O megainvestidor americano Sam Zell está de volta ao setor imobiliário residencial brasileiro. Depois de se desfazer da Gafisa, de boa parte do portfólio da Bracor e em processo de desinvestimento da Brazilian Finance & Real Estate, o bilionário está comprando o controle da Thá, um grupo paranaense com atuação nas áreas de incorporação, engenharia e vendas de imóveis.
A operação está sendo feita por meio da Equity International, braço de "private equity" de Zell que em outubro levantou US$ 650 milhões para seu quinto fundo de investimento. Procurada pela reportagem, a Equity International afirmou que tem como política não comentar operações até que "estejam totalmente fechadas".
O Valor teve acesso a um e-mail enviado por Sandro Westphal, presidente da Thá, aos funcionários na sexta-feira, falando da transação com o fundo. "É nesse espírito renovado que anuncio que a partir de 2012 temos um novo acionista-controlador no grupo Thá, o Equity International", afirmou o executivo na mensagem de fim de ano. Por meio da assessoria de imprensa, a Thá afirmou que não se pronunciaria neste momento.
A Equity International assume agora um grupo de 116 anos, com ação bastante diversificada. Além da incorporação de imóveis residenciais - negócio conhecido por Zell no Brasil desde 2005, quando ingressou no capital da Gafisa -, a Thá tem uma empresa de engenharia e de vendas imobiliárias, que são ramos novos para a Equity International no país.
Por aqui, ainda estão no portfólio de Zell uma pequena fatia da empresa de shopping center BR Malls, alguns imóveis da Bracor (de imóveis empresariais para aluguel), a AGV (logística) e a GuardeAqui (armazenagem de móveis), último investimento feito pelo bilionário no Brasil, em fevereiro de 2011.
Ao longo do ano passado, a Equity fez uma série de desinvestimentos no país, vendendo a Gafisa e quase todo o portfólio da Bracor. Na semana passada, o fundo também anunciou que deve sair da Brazilian Finance, voltada para o financiamento imobiliário, em uma operação de venda para o banco PanAmericano. Zell tinha interesse em permanecer na companhia, mas encontrava dificuldade, já que o mandato do fundo é para investimentos imobiliários.
Em entrevista ao Valor em fevereiro do ano passado, Thomas McDonald disse acreditar que os preços no país estavam altos, atingindo um patamar parecido com o que o México vivenciou cinco anos atrás. Apesar disso, o executivo falava que ainda tinha apetite para o Brasil.
Na Thá, o Equity International vai passar a explorar também a prestação de serviços, que se dá por meio dos segmentos de engenharia e imobiliária. Essas áreas prestam serviços tanto para o grupo quanto para terceiros, o que fez com que a Thá acabasse ultrapassando as fronteiras do Paraná. Entre os clientes estão, por exemplo, as varejistas Walmart e Carrefour.
No segmento de incorporação residencial, a atuação da Thá ainda está restrita à região Sul. Além do Paraná, o grupo tem erguido prédios em Santa Catarina.
Há cinco anos, a Thá chegou a ensaiar abertura de capital e lançamento de ações no mercado, mas desistiu do projeto no meio do caminho. O presidente da empresa, Westphal, achava que precisava crescer mais para não prejudicar a operação.
Por isso, uma associação com fundo de participações também já era estudada há bastante tempo, pelo menos desde 2005. Em 2007, quando fez captação via eurobônus, a Thá teve contato com investidores na Europa e nos Estados Unidos, tornando seu nome conhecido no cenário internacional. Em setembro de 2010, Westphal foi a Nova York para conversar com investidores americanos e chineses sobre apoio em futuros lançamentos imobiliários.
Em fevereiro do ano passado, o grupo vendeu 60% da imobiliária Thá para a Lopes, após dez meses de negociação. Em comunicado, informou que o negócio poderia chegar a R$ 45 milhões.
O grupo já está na quinta geração da família Thá, de origem italiana, mas a administração da empresa acabou sendo profissionalizada há sete anos. Westphal, que é funcionário da Thá há quase 15 anos, está no comando do grupo faz três anos.
Em seu site, a Thá informa que em 2009 faturou R$ 708 milhões. Por Carolina Mandl e Marli Lima
Fonte:Valor03-01-2012
03 janeiro 2012
Megainvestidor Sam Zell compra controle do grupo paranaense Thá
terça-feira, janeiro 03, 2012
Consolidação, Infraestrutura, Investimentos, Plano de Negócio, Private Equity, Tese Investimento, Transações MA
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Ruy Moura
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