A LAVCA divulgou investimento recorde no ano passado em startups da América Latina. Brasil recebeu quase 60% dos recursos
Movimento em São Paulo durante a quarentena: startups que captaram investimentos em 2019 estão mais preparadas para a pandemia de agora (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
As startups brasileiras (e de toda a América Latina) nunca captaram tantos recursos quanto no último ano. A região recebeu US$ 4,6 bilhões em 440 negociações de capital de risco (ou venture capital) em 2019. Sozinho, o Brasil representa 58% desse volume.
As informações são da Associação de Investimento em Capital Privado da América Latina (LAVCA). Mais dinheiro fluiu para todos os estágios de startups: incubação (seed), início (early stage) e tração/expansão (late stage).
A associação divulgou os dados em uma teleconferência e lançou um questionamento: como ficarão esses números diante da pandemia causada pelo novo coronavírus?
Segundo a LAVCA, a era do crescimento a qualquer custo popularizada na China e no Vale do Silício acabou -- pelo menos por enquanto. Os capitalistas de risco agora encorajam suas investidas a entrarem em modo de sobrevivência. A resiliência e criatividade dos empreendedores latino-americanos será testada neste ano. Nunca foi tão importante criar soluções para problemas complexas mantendo os custos eficientes.
Quem conseguiu recursos antes da pandemia está em vantagem. "As startups que captaram em 2019 terão vantagem para enfrentar essa pandemia, seja para aproveitá-la ou para pivotar seu modelo se necessário", afirmou na teleconferência Julie Ruvolo, diretora de venture capital na LAVCA.
Andy Tsao, diretor do Silicon Valley Bank, alerta que as negociações de crédito atuais pendem mais aos credores. "O investimento não é uma panaceia para a startup. Você deve avaliar o risco de tomar crédito. Tenha certeza de que poderá lidar com essa dívida, projetando a habilidade da sua companhia em navegar em cenários ruins, como um corte de 75% na sua receita."
Isso não significa que 2020 é um ano perdido mesmo para startups de potencial. "Empreendimentos com uma base sólida e capitalizados se darão bem", completou Francisco Alvarez-Demalde, do fundo Riverwood Capital. "Para um bom negócio sempre existe capital, mesmo em uma época ruim. Pense no seu negócio, nos mercados que você precisa atingir para cuidar das suas finanças. Você pode atrasar ou eliminar a necessidade de recursos externos atingindo essa rentabilidade, mantendo-se capitalizado com dinheiro próprio."
O ano das mega rodadas
O último ano foi marcado pelas mega rodadas, ou aportes acima de US$ 50 milhões, na América Latina. Foram 18 investimentos do tipo, aumentando o volume de capital, mas deixando-o mais concentrado. As startups brasileiras receberam US$ 2,49 bilhões por 222 acordos em 2019. No ano anterior, esses números eram de US$ 1,3 bilhão e 259 negociações.
A maior mega rodada do último ano foi o aporte na Rappi. A startup colombiana de delivery recebeu US$ 1 bilhão do SoftBank.
Com exceção dessa rodada, as outras nove que compõem o top 10 das mega rodadas foram feitas por meio da colaboração de fundos de VC locais e globais. É o caso do investimento de US$ 400 milhões no Nubank e do investimento de US$ 300 milhões na Gympass.
Rodadas capitalizadas, fundos capitalizados
As mega rodadas são possíveis porque os próprios fundos de capital de risco estão mais capitalizados do que nunca. Em 2019, esses veículos conseguiram US$ 1,08 bilhão em fundos parciais ou já encerrados. Exemplos são a argentina KaszeK Ventures, que captou US$ 600 milhões, e o brasileiro Canary, que captou US$ 75 milhões.
No estágio de incubação (seed), os investidores latino-americanos mais ativos de 2019 foram Canary, Y Combinator, Bossa Nova Investimentos, 500 Startups, MAYA Capital, Monashees e Global Founders Capital.
No estágio inicial, estão KaszeK Ventures, Canary, Bossa Nova Investimentos, Crescera Investimentos, Monashees, IGNIA, Redpoint eventures, QED Investors e DILA Capital.
Por fim, quem mais aposta nas startups latino-americanas em tração/expansão são SoftBank, General Atlantic, KaszeK Ventures, Redpoint eventures, Riverwood Capital e Valor Capital... Leia mais em revistapegn 12/05/2020
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Ruy Moura
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