11 janeiro 2012

Holding Petropar paga US$ 286 milhões pela Fiberweb

A holding Petropar, controladora da gaúcha Fitesa, com sede em Gravataí, concluiu a compra dos negócios na área de descartáveis higiênicos da Fiberweb na Ásia e na Eupopa e de 50% da joint venture FitesaFiberweb nas Américas.

A empresa desembolsou US$ 286 milhões na operação, que em 2010 apresentou vendas líquidas somadas de US$ 424 milhões.

Com a transação, fechada em 30 de dezembro do ano passado, o grupo petroquímico gaúcho passa a ocupar o posto de segundo maior conglomerado de não tecidos do mundo.

O valor da operação já inclui o desconto dos passivos assumidos pela companhia no total de, aproxidamente, US$ 57 milhões em relação aos 50% da dívida financeira líquida da joint venture FitesaFiberweb e US$ 17 milhões relacionados a outros passivos das empresas adquiridas, principalmente associados a benefícios a empregados e leasing de instalações industriais.

A operação será financiada por meio de empréstimos bancários ou oferta pública restrita de emissão de debêntures não conversíveis em ações e empréstimo a ser celebrado entre a companhia e a Terramar Investimentos.

Dando continuidade a seu processo de expansão no mercado brasileiro, a nova gigante do segmento de não tecidos assinou, ontem, um protocolo de intenções com o governo do Estado referente a instalação de uma segunda planta em Gravataí, cuja inauguração está prevista para março de 2012.

Desde 2008, o município da Região Metropolitana de Porto Alegre é a única sede das operações da empresa no País. O governador em exercício Beto Grill, o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik e o diretor da Fitesa Renê Ruschel firmaram o acordo, que garante incentivos através dos programas Fundopem e Integrar.

"O Brasil é um mercado-alvo para a Fitesa, por isso decidimos investir US$ 20 milhões em uma nova planta em Gravataí", afirma Ruschel. Na fábrica, serão produzidos não tecidos especiais, feitos a partir da tecnologia chemical bonded (consolidação química, na tradução literal). O não tecido é um produto similar ao tecido, mas se diferencia por dispensar a necessidade de tecelagem durante sua confecção. As duas unidades industriais de Gravataí permitirão que a capacidade atual de produção seja ampliada de 45 toneladas por ano para 55 toneladas a cada 12 meses. O material criado tem como destino tanto o mercado interno quanto o externo.

"Vamos trazer uma nova tecnologia para o País e novas máquinas. Faremos produtos diferentes, mas igualmente voltados para a indústria de higiênicos e descartáveis", destaca Lavinia Leite, controladora da Fitesa. Apesar do aumento da escala produtiva, o local pretende contratar apenas 30 funcionários. Eles se somam aos 245 empregados hoje em atividade. A companhia se responsabilizou em treinar e capacitar a mão de obra contratada especialmente para o manuseio do maquinário.


O governador em exercício Beto Grill disse que a iniciativa vai ao encontro da diversificação da base produtiva, um dos objetivos prioritários do Rio Grande do Sul. Já Mauro Knijnik considerou a ampliação da Fitesa um passo importante para o programa de industrialização gaúcha. "Através desse programa atraímos a empresa, que já tem uma unidade em Gravataí. Essa ampliação é importante, pois traz novas tecnologias e também ajuda o nosso polo petroquímico, já que a Fitesa usa matérias produzidas lá", menciona.


O titular da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento também assinalou que o Estado manterá uma postura agressiva na captação de investimentos. "Estamos visitando as grandes empresas e depois visitaremos as médias e pequenas para ver quais são os problemas delas e como podemos ajudá-las a crescer", detalha.
Por Fernando Soares
Fonte:JornaldoComercio11/01/2012

11 janeiro 2012



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