A listagem será feita, como antecipado, na Nasdaq (Imagem: Renan Dantas/ Money Times)
Por Investing.com
A XP publicou na sexta-feira (15/11) durante o feriado no Brasil o prospecto de seu aguardado IPO. A listagem será feita, como antecipado, na Nasdaq, que recebe as principais empresas de tecnologia do mundo.
O documento arquivado na SEC (a ‘CVM’ norte-americana) traça as linhas gerais da oferta pública das ações da corretora, mas ainda não detalha pontos importantes como o número de ações que será ofertada, o cronograma e a faixa de preços da ação.
O que é o IPO da XP?
A principal corretora do Brasil detém marcas conhecidas do investidor brasileiro. A XP Inc, novo nome da holding, controla as corretoras XP, Rico e Clear; o portal de notícias e educação financeira Infomoney; o Banco XP; a rede social Leadr; as três unidades de gestão XP Advisory; XP Gestão e XP Vista; e a XP Asset Management, entre outras.
A empresa será listada nos EUA, com o ticker XP, em uma operação que poderá precificar a XP em mais de US$ 12 bilhões, segundo o Valor.
A XP quer levantar entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões com o IPO.
Quem é o dono da XP?
Os fundadores e sócios da XP Controle são os atuais controladores da companhia, com aproximadamente 61% do capital votante. São cerca de 370 pessoas, entre diretores, executivos e funcionários da corretora e as subsidiárias.
Após a oferta pública, a XP Controle deverá seguir no comando da companhia. Essa dominância poderá ser encerrada caso os donos optem por fazer um follow-on no futuro ou se o Itaú (ITUB4) exercer o direito de adquirir, em 2022, 12,5% em que hoje estão na mão do grupo. O bancão será o único dos sócios a não vender papéis na oferta.
A XP Inc possui quatro empresas controladoras:
49,9% – Itaú detém a maior participação, com 49,9% do capital total, mas apenas 30,06% dos votos.
30,12% – O XP Controle detém pouco mais de 30% do total, mas possui 60,89% do capital votante
17,32% – O General Atlantic controla 17% da companhia e 8,52% dos votos
2,66% – O Dynamo detém 2,7% do total e 0,54% do capital com direito a voto.
Como funcionam as ações classe A e a classe B?
A XP possui dois tipos de ações ordinárias, conhecidas como Classe A e Classe B. No Brasil, essa divisão das ações ordinárias não é permitida, mas é um instrumento comum em listagem nos EUA.
No caso da XP, as ações Classe B (apelidadas de superordinárias) possuem 10x mais poder de voto do que as de Classe A e estão nas mãos da XP Controle, General Advisory e Itaú, em proporções não reveladas. O Dynamo possui apenas Classe A.
Além do direito a 10 votos por papel, os detentores de ações Classe B possuem direitos de conversão para Classe A, prioridade em aumento de capital ou novas emissões para manter sua participação e não ser diluído.
Na bolsa, serão listadas apenas as ações Classe A.
Quando vai ser o IPO da XP?
O prospecto da XP não define o cronograma para o IPO, mas a expectativa é que o processo de bookbuilding ocorra nas próximas semanas, com precificação em 12 de dezembro.
Como investir no IPO da XP?
O IPO ocorrerá somente na Nasdaq, sem listagem na B3, o que seria mais acessível para o investidor brasileiro.
Para participar, é preciso ter acesso a uma corretora autorizada a operar nos EUA, com acesso à bolsa de tecnologia.
Quais os principais números operacionais da XP?
A XP informa ter 1,5 milhão de usuários ativos – isto é, aqueles que possuem ao menos R$ 100 em alguma de suas empresas e que fez alguma transação nos últimos 30 dias contabilizados no final de setembro. Crescimento de mais de 100% sobre os 763 mil no ano passado.
Ao todo, a XP possuía R$ 350 bilhões em custódia no final de setembro, número 93,4% maior do que os R$ 181 bilhões em igual período de 2018.
No final do ano passado, a XP mostrou crescimento de 60% nos ativos sob gestão, com R$ 202 bilhões, contra R$ 126 bilhões em 2017. No final de 2016, eram R$ 65 bilhões.
A rede de assessores de investimento soma 5,9 mil profissionais e o nível de satisfação dos clientes é de 71, medido pelo NPS.
Qual lucro da XP?
Ao contrário de diversos IPOs de tecnologia nos EUA, a XP se destaca por ser uma empresa que já está dando lucro há vários anos.
Nos nove primeiros meses de 2019, a XP reportou lucro de R$ 657 milhões, crescimento de 75% sobre os R$ 376 milhões em igual período de 2018.
A receita bruta totalizou R$ 3,69 bilhões de janeiro a setembro, crescimento de 64% sobre os R$ 2,26 bilhões no mesmo período do ano passado (Imagem: Renan Dantas/ Money Times)
Nos anos fechados, a XP apurou lucro de R$ 244 milhões em 2016, R$ 428 milhões em 2017 e R$ 491 milhões em 2018.
A receita bruta totalizou R$ 3,69 bilhões de janeiro a setembro, crescimento de 64% sobre os R$ 2,26 bilhões no mesmo período do ano passado.
O Ebitda ajustado somou R$ 657 milhões até setembro de 2019, alta de 75% na comparação anual.
Como a XP vai usar o dinheiro do IPO?
A XP detalhou cinco iniciativas para aplicar o dinheiro do IPO, entre elas o desenvolvimento e lançamento do banco digital, meio de pagamento e produtos de seguros. Em outubro, o Banco Central autorizou a XP a operar como banco múltiplo, com capacidade de ofertar crédito.
Além da formação do banco, o IPO deverá financiar o crescimento da empresa; marketing; investimento em formação de profissionais; futuras aquisições; e outros gastos.
Quais bancos coordenam a oferta pública da XP?
Os coordenadores da oferta são o Goldman Sachs, JP Morgan, Morgan Stanley, XP Investiments e Itaú BBA.
Participam ainda do IPO, o Bank of America, Citigrop, Credit Suisse e o UBS
Prospecto da oferta
O documento preliminar que detalha a oferta de ações da XP pode ser encontrado no site da SEC ou diretamente pelo link... Leia mais em mon estimes 18/11/2019
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