23 novembro 2019

Ele teve uma hora com Jeff Bezos e conseguiu US$ 30 milhões

Matias Muchnick, CEO e fundador da NotCo, se apresentou durante o Festival de Inovação e Cultura Empreendedora 2019, realizado em São Paulo, no Co.W Berrini

Imagine o seguinte cenário: você consegue um pitch de uma hora com a pessoa mais rica do planeta. O que fazer? Bom, Matias Muchnick se preparou bem e apresentou a Jeff Bezos, CEO e fundador da Amazon, a sua ideia de negócio. Muchnick tem uma startup chilena que usa inteligência artificial para produzir alimentos à base de plantas. Bezos curtiu e colocou US$ 30 milhões no negócio. Hoje, a startup já conta com uma operação global, presente no Chile, Argentina, Brasil e Estados Unidos.

Entre os produtos desenvolvidos estão a maionese à base de grão de bico, o sorvete à base de ervilha e o leite à base de repolho e abacaxi. Em 2020, a empresa lançará no mercado seu hambúrguer e estrear no mercado norte-americano. Matias apresentou-se durante o Festival de Inovação e Cultura Empreendedora, evento que acontece em São Paulo, no Co.W Berrini.

Durante a apresentação, contou a história da startup - um negócio fundado por três chilenos que se conheceram em Harvard, com origens em mercados como tecnologia, finanças e biotecnologia. Juntos, criaram uma inteligência artificial capaz de analisar a composição molecular de 35 mil plantas para desenvolver e criar a partir do zero alimentos “tradicionais”. Muchnick afirma ter o objetivo de conectar as pessoas com a origem do alimento que consomem. “Essa desconexão entre os ingredientes e os produtos é brutal. E não são consumidores que devem lutar contra isso. São as empresas”, afirma.

Segundo o banco suíço UBS, o segmento de proteína à base de vegetais pode chegar aos US$ 85 bilhões até 2030, frente aos US$ 4,6 bilhões de 2018. O potencial de crescimento do mercado de não-carne atrai frigoríficos, redes de fast food e investidores de startups. A Impossible Foods produz 226 toneladas de carne à base de vegetais por mês e em agosto fechou contrato com o Burger King.

Desde a fundação, em 2011, levantou mais de US$ 750 milhões de investidores como Google Ventures e Temasek, além do próprio UBS. Para não ficar para trás, o McDonald’s correu e lançou em setembro uma parceria similar com a Beyond Meat, empresa listada na bolsa e com valor de mercado avaliado em mais de US$ 4 bilhões. No Brasil, Marfrig e Fazenda Futuro lançaram seus similares. Com outra proposta – criar carne de boi e de frango por multiplicação celular em laboratório –, a foodtech Memphis Meats levantou cerca de US$ 20 milhões da Tyson Foods e dos bilionários Bill Gates e Richard Branson.

Do lado da NotCo, os objetivos são tão expressivos quanto os números do setor. A NotCo quer ser uma empresa que opera como uma multinacional, mas toma “decisões rápidas como uma startup”. No Chile, a NotMayo (não-maionese) da empresa já ocupa 12% do marketshare de maioneses do país. Desse total, 92% dos consumidores não são vegetarianos ou veganos.

No Brasil, a maionese foi lançada oficialmente em maio e no ano que vem adicionará ao seu portfólio o leite NotMilk e o sorvete NotIceCream, em parcerias com redes como GPA, Carrefour e St. Marché. Neste ano, também inaugurou um escritório para pesquisa e desenvolvimento em São Francisco, na Califórnia. “O mercado está mudando, porque usamos ciência e tecnologia para fazer isso. O resto da indústria também precisa correr atrás, porque, no fim do dia, todos somos afetados.”.. Leia mais em epocanegocios 23/11/2019

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