25 outubro 2013

Empresários da educação e tecnologia dão lição de empreendedorismo

Falando das dificuldades do início das atividades, fundadores da Kroton e da Stefanini afirmam que não ter medo de arriscar e dos erros é fundamental para crescimento

 Aquela lição básica de que o sucesso vem para quem acredita e trabalha firme em busca do resultado também é compartilhada por dois dos maiores executivos do País, Walfrido Guia, fundador da Kroton Educacional, e Marco Stefanini, presidente da empresa homônima de tecnologia. Em palestra realizada em São Paulo nesta quinta-feira 24, no evento CEO Summit, ambos recordaram os inícios complicados de suas carreiras que, entre as dificuldades, teve até um carro roubado que o seguro não tinha como pagar.

 O problema ocorreu uma semana antes do anúncio do Plano Collor. Marco Stefanini, sem dinheiro para pagar os funcionários de sua “eupresa”, teve seu veículo furtado na mesma época. Apesar de ele ter seguro, a negociação foi complicada. “Queriam me pagar em moeda antiga, que eu já tinha um monte parada e não valia mais nada”, disse Stefanini. “Hoje, o cenário é muito mais estável do que vivemos há 20 anos.”

Adversidades também fizeram parte da trajetória de Walfrido Guia, fundador da rede Pitágoras, que se tornou Kroton, empresa do setor educacional. O fundador lembra de três momentos que pensou em desistir junto com seus parceiros: em 1980, com a desvalorização do cruzeiro, em 1986, com o congelamento das mensalidades feito pelo então presidente José Sarney, e em 1992, com o plano Collor. “Percebemos que se não morremos naquela época, não morreríamos mais”, afirmou Walfrido. 

Com isso, os executivos são enfáticos: momentos difíceis são os melhores para se obter relevância no mercado. “A característica de resiliência é fundamental para alguém que queira crescer”, disse Stefanini. “A única coisa que leva uma pessoa a ser empreendedora, é não ter medo de arriscar”, afirmou Walfrido, da Kotron.

Pensar no próprio bolso em vez do futuro da empresa pode trazer resultados completamente inversos para quem deseja ter o próprio negócio. “Vamos esquecer esse negócio de salário”, disse Walfrido, que tem aposentadoria de R$ 3,9 mil, cerca de R$ 1 mil a mais de quando passou a receber a contribuição. “O empresário tem que pensar no lucro da empresa e saber o quanto vai investir e o quanto vai reter.” 

IPO da Stefanini 
 A Stefanini, que foi procurada por diversos bancos para iniciar o seu processo de abertura de capital em 2006, recuou dois anos mais tarde devido à crise que começava a se desenhar no mundo inteiro. Agora, entrar na bolsa de valores pode ser, novamente, a realidade da companhia de tecnologia. “Temos tamanho mais que suficiente para um IPO”, disse o presidente. “Mas é algo que vamos com calma, pois não temos urgência para nos capitalizar", disse Marco Stefanini.

 Fusão da Kroton com a Anhaguera 
 Em conversa com a DINHEIRO, Walfrido lembra que foi pessoalmente conversar com o então presidente do conselho da Anhanguera, depois de se reunir com o próprio da Kroton, para iniciar as conversas sobre a fusão entre as duas empresas. “Eles tinham espaço onde não tínhamos e vice-versa”, diz. A união das operações, que, segundo o executivo, deve se estender pelos 330 dias máximos pedidos pelo Cade para análise, já está sendo arquitetada por um “clean group”, que tem autorização para discutir as próximas ações da nova empresa, que deve ser concretizada para maio de 2014. “Mas, por enquanto, as empresas continuam sendo independentes e com objetivos diferentes”, afirma. Por André JANKAVSKI
Fonte: istoedinheiro 24/10/2013

25 outubro 2013



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