12 maio 2020

Roberto Setúbal: “Precisamos aceitar que empresas vão quebrar”

Roberto Setúbal acha que a crise imporá mudanças inevitáveis à economia, e que a sociedade precisa aceitar esse ajuste e permitir que empresas quebrem.

“A economia vai necessitar se ajustar à nova demanda. Há empresas que não existirão mais nesse futuro porque não haverá demanda suficiente para a existência delas, mas outras surgirão,” Setúbal disse numa call do BBA.

O co-chairman do Itaú Unibanco comparou a flexibilidade do mercado de trabalho dos Estados Unidos com a rigidez do europeu.

Enquanto o modelo americano permite demissões em massa e o Governo ajuda os desempregados com auxílios emergenciais, na Europa os governos tentam proteger empregos a qualquer custo ajudando as empresas.

Para Setúbal, o resultado é óbvio: a economia dos EUA vai se ajustar muito mais rapidamente.

“Eles deixam a empresa que não é mais necessária do ponto de vista macroeconômico quebrar, e aquele empregado vai trabalhar no setor que está demandando. Quando você tenta proteger o emprego e a empresa que deixa de ser viável, o ajuste se torna mais doloroso e mais longo.”

Setúbal disse que o juro baixo no Brasil é extremamente positivo, já que diminui o custo financeiro das empresas e as ajuda a atravessar a crise.

Mas também há efeitos colaterais, como o dólar mais caro.
“Acho que isso veio pra ficar... Vamos ter que conviver com o real mais desvalorizado e ajustar a economia a esse novo patamar, já que isso terá consequências para alguns setores.”
Enquanto o banqueiro falava, o dólar batia novo recorde, chegando a R$ 5,87.

Na call, o empresário lembrou ainda que historicamente o Itaú aproveitou as crises para fazer grandes aquisições.
“Não estou dizendo que vamos comprar alguém, mas se aparecer alguma coisa interessante, que faça sentido, vamos estar presentes.” ... Pedro Arbex Leia mais em braziljournal 07/05/2020

12 maio 2020



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