28 outubro 2013

Cast reformula atuação, mira R$ 800 milhões em faturamento e planeja IPO

Processo iniciado em 2009, quando companhia faturava R$ 70 milhões e tinha 600 funcionários, culminou na expansão de escritórios regionais no Brasil além de operações na Argentina e Vale do Silício

Em 2008, José Calazans se viu em uma encruzilhada comum a empreendedores: seu negócio, totalmente calcado na personalidade dos sócios, precisava de uma virada para crescer. Mas isso só seria possível com os fundadores deixando de controlar todas as operações da integradora Cast e acabar com a ideia de que a empresa era uma extensão da personalidade de seus donos. Com faturamento de R$ 70 milhões e 600 funcionários, a companhia estava naquele tamanho intermediário, no qual concorria tanto com pequenas empresas quanto com multinacionais. O executivo tomou uma decisão e transformou seus negócios ao ponto de mirar, já para 2015, uma receita de R$ 800 milhões, acompanhada de uma proposta de abertura de capital (IPO, da sigla em inglês).

 Além dos quase R$ 4 milhões de investimentos para transformar as operações, sem floreios, o executivo conta que a principal questão envolvendo a tomada de decisão foi saber que estaria fora do centro das decisões do negócio fundado por ele quase 20 anos antes. “Sabíamos que, quando estivéssemos alicerçados, estaríamos em um mercado aberto. Eu seria acionista, e não majoritário.” 

Tomada a decisão e iniciados os trâmites das operações, veio aquilo que o executivo chama de divisor de águas em sua vida. “O investimentos que fizemos, que chorei tanto na época para fazer, foi fundamental. A equipe que veio trouxe profissionalismo, governança, cultura de armazenamento do know how, compartilhamento… eu não tinha condições pessoais de fazer isso”, admite. A Cast surgiu para atender o mercado de mainframe. Hoje posicionada como um grande integrador, no passado, sua carteira de clientes era composta basicamente por governo.Já são três verticais de negócios: além de compradores públicos, engrossaram a lista unidade de indústria e serviços e a de finanças, que inclui negócios com bancos, seguradoras e operadoras de cartão de crédito.

 Os trabalhos foram iniciados em 2009. Foi iniciado um intenso processo de profissionalização, com implantação de processos e governanças. Um novo time gerencial foi contratado, exatamente para trazer a expertise teórica a uma empresa com história de empreendedorismo. Por ser muito mais baseada nas oportunidades de mercado do que em uma política de ida aos clientes já definida previamente, o crescimento da companhia era totalmente desgovernado. Em alguns anos, a receita avançava 40%. Em outros, apenas 7%. Foi implantado, então, um projeto de orquestração de ofertas, com conhecimento prévio baseado em inteligência de mercado. “Nossa origem foi como técnicos.

O mundo mudou completamente, surgiram os computadores midlle, internet, e ai por diante e a cast acompanhou a evolução tecnológica. Hoje é o mundo da mobilidade, da web, ela foi ao longo de sua existência, se qualificando para prestar o serviço, uma vez que serviços são nosso principal carro-chefe, e hoje nos vemos como integradora”, conta. A chegada de competidores indianos ao mercado nacional acirrava a concorrência já complicada com empresas dos Estados Unidos. Quando a economia mundial estremeceu, a ideia precisou ser implantada ainda com mais rapidez. “Buscávamos identificar nosso diferencial e como poderíamos obter tempo e vantagem”, contextualizou. Atualmente, setor público representa 69,56% do faturamento da companhia, seguido por Finanças (24,19%) e Indústria e Serviços (6,25%).

 Já são dois mil funcionários e R$ 262 milhões de faturamento – com a expectativa de chegar a R$ 341 milhões, caso as aquisições que estão avançadas em pipeline sejam concluídas. “Ficou claro que para obtermos o que precisávamos de crescimento, teríamos de fazer aquisições”, contou. Desta forma, a companhia, junto de empresas de consultoria, estruturou um plano de crescimento inorgânico. Neste ano, três negócios estão em reta final. Mais duas estão em estágio avançado.

 O faturamento veio acompanhado da abertura de unidades. Além de Brasília – berço da companhia, que no passado focava suas operações em governo – já são vistas operações em São Paulo (capital), Araraquara (Interior de São Paulo), Rio de Janeiro, Curitiba, Fortaleza, além de unidades internacionais na Índia, Argentina e uma que será lançada ano que vem no Vale do Silício (Califórnia, Estados Unidos), ainda no primeiro trimestre do ano. A ideia é ficar perto da ebulição das novas tecnologias, conta.
Fonte: crn.itweb 22/10/2013

28 outubro 2013



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