21 maio 2020

Cemig posterga investimentos e negociações para venda de ativos

Decisão é devido a incertezas geradas pela pandemia e seus impactos sobre os mercados
Empresa mineira de energia, Cemig, espera ser beneficiada com medidas do governo

 A estatal mineira Cemig decidiu adiar parte dos investimentos previstos para 2020 e postergar negociações para venda de ativos devido a incertezas geradas pela pandemia de coronavírus e seus impactos sobre os mercados, disseram executivos da companhia em teleconferência nesta segunda-feira (18).

Com isso, os aportes da empresa de energia para este ano estão previstos agora em R$ 1,75 bilhão, queda de 13% ante os 2 bilhões originalmente programados. O novo número leva em conta a postergação de 168 milhões de reais em investimentos em distribuição, 17 milhões nos negócios em geração e 81 milhões de reais na área de transmissão.

Os menores desembolsos em distribuição, no entanto, devem ser compensados à frente, com preservação do total previsto anteriormente para aplicação no setor entre 2020 e 2022, segundo apresentação divulgada pela companhia.

Os efeitos do coronavírus sobre a economia brasileira e mundial ainda terão reflexos sobre o plano de venda de ativos da Cemig, que vinha buscando se livrar de negócios não essenciais para reduzir o endividamento, disse o diretor financeiro, Leonardo George de Magalhães. "Entendemos que não é o momento adequado para falar de alienação de ativos nesse ambiente, apesar de a companhia manter seu programa de desinvestimentos", afirmou.

Entre os ativos que a elétrica mineira ainda pretende vender estão uma participação na Light e na hidrelétrica de Belo Monte, entre outros. Antes controladora da Light, que é responsável pela distribuição de energia na região metropolitana do Rio de Janeiro, a Cemig reduziu a fatia na empresa a 22,58% no ano passado, por meio de uma oferta secundária.

A participação restante na elétrica fluminense foi classificada como "ativo mantido para venda" no balanço da Cemig e gerou um impacto negativo de 609 milhões de reais no primeiro trimestre, devido à desvalorização das ações no período.

Os papéis da Light recuaram cerca de 60% entre janeiro e março, em meio a uma queda na bolsa brasileira em geral e preocupações de investidores em relação aos impactos da pandemia sobre as operações da empresa.

Mas o diretor financeiro disse que a Cemig deve conseguir reduzir sua alavancagem em 2020 mesmo sem contar com vendas de ativos. Ele destacou que a companhia já obteve 100 milhões de reais em reduções de custos e ainda espera ser beneficiada com medidas do governo para apoiar distribuidoras de energia.

O Ministério de Minas e Energia tem buscado viabilizar mais de 10 bilhões de reais em empréstimos às distribuidoras para ajudar as empresas a lidar com efeitos da Covid-19 sobre o mercado, como uma forte queda no consumo e a elevação da inadimplência.

"Com a liquidez que já temos, mais o apoio do governo federal através dos empréstimos da Conta-Covid, e demais ações de redução de custos, vamos garantir redução de alavancagem da companhia mesmo que a gente não venda nenhum ativo nesse momento", disse Magalhães.

Risco Cambial

O diretor financeiro da Cemig também disse que a empresa pretende reduzir sua exposição cambial, após ter registrado perdas no primeiro trimestre devido aos impactos da dívida em moeda estrangeira. Ele ressaltou, no entanto, que o atual momento de estresse nos mercados exige "parcimônia" nesse movimento.

"A administração da Cemig está atenta a essa questão e, passada a pandemia, vai tomar todas as ações necessárias para reduzir sua exposição cambial", afirmou Magalhães... Leia mais em domtotal 19/05/2020


21 maio 2020



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