29 outubro 2013

Empresas de TI se preparam para uma nova onda de IPOs

Pelo menos cinco empresas do setor de tecnologia da informação se preparam para captar recursos no mercado de capitais. Quality Software, BRQ IT Services, Altus, BSI Tecnologia e Cast Informática vão seguir o caminho de Totvs, Positivo Informática, Senior Solution e Linx, que abriram o capital na bolsa nos últimos anos.

 Apesar da crise global, os processos de abertura de capital de empresas de TI se aceleraram no mundo no segundo trimestre deste ano, quando 16 companhias fizeram oferta pública inicial, totalizando US$ 2,82 bilhões. No Brasil, espera-se que esse movimento se torne mais significativo em 2014 ou 2015, com um nova corrida à bolsa pelas empresas do setor.

 A Quality Software, especializada em terceirização de projetos de infraestrutura de TI, é a empresa que está mais perto de lançar sua oferta. Já fez o pedido de registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a listagem de ações na Bovespa Mais. O próximo passo será definir o banco que coordenará a oferta e observar o mercado à espera do momento mais adequado, quando a economia iniciar um movimento de reaquecimento.

 No caso da BRQ, o executivo-chefe da empresa, Benjamin Quadros, prevê que 2014 ainda será um ano fraco e, por isso, acredita que provavelmente a abertura de capital se dará em 2015 ou 2016. A BRQ encerrou 2012 com aumento de 26% da receita, para R$ 400,6 milhões, e projeta para este ano uma nova expansão superior a 20%, acompanhando a tendência do setor.

 Sergio Alexandre Simões, da PricewaterhouseCoopers, considera que não há pressa para as empresas de TI no Brasil abrirem seu capital, porque o mercado ainda oferece oportunidades para captação de recursos por meio de fusões ou aportes de capital. A própria BNDESPar, que esteve por trás das ofertas iniciais de Totvs, Bematech, Linx e Senior Solution, apoia com grande interesse essas operações de capitalização. Por Cibelle Bouças |Valor Econômico
Fonte: resenhaeletronica 29/10/2013


Grupos de TI avaliam abertura de capital a partir de 2014 

 A Quality Software, companhia de terceirização de projetos de infraestrutura de tecnologia da informação (TI), está a poucos passos de fazer sua oferta pública inicial de ações. A companhia já fez o pedido de registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e listagem de ações no Bovespa Mais, o mercado de acesso da bolsa paulista. "No momento, a empresa está respondendo a ofícios da CVM, que é a etapa final para a aprovação do pedido de listagem", diz Julio Britto Junior, executivo-chefe da Quality.

 O passo seguinte será definir o banco que administrará a oferta. "O mercado não está tão positivo, mas a empresa está preparada para abrir o capital no momento mais adequado nos próximos 36 meses", diz Britto.

 A Quality Software não está sozinha nessa jornada. Outras companhias de TI, como BRQ IT Services, Altus, BSI Tecnologia e Cast Informática, preparam-se para captar recursos no mercado de capitais nos próximos anos, seguindo o caminho da Totvs, Positivo Informática, Senior Solution e Linx, todas com ações em bolsa.

 "No mundo, os processos de abertura de capital de empresas de TI se aceleraram no segundo trimestre, mas no Brasil esse movimento vai ficar mais significativo a partir de 2014 ou 2015", afirma Sergio Alexandre Simões, sócio líder em consultoria de TI da PricewaterhouseCoopers (PwC).

 Alguns fatores contribuem para esse cenário mas distante, como a presença de poucas empresas de TI na bolsa brasileira, o que dificulta a avaliação do desempenho no setor por investidores e analistas. O crescimento da economia abaixo do esperado neste ano também fez empresas de tecnologia adiarem os planos de abrir o capital.

 "Neste ano a economia está mais fraca e 2014 não parece um ano muito bom", diz Benjamin Quadros, executivo-chefe da BRQ, empresa de serviços de tecnologia da informação. O executivo considera que a realização da Copa do Mundo no país pode contribuir para uma redução da produtividade e o processo eleitoral pode gerar incertezas para investidores. "Provavelmente 2015 e 2016 serão anos melhores, já com um novo governo", diz Quadros.

 A BRQ fechou 2012 com um crescimento de 26% na receita, para R$ 400,6 milhões, e projeta para este ano um crescimento superior a 20%, acompanhando a tendência do setor. Mas, embora as empresas de TI cresçam mais que a economia, há poucos indicadores para quem compra a ação, o que dificulta a avaliação dos investidores, diz Quadros. "Quem compra ação da Totvs, da Linx, compra o risco Brasil, não compra uma empresa de TI", afirma. A BRQ previa fazer a listagem no Bovespa Mais neste ano, mas decidiu adiar os planos para 2014 e abrir o capital posteriormente, em até três anos. 

Simões, da PwC, diz que não há pressa para as empresas brasileiras de TI abrirem o capital. O mercado ainda oferece oportunidades para captação de recursos por meio de fusões ou aportes, diz o analista. "A expectativa é que os bancos exerçam uma influência importante no avanço dos processos de abertura de capital nos próximos anos, principalmente o BNDES."

 A BNDESPar, empresa de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi um articulador importante nas ofertas iniciais da Totvs, Bematech, Linx e Senior Solution. Atualmente, tem participação em 30 empresas de TI, incluindo BRQ e Quality Software. "Abrir o capital não é a única porta de saída para o BNDESPar quando investe em uma empresa, mas é a porta mais adequada, porque assegura o crescimento da companhia e a sua perpetuidade", afirma Luiz Souto, superintendente da área de capital empreendedor da BNDESPar.

 Souto disse considerar o Bovespa Mais uma opção favorável às empresas de TI, tendo em vista que, em média, essas empresas têm porte menor que as de outros setores. O superintendente diz também que há no país investidores interessados em investimentos de longo prazo e que têm menos preocupação com a liquidez das ações.

 Bernardo Gomes, diretor-presidente da Senior Solution, fez a listagem no Bovespa Mais neste ano. "As condições do mercado estavam favoráveis e foi uma oferta para investidores locais, o que de certa forma burlou o cenário internacional difícil", afirma Gomes. O executivo diz que a exigência de menos capital e o baixo nível de endividamento tornam as companhias de TI mais atraentes aos olhos dos investidores de longo prazo. "O setor de TI também cresce mais que a economia, o que pode dar ao investidor um retorno mais significativo", diz Gomes.

 Dennis Herszkowicz, vice-presidente de finanças, administração e relações com investidores da Linx, diz que a entrada de mais empresas de TI na bolsa nos próximos anos será favorável para o setor: "Quanto mais empresas abrirem o capital, melhor, mas é bom que estejam preparadas. O mercado está bem seletivo; só histórias boas passam no crivo dos investidores." Valor Econômico Por Cibelle Bouças
Fonte: resenhaeletronica 29/10/2013


29 outubro 2013



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