24 outubro 2011

Foco Educacional avalia negócios na educação básica

Enquanto o mercado de educação superior é disputado por grandes grupos, a gestora de recursos carioca Local Invest está de olho no ensino básico.

Em março, a empresa criou a holding Foco Educacional e no mês seguinte fez sua primeira aquisição, o colégio Anglo-Americano, do Rio. Agora, negocia a compra de outras quatro instituições - uma delas em Niterói - e de um sistema de ensino, segundo Luis Fernando Pessôa, sócio-fundador da Local Invest.

"Hoje, o setor privado de ensino básico tem 7 milhões de alunos e 20 mil colégios no país. Muitos são negócios familiares, de uma professora que começou sua escola e deu certo. Mas a maioria sequer tem uma contabilidade organizada", diz Pessôa. "Não existe uma rede de ensino básico nacionalmente forte".

Ele não revela o valor da compra do colégio Anglo-Americano - tradicional escola de classe média do Rio de Janeiro que pertencia ao senador Ney Suassuna. Seu filho, Rodrigo Suassuna, diretor da escola, assumiu o cargo de diretor-presidente da holding. "Nosso negócio é investimento, precisávamos de um parceiro que entendesse de educação", afirma Pessôa. O Anglo-Americano tem cinco unidades no Rio, trabalha também com ensino a distância, e um total de 3,5 mil alunos.

O objetivo da Foco Educacional é ousado: ter 80 mil alunos em quatro anos, dos quais 40 mil no ensino básico presencial. Para isso, pretende abrir, adquirir ou ampliar redes em cidades que estão crescendo graças a investimentos públicos e privados, como São Gonçalo e Itaboraí, onde ficará o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). "A Petrobras vai levar 6 mil trabalhadores para lá que vão precisar de ensino de qualidade", afirma Pessôa.

Na estratégia do grupo estão todas as classes sociais. "Nós fazemos pesquisa de mercado para ver o que cabe em cada região. Hoje, por exemplo, há uma demanda enorme de escolas para a classe AA na Zona Sul do Rio de Janeiro", observa. Macaé, Juiz de Fora, cidades do Vale do Paraíba no Rio, entre outras. Para gerar escala, o grupo também quer investir em ensino técnico profissionalizante. "É raro ver atualmente escolas privadas técnicas. O que temos são as Cefets, Faetecs e o Senai". Os colégios adquiridos teriam aulas normais de manhã e à tarde, e seriam transformados em escolas de ensino profissionalizante no período da noite.

Além de escolas físicas, a holding também está voltada para negócios no segmento de educação a distância e na área de sistemas de ensino (instituições que vendem apostilas e metodologias de educação).Por Paola de Moura
Fonte:Valor24.10.2011

24 outubro 2011



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