidez, as distribuidoras utilizam os centros de distribuição também como armazéns, a fim de não perder espaço no mercado”, complementa Buainain.

De acordo com dados do IMS Health, o volume de medicamentos distribuídos pelas maiores empresas do setor no país superou R$ 19,5 bilhões só no primeiro semestre de 2011. “Para ter sucesso neste ramo, não basta apenas ter uma frota. A entrega é um serviço especializado e exige muito conhecimento sobre logística, capital de giro e finanças sólidas. A atividade é fundamental para o acesso da população à saúde, mas ainda carregamos o estigma de sermos meros intermediários”, acredita.

Abafarma-Fundada em 1986, a entidade reúne as 23 maiores distribuidoras de medicamentos e HPC (Higiene, Perfumaria e Cosméticos) do Brasil, responsáveis por 80% do PIB do setor e com faturamento mensal médio de R$ 1,5 milhões. Atualmente, as associadas à Abafarma atendem 63 mil farmácias, hospitais e clínicas e geram 28 mil empregos diretos e indiretos.[www.abafarma.com.br].
Fonte:revistafator20/10/2011

20 outubro 2011



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